𝑇ℎ𝑒 𝑜𝑡ℎ𝑒𝑟 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟| 𝐷𝑅𝐴𝐶𝑂 𝑀𝐴𝐿𝐹𝑂𝑌

58- O Jantar

Com Lucius e Narcissa comentando sobre a viagem a Londres e o retorno antecipado, Draco lançou um olhar breve para Bia, como se quisesse tranquilizá-la. Ela sorriu levemente, tentando se manter à vontade, embora o peso da presença de Lucius continuasse a pairar sobre a mesa.

"Algo inesperado ocorreu, pai?" Draco perguntou, desviando a conversa para a viagem.
Lucius, com um tom controlado e quase entediado, respondeu, "Negócios. Como sempre, as pessoas em Londres parecem incapazes de lidar com as próprias responsabilidades. Tivemos de intervir."

Narcissa, percebendo a tensão nas palavras do marido, interveio com sua voz suave. "Draco, querida, vocês não precisam se preocupar com isso. Londres pode esperar. Agora, conte-me, Bia... o que tem achado da mansão? Draco sempre foi muito apegado a este lugar."

Bia respirou fundo antes de responder, sentindo a gentileza genuína na voz de Narcissa. "É um lugar magnífico, senhora. Nunca vi nada igual. A cada canto parece haver uma história para contar."

Narcissa sorriu, visivelmente satisfeita com a resposta. "Fico feliz que tenha se sentido acolhida. Draco sempre fala muito de você. É importante que ele tenha alguém em quem confie."

Lucius ergueu o olhar da taça de vinho, observando o casal. "Confiança é fundamental, sem dúvida." Sua voz era neutra, mas havia uma análise cuidadosa ali, como se pesasse cada palavra e cada expressão dos dois.

Draco, cansado daquela tensão velada, tomou a mão de Bia sobre a mesa, o gesto pequeno, mas carregado de significado. "Bia é uma das melhores coisas que já me aconteceram. Acho que vocês podem ver isso por si mesmos."

O olhar de Narcissa suavizou, enquanto Lucius manteve-se impassível. Depois de alguns segundos de silêncio, ele simplesmente murmurou: "Desde que você saiba o que está fazendo, Draco."

Bia sentiu o frio na espinha, mas a firmeza de Draco, que apertou suavemente sua mão, a confortou. Narcissa, sempre atenta, mudou de assunto para algo mais leve, falando sobre os planos para o restante das férias.

Quando finalmente saíram da sala de jantar, Draco suspirou profundamente no corredor, parecendo ter tirado um peso das costas. "Eles podem ser um pouco... intensos," ele disse, com um sorriso cansado. "Você foi incrível, amor."

Ela riu baixinho. "Eu estava quase esperando o senhor Lucius lançar um feitiço para ler meus pensamentos."

Draco gargalhou, algo raro e que a fez sorrir mais abertamente. "Não duvide! Ele tem essa habilidade de fazer qualquer um se sentir interrogado sem dizer muito."

Caminhando de mãos dadas até os aposentos de Draco, Bia se sentiu mais segura ao seu lado. Ele parou antes de entrar, olhando para ela com um olhar mais sério. "Não deixe o meu pai te intimidar. Ele pode ser frio, mas ele respeita força. E você... você tem uma força que ele ainda não viu."

Ela sorriu, tocando o rosto dele suavemente. "Eu não estou aqui por ele, Draco. Estou aqui por você."
Ele sorriu de volta, puxando-a para um abraço que pareceu selar aquele momento. "E isso é tudo o que importa."

Naquela noite, enquanto se sentavam à beira da grande janela do quarto de Draco, observando as estrelas no céu, Bia pensou que, apesar de tudo, do peso do nome Malfoy, dos olhares avaliadores de Lucius e das expectativas daquele mundo, aquele era o lugar onde ela queria estar.

"Eu nunca vou me acostumar com isso," ela murmurou, fitando as luzes no horizonte.

"Com o quê?" Draco perguntou, curioso.

"Com o fato de que, no meio de tudo isso, você consegue ser alguém tão... verdadeiro."

Draco sorriu, puxando-a para mais perto. "Com você, eu não preciso ser ninguém além de mim mesmo. E isso, Bia, é algo que eu nunca pensei que teria."

E naquele instante, sob o céu estrelado e longe dos julgamentos do mundo, eles souberam que estavam exatamente onde deveriam estar.

Uns minutos mais tarde, Narcissa bateu suavemente na porta do quarto de Draco antes de entrar. Seu olhar elegante pousou nos dois, que estavam sentados próximos à janela, observando o entardecer.

"Draco, querida" chamou ela com sua voz suave, mas firme. "O jantar está pronto. Seu pai já está à mesa."

Draco suspirou, quase de forma teatral, enquanto se levantava. "É claro que ele está. Pontual como sempre."

Narcissa lançou-lhe um olhar significativo, mas com um pequeno sorriso de canto. "E seria bom que você também fosse. Lucius não gosta de esperar."

Bia, que já se levantava ao lado de Draco, ajeitou nervosamente a blusa. "Obrigada por vir nos chamar, senhora Malfoy."

Narcissa voltou o olhar para a garota, analisando-a com gentileza. "Não há necessidade de formalidades, querida. Espero que esteja se sentindo à vontade aqui."

"Estou, sim, senhora" respondeu Bia, tentando sorrir.

Narcissa assentiu, satisfeita, antes de olhar novamente para Draco.  "Não se atrase demais, Draco. E, por favor, tente não provocar o seu pai esta noite."

"Eu? Provocar?" Draco sorriu com falsa inocência. "Nunca."

Narcissa revirou os olhos de leve, embora sua expressão permanecesse calma.  "Estou confiando em você, meu filho. Vamos?"

Com um último olhar cúmplice para Bia, Draco estendeu a mão para ela.
"Pronta para mais um capítulo de “A Vida com os Malfoy”?

Bia segurou sua mão, sorrindo. "Com você ao meu lado? Sempre."

Narcissa observou a interação silenciosamente, uma sombra de sorriso passando por seus lábios, antes de se virar. "Muito bem. Vamos descer. O jantar espera."