13 • what I want

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Percy ficou lá, sentado, me encarando enquanto seu pai me dirigia por mais um amplo corredor onde eu já podia ver a grama verde brilhando depois da porta. Passamos pela cozinha onde uma mulher fortinha trabalhava, lendo um livro grosso.

— Salve, Pattie! — Poseidon brincou, beijando sua testa.

— Menino Poseidon. — a velha resmungou.

— Pattie, será que você poderia preparar um chá para minha linda convidada?

Pattie me avaliou de cima abaixo e deu um grande sorriso vindo para perto de nós e afagando meus cabelos.

— Menina, quanto tempo não te vejo. Como está sua mãe?

Arqueei as sobrancelhas, confusa. Poseidon riu e afagou minha mão.

— Ela está velha, deve estar se confundindo com alguém. — me confortou. — Pattie, não assuste a garota.

— Ela não era a namorada do menino Percy?

Balancei a cabeça.

— Não, senhora Pattie. Eu sou só amiga, a namorada dele é ruiva. — expliquei tocando nos meus cabelos, como se fosse difícil dela entender.

— Não, não! Quando estávamos viajando, o menino Percy...

— Pattie, depois você conversa sobre as inúmeras namoradas que o Percy teve desde os catorze anos, ok?

A senhora resmungou mais alguma coisa, encarando-me com atenção.

— Mas... 

— Um chá e um cookie, certo? Vamos mostrar nosso jeito e educação londrina para a senhorita aqui, ok?

Pattie assentiu, ainda resmungando sobre falas da memória e virando as costas para nós.

Poseidon, como um grande gentleman, me guiou até o jardim. De fato, era amplo e cheio de flores. Assim que descemos as curtas escadas, pude sentir as poucas flores que faziam um caminho até uma mesa de madeira, como daqueles refeitórios de acampamento. Várias flores rodeavam a mesa bruta e rústica, tinha um canteiro com flores de cores vibrantes e diferentes, o caminho que viemos era preenchido por flores de cores claras e meigas, assim que nos sentamos pude perceber um jarro pequeno com flores bem tratadas, crescendo com alegria.

Atrás de Poseidon, tinha mais um canteiro, parecia ser privado já que uma grande cerca as privava, mas as raízes começavam a se prender na madeira como se pudesse arrancá-las dali.

Poucos minutos depois, Pattie chegou com um conjunto meigo de porcelana com detalhes azuis claros. Ela encheu uma das pequenas e frágeis xícaras, colocando na minha frente, o vapor circulando no vento frio, embora não estivesse o típico inverno que eu esperava. Deveria esperar o natal.

Ela deixou um pequeno recipiente do mesmo material cheio de açúcar, o qual fiz questão de encher no meu chá. Logo em seguida, ela deixou um prato repleto de cookies caseiros. Tinha que tocar para ver se eram de verdade, e de fato, eles estavam quentinhos como se tivessem acabado de sair do forno.

— Pattie, é uma ótima cozinheira. Acho que ela está com minha família desde que eu tinha uns quinze anos.

— Isso existe mesmo? — perguntei, amaldiçoando-me por estar de boca cheia quando falei.

— É. — ele riu. — Pode não parecer, mas as famílias inglesas são bem tradicionais. Duvido que meus filhos vão seguir isso um dia. — resmungou.

— Ah, é. Por que o Tritão não veio?

— Você sentiu falta dele? — dei de ombros, esquivando-me da pergunta. 

Nightingale • PJOOnde histórias criam vida. Descubra agora