43- A carta

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Enquanto isso, na sala comunal da Sonserina, Pansy e Draco estavam sentados perto da lareira, conversando sobre o dia que passaram na cabana de SN.

"Foi realmente bom ver a SN sorrir novamente," disse Pansy, enrolando uma mecha de cabelo em seu dedo. "Ela parecia tão abatida ultimamente."

"Concordo," disse Draco, olhando para as chamas da lareira. "Estou preocupado com ela. Cedrico realmente a machucou, e eu odeio vê-la sofrer."

Pansy assentiu, olhando pensativa. "Ela é muito forte, mas todos têm seus limites. Acha que devemos fazer mais alguma coisa para ajudar?"

Draco suspirou, pensativo. "Acho que devemos continuar sendo presentes e oferecendo apoio. Ela precisa saber que não está sozinha. E talvez possamos planejar algo especial para distraí-la."

"Uma boa ideia," concordou Pansy. "Podemos organizar uma pequena festa ou uma atividade divertida para ela."

"Sim, isso pode ajudar," disse Draco, sorrindo. "E também, acho que devemos falar com o Harry. Ele é o irmão dela, e talvez possa fazer algo mais."

Pansy assentiu novamente. "Boa ideia. Vamos procurá-lo amanhã."

Eles ficaram em silêncio por um momento, cada um perdido em seus pensamentos. Draco estava mais introspectivo do que o habitual, e Pansy percebeu a tristeza em seus olhos.

"Draco, você está bem?" perguntou Pansy, preocupada.

Draco suspirou profundamente, olhando para o fogo da lareira. "Pansy, eu passo dia e noite pensando nela, e por mais que eu me esforce, não consigo simplesmente não amá-la."

Pansy permaneceu em silêncio, sabendo que Draco precisava desabafar.

"E você já me avisou mil vezes que esse amor não é recíproco, até porque ela namorava o Cedrico," continuou Draco, a voz carregada de emoção. "Mas eu não consigo não imaginar como seria o meu futuro ao lado dela. Eu só queria que ela me amasse, me amasse do jeito que eu a amo."

Os olhos de Draco estavam marejados. Ele lutou para conter as lágrimas, mas a dor em seu coração era avassaladora. "Sou o melhor amigo dela, mas para mim não é o suficiente. Eu quero beijá-la, quero abraçá-la, quero ouvir da voz dela que tem medo de me perder."

Pansy sentiu um nó na garganta ao ver o sofrimento do amigo. "Draco..."

"Sabe o que eu queria?" Draco interrompeu, as lágrimas finalmente caindo. "Que ela estivesse aqui pra me falar que ela é minha, minha garota, a minha namorada. Que ela realmente me ama. E me dói tanto, Pansy... me dói tanto amar por dois!"

Ele chorava intensamente, e Pansy se aproximou, colocando um braço ao redor dele. "Draco, sinto muito que esteja passando por isso. Eu sei o quanto você a ama. E quem sabe o que o futuro reserva? Às vezes, as coisas mudam quando menos esperamos."

Draco encostou a cabeça no ombro de Pansy, permitindo-se ser vulnerável por um momento. "Eu só queria que ela soubesse o quanto significa para mim. Que ela soubesse que estou sempre aqui, pronto para amá-la."

Pansy acariciou suavemente as costas de Draco, oferecendo conforto. "Ela é sortuda por ter um amigo como você. E eu tenho certeza que, de alguma forma, ela sente o quanto você se importa. Continue sendo o amigo incrível que você é, e talvez um dia ela perceba o que está bem na frente dela."

Draco respirou fundo, tentando se acalmar. "Obrigado, Pansy. Você sempre sabe o que dizer."

"Estamos nisso juntos," disse Pansy com um sorriso reconfortante. "E não importa o que aconteça, eu estarei ao seu lado."

Eles ficaram em silêncio por um tempo, apenas apreciando a presença um do outro. Embora a dor ainda estivesse lá, Draco sentiu-se um pouco mais leve, sabendo que tinha amigos que realmente se importavam.

Eles continuaram conversando sobre ideias para surpreender SN, fazendo planos para trazer um pouco mais de alegria à vida dela. A noite passou rapidamente, e logo estavam prontos para pôr em prática as suas ideias.

Após conversar com Pansy na sala comunal, Draco subiu para seu quarto na Torre da Sonserina. A mente dele estava repleta de pensamentos sobre SN, e ele sentia uma urgência crescente de expressar seus sentimentos. Sentando-se à escrivaninha, ele pegou um pedaço de pergaminho e começou a escrever uma carta:

"SN,

Falar de sentimentos nunca é fácil, especialmente quando se trata do amor, mas não consigo mais guardar isso só para mim. Eu sinto muito pelo que está acontecendo na sua vida. Você não merece passar por tudo isso. Você é tão especial para mim que me sinto mal por não conseguir fazer mais para te ajudar. Ver você nesse estado me deixa muito chateado.

Mas eu sei que você vai superar tudo isso. Você é uma mulher incrivelmente forte, já enfrentou tantas coisas difíceis, e tenho certeza de que esta será mais uma batalha que você vencerá. Eu também quero pedir desculpas por ter confrontado o Cedrico.

Desde o momento em que nos conhecemos, algo mudou em mim. Você é a pessoa mais incrível que já conheci, e a cada dia que passa, meu amor por você cresce mais.

Eu sei que tudo isso é muito estranho, mas o que sinto por você é algo que nunca senti por mais ninguém. Pode perguntar a qualquer um nesta escola: nunca senti por ninguém o que sinto por você. Talvez meus pais não tenham sido um bom exemplo de amor, mas você é diferente. Você é a primeira pessoa por quem meu coração escolheu amar, e eu espero que seja a última.

Eu não escolhi te amar, simplesmente aconteceu. Com você, eu me sinto bem, mais amado, como se tivesse encontrado algo que nunca imaginei ter.

Eu te desejo mais do que imagina, mas quero que saiba que não te vejo como minha propriedade. Eu quero ser seu companheiro, seu namorado, mas respeito o seu tempo.

Eu prometo fazer você sorrir sempre que puder, prometo te dar toda a atenção do mundo, mas tudo isso no seu tempo.

Você sabe que amo você, então pode contar comigo para o que precisar.

- DM"

Após escrever a carta, Draco a dobrou com cuidado e colocou em uma gaveta de sua escrivaninha. Ele planejava entregá-la pessoalmente quando sentisse que era o momento certo.

Mais tarde naquela noite, Blásio estava procurando algo na escrivaninha de Draco por um pergaminho que havia perdido. Entre os papéis bagunçados, ele encontrou a carta que Draco havia escrito para SN. Curioso, ele pegou o pergaminho e o leu rapidamente.

"Oh, Merlin!" exclamou Blásio, percebendo o teor da carta.

Antes que pudesse pensar duas vezes, Blásio pegou o pergaminho e colocou em um envelope. Ele sabia que tinha que contar a Draco, mas a curiosidade o dominou. "Talvez seja melhor que SN saiba como Draco se sente," pensou ele enquanto selava o envelope.

Sem hesitar muito, Blásio correu até a coruja da Sonserina, amarrou o envelope na perna dela, e a enviou para a casa de SN.

Depois disso, Blásio voltou para a sala, preocupado com as consequências de sua impulsividade. Ele encontrou Draco e Pansy lá.

"Blásio, o que foi?" perguntou Pansy, notando sua expressão ansiosa.

"Eu fiz algo estúpido," admitiu Blásio, suspirando. "Eu encontrei a carta que Draco escreveu para SN e a enviei sem querer."

Draco arregalou os olhos, atordoado. "O quê?!"

Pansy colocou uma mão no ombro de Blásio. "Tudo bem, Blásio. Vamos esperar para ver como as coisas vão se desenrolar."

Draco, por outro lado, sentia uma mistura de ansiedade e esperança. Ele sabia que tinha que enfrentar as consequências de suas palavras, mas também não podia deixar de se perguntar se, finalmente, isso poderia ser o começo de algo especial entre ele e SN.

𝑇ℎ𝑒 𝑜𝑡ℎ𝑒𝑟 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟| 𝐷𝑅𝐴𝐶𝑂 𝑀𝐴𝐿𝐹𝑂𝑌Onde histórias criam vida. Descubra agora