39- A Descoberta

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Duas semanas se passaram desde a festa na Comunal da Sonserina, e as tensões em Hogwarts pareciam estar em um ponto de ebulição. Bia estava lidando com os desafios de ajudar Matheo e as preocupações sobre as expectativas de seu pai. No entanto, uma descoberta inesperada estava prestes a abalar ainda mais seu mundo.

Ela estava na biblioteca, tentando se concentrar em um trabalho, quando ouviu duas alunas cochichando na mesa ao lado.

"Você ouviu o que aconteceu com Cedrico e Cho?" disse uma delas. "Eles foram vistos juntos no fim de semana passado."

Bia parou o que estava fazendo, seu coração acelerando. Ela se aproximou discretamente, tentando ouvir mais.

"Sim, estavam na Torre de Astronomia, sozinhos na noite anterior" respondeu a outra. "Dizem que estavam muito próximos."

Sentindo um nó se formar no estômago, ela saiu da biblioteca, decidida a encontrar Cedrico e esclarecer a situação. Ela procurou por ele em vários lugares até encontrá-lo no pátio, conversando casualmente com alguns amigos.

"Cedrico," chamou Bia, sua voz firme. "Podemos conversar?"

Cedrico, surpreso ao vê-la tão séria, pediu licença aos amigos e se aproximou. "Claro, querida. O que houve?"

Ela o conduziu para um canto mais privado, a raiva e a dor evidentes em seus olhos. "Eu ouvi alguns rumores sobre você e Cho. Quero saber se são verdadeiros."

Cedrico suspirou, sabendo que não poderia mais esconder a verdade. "Bia...Cho e eu... nós nos aproximamos nas últimas semanas."

Ela entiu o chão sumir sob seus pés. "Então é verdade? Você me traiu?"

"Não foi intencional," disse Cedrico, tentando se justificar. "As coisas simplesmente aconteceram."

A dor no rosto de Bia se transformou em fúria. "Isso não é uma desculpa, Cedrico! Nós estávamos juntos, e você escolheu trair minha confiança. Como pôde fazer isso comigo?"

Cedrico, sentindo-se desesperado, deu um passo adiante. "Eu sei que errei, mas por favor, precisamos resolver isso."

Bia explodiu. "Resolver o quê? Sua traição? Você me traiu, Cedrico, e agora quer falar sobre resolver? Não há nada para resolver!"

Cedrico, já no limite de sua paciência, finalmente perdeu a calma. "Ah, claro, porque você é perfeita, não é? Sempre a vítima!"

Ela ficou boquiaberta. "O que você está dizendo?"

Cedrico avançou, seu rosto contorcido de raiva. "Você sempre precisa de alguém para te proteger, sempre se vitimiza por tudo! Você não vale um real, Beatriz. É uma imbecil que só sabe se esconder atrás dos outros!"

As palavras a cortaram como uma faca. Ela sentiu o peito apertar, mas não deixaria que Cedrico a visse quebrar. "Você realmente pensa isso de mim? Depois de tudo que passamos juntos, é isso que você pensa?"

Cedrico estava fora de si, gritando agora. "Sim! Você sempre precisa do seu irmão para tudo, precisa de Draco, de Pansy, de todos! Você não consegue fazer nada sozinha!"

Bia sentiu as lágrimas começarem a rolar novamente, mas sua raiva a impediu de se render completamente. "Você é um hipócrita, Cedrico. Eu confiei em você, te amei, e você me traiu. E agora você me culpa pelas suas próprias falhas?"

Cedrico parecia perceber o que havia dito, mas era tarde demais para voltar atrás. Ela deu um passo para trás, sua voz trêmula mas firme. "Saia daqui, Cedrico. E não volte mais. Nós acabamos."

A gritaria no pátio era tão intensa que ecoava pelos corredores. Pansy e Draco, que estavam conversando no salão principal, trocaram olhares preocupados ao ouvir os berros e choros vindos do lado de fora.

"É a Bia" disse Pansy, sua voz cheia de alarme.

"Vamos," respondeu Draco, já correndo em direção às escadas. Pansy logo atrás.

Eles chegaram ao pátio, sem hesitar a rapidez. A cena diante deles era de partir o coração, Bia estava no chão, chorando descontroladamente, e Cedrico estava de pé, olhando para ela com um misto de raiva e frustração.

"o que está acontecendo aqui?" Draco gritou, avançando para afastar o rapaz de Bia.

Cedrico deu um passo para trás, mas não sem antes lançar um último olhar frio para Bua. "Eu não quero ver você nunca mais," disse ele de forma rude, a voz cortante. "Você é um peso que eu não quero carregar."

Pansy correu até a amiga, ajoelhando-se ao lado dela e a abraçando, tentando acalmá-la. "Bia,  estamos aqui. Vai ficar tudo bem."

Draco se colocou entre Cedrico e Bia, sua expressão cheia de fúria. "Você já disse o suficiente, Cedrico. Saia daqui agora, antes que eu arrebente essa sua cara de bom moço."

Cedrico hesitou por um momento, mas ao ver a determinação nos olhos de Draco, correu em direção a comunal da Corvinal. A tensão no ar era palpável.

Assim que ele se foi, Potter desabou na cama, as lágrimas caindo livremente enquanto ela tentava processar o que acabara de acontecer.

Pansy continuava a sussurrar palavras de conforto para a amiga, enquanto Draco se agachou ao lado delas, colocando uma mão reconfortante no ombro de Potter. "Bia, estamos aqui. Você não está sozinha."

Ela levantou o rosto, as lágrimas escorrendo pelas bochechas. "Ele... ele disse que não me quer mais na vida dele," soluçou, a voz quebrada pela dor.

"Ele não sabe o que está dizendo," disse Pansy firmemente. "Ele está sendo cruel e injusto."

"Você é muito mais forte do que ele jamais imaginou," acrescentou Draco, a voz suave mas firme.

Bia se agarrou a Pansy, sentindo a força e o apoio dos amigos. Ela sabia que, apesar da dor esmagadora, tinha uma rede de pessoas que a amavam e cuidavam dela.

Draco a abraçou, oferecendo conforto. "Ele não merece você."

Depois de algum tempo, Draco e Pansy à ajudaram a se levantar e a levaram até o dormitório, onde ela se deitou, ainda chorando, mas um pouco mais calma. Pansy se sentou ao lado dela, segurando sua mão, enquanto Draco ficou ao pé da cama, mantendo uma vigilância protetora.

"Vamos ficar aqui com você," disse Pansy, sua voz cheia de carinho. "Não vamos deixar você sozinha."

Bia estava em um lugar onde as lágrimas finalmente puderam cair livremente. Ela se sentia traída, perdida, e a dor era quase insuportável.

𝑇ℎ𝑒 𝑜𝑡ℎ𝑒𝑟 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟| 𝐷𝑅𝐴𝐶𝑂 𝑀𝐴𝐿𝐹𝑂𝑌Onde histórias criam vida. Descubra agora