• 18 • here we come

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Decidi que não iria sentir falta de jogos por um longo tempo.

Nossas aulas já tinham acabado e ontem, fora o último jogo do semestre. Eu estava exausta, cansada e com dor de cabeça devido a uma das melhores festas que Ares decidiu dar um dia antes da minha viagem.

Suada, com uma saia extremamente curta e um suéter brilhante, era assim que eu acordava. De um pesadelo assustador que fez meu corpo enviar altas doses de adrenalina em meu sangue. Sentia meu corpo pesar, assim que consegui sentar, cada músculo doía e poucas partes da minha pele pareciam arder.

Fazia tempo que não tinha aqueles pesadelos, e como sempre, eu não conseguia me lembrar de nada mais além das sensações que persistiam. Abracei-me com força, evitando que as lágrimas descessem.

Do lado de fora, o sol começava a nascer, as cortinas abertas e o aquecedor ligado, me faziam ficar ainda na cama, todo meu corpo pedindo mais minutos de descanso, porém minha mente impedia qualquer tentativa. 

Decidi tomar banho e tirar aquelas roupas, aquelas pinturas roxas e brancas do meu rosto, assim como uma tiara de gatinha que eu nem sabia que usava. Por mais que odiasse água fria, achei incrível o ar de descanso e alívia que aquilo me proporcionou, todo meu corpo parecia mais relaxado quando entrou em contato com a água fria, meus cabelos pingavam quando saí do banheiro, o ar quente do quarto causando pequenos choques térmicos.

Minha mala lindamente pronta ao lado da porta. Não tinha muitas coisas, só alguns saltos, coturnos, peças íntimas e shorts que eu amava assim como cropped e T-shirts que eu nunca tinha usado por aqui.

Eu ainda tinha dúvida se vestia roupas frescas ou alguma coisa pesada, escolhi a segunda, a chuva forte que caía do outro lado ajudou bastante em minha escolha. Vesti um jeans preto destroyed e uma blusa de alguma banda independente com um casaco em mãos. Ainda era seis horas quando desci com minha mala, o casaco, fones de ouvido e meu celular. Ninguém havia acordado ainda, a preguiça de ir ao Starbucks era muito alta, então arrisqueu em fazer um cappuccino qualquer e esperar que todos estivessem prontos.

O que demorou bastante.

Sem querer, eu voltei a dormir encolhida no sofá.

— Ei, meu bem, vamos.

Cocei os olhos e bocejei.

A primeira imagem que tive foi do sorriso de minha mãe inclinada sobre mim, balançando meu corpo. Atrás dela, eu via Thalia saltitante, Nico bocejando e Percy com uma cara emburrada.

Mesmo com todas aquelas emoções misturadas, eu ainda sentia minha felicidade transbordando do meu corpo. Eu estava voltando para Califórnia e aquilo ainda não tinha entrado na minha cabeça!

Fora do prédio, eu via Nico e Percy arrumando algumas coisas no novo carro alugado, supus. Parecia uma van e provavelmente caberia todos ali, Beckendorf e Silena estavam juntos conversando com Afrodite que vestia seu típico look de viagem: um vestido colado em seu corpo jovem, um salto que eu nunca me imaginei usando da cor rosa berrante, um laço da mesma cor no topo da cabeça onde estava o coque e por fim, um sobretudo amarelo. Eu não entendia como ela conseguia ficar absolutamente linda com aquilo.

— Eu acho que estou cega. — Thalia murmurou ao meu lado, coçando os olhos.

Apontei para minha outra prima patricinha e seu namorado com a cabeça.

— Por que eles estão assim?

A morena deu de ombros e seguiu seu caminho para o fundo do carro, jogando a mala sobre o peito de Percy e entrando na van, me chamando com a mão.

Fitei meus olhos curiosos para a conversa importante que Afrodite e sua filha pareciam ter, dei minhas malas enormes para os meninos vendo minha mãe chegar com uma mala média e começar a falar euforicamente.

Nightingale • PJOOnde histórias criam vida. Descubra agora