15 • you're star, love.

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Eu não entendia o que Percy queria dizer com um "passeio", mas certamente, eu deveria estar com medo. Ao tomar banho, notei a vermelhidão em meu pescoço e no pulso, passei os dedos sobre as marcas sentindo raiva de mim mesma por ainda estar no mesmo quarto daquele louco e obedecendo-o.

Perder a memória parecia melhor do que ser agredida.

Tomei um banho rápido, agradecendo por ele não estar no quarto e entrar na minha fossa sozinha. Ainda com o rosto inchado e sem nenhuma maquiagem, escovei meus cabelos com o vestido florido azul de mangas curtas. Não percebi, mas tinha dois dedos de babados na coxa. Joguei a roupa suja dentro da mochila, calçando o Doc Marters e sentindo minhas costas molhadas.

Levei minha mochila comigo, já que não percebi nenhum vestígio que ele ainda continuaria ali.

No hall, tinham dois casais conversando alegres quando passei até a recepção onde Percy ria carismático com a recepcionista.

Tá, ele me deu uma gravata, a única coisa que eu deveria sentir por ele era raiva, porém eu queria matar aquela mulher.

Cheguei perto deles, ainda séria.

— Oi. Vamos? — chamei.

A mulher me lançou um sorriso.

— Você é muito linda mesmo. — piscou para o moreno.

— É. — ele revirou os olhos embora estivesse com as bochechas rosadas. — Vamos.

Percy me ofereceu um copo térmico de café, peguei imediatamente, fugindo de seus braços em meus ombros. Continuei andando na frente, entrando no carro com raiva.

Bebi o café, sentindo o líquido quente em meus lábios com fervor, estava deliciosa, mas eu sentia falta de alguma coisa.

— Pouco creme. — resmunguei assim que ele entrou no carro.

— Hm?

— Pouco creme.

Ele ergueu as sobrancelhas, confuso, encarando meu copo.

— Eu fiz do jeito que você gosta... Ahn, do jeito que você leva quando vamos...

Encarei seu rosto que tinha um misto de confusão e ingenuidade.

— É, eu sei. Tom coloca bastante creme no café.

Percy mudou de expressão rapidamente, voltando para a raiva e pigarreando.

— Hm, eu deveria pedir desculpa...

— Pelo quase enforcamento? Pelos meus pulsos...? — ergui as mãos a altura de seus olhos. — Por me trazer a um motel e me deixar sozinha?

Ele fechou os olhos com força, parecendo querer esquecer aquilo.

— Se você não fosse tão teimosa e...

— Isso não é desculpa para ter me agredido! — gritei, encarando o mar verde a minha frente. — Isso não é desculpa para agir como um bipolar.

— Eu não sou bipolar. — defendeu-se, seus olhos eram pura confusão, mas seu rosto mostrava certo divertimento, por fim, riu.

— Por que está rindo, seu idiota?

Ele ligou o carro, dando a ré e seguindo de onde viemos.

— Você fica engraçada gritando. Vermelha. — comentou e me olhou de esguelha. — Sua mãe estava preocupada, até meu pai estava. Bem, ele estava se culpando por tudo, então... Você deveria saber que seus atos aferam a todos e não só seu mundinho cinza.

Nightingale • PJOOnde histórias criam vida. Descubra agora