Capítulo 5- Um novo lar esquisito

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Descobrir que sou filho de algum deus, saber que minha única família havia morrido e não pude ajudar porque estava desmaiado e teria que dividir meu novo "quarto" com um cara musculoso, alto e mais velho que eu não me deixou nada confortável. Minha mente estava estava quase tendo um ataque por estar ainda processando uma mitologia inteira que a apenas um mês atrás eu achava que eram mitos e contos fantasiosos.

-Venham os dois, vamos dar uma volta para conhecerem o acampamento. -disse Árion empolgado dando trotadas e pulinhos enquanto saiamos do chalé de Ares.

Não sei como não havia notado assim que cheguei lá mas o acampamento pareciam com a arquitetura grega antiga, porém totalmente restauradas e com uma cor de branco que reluzia ao sol, um pavilhão enorme a céu aberto, um anfiteatro que suportava fácil mais de cem pessoas e uma arena circular de gladiadores. nas redondezas haviam crianças treinando em campos de arco e flecha, outras jogando voleibol contra vários outros sátiros um pouco parecidos com Árion e outras fazendo um percurso de canoagem por dentro de um longo rio.

Aquela casa enorme que estávamos antes era a Casa Grande , ficava na ponta mais próxima da entrada do acampamento exatamente para receber campistas mais fácil, a casa em si tinha 4 grandes andares e ainda um sótão acima do 4° andar, com varandas largas e que rodavam todos os andares da casa, e a coisa que eu achei mais legal particulamente era um cata-vento de latão em formato de águia no topo da casa.

-A águia de Zeus, seu símbolo animal de poder.- disse Árion como se lesse meus pensamentos de novo.- mestres mais antigos dizem até que o rei dos deuses pode se transformar em uma águia para vir ao mundo dos mortais observá-los.

Fomos até o pavilhão aberto que estava cheio de mesas de piquenique e bancos enormes e largos onde daqui algumas horas teria o jantar onde queria muito comer já que nem almoçar direito consegui. Depois fomos ao anfiteatro onde ocorreria cantorias depois do jantar e antes do toque de recolher do acampamento.

Árion falou que era melhor não se adentrar na floresta da colina de noite então voltamos para nosso chalé. todos os chalés representavam um olimpiano e estavam posicionados em U em volta do pavilhão aberto, 1º e 2º eram grandes e reluzentes porém estavam vazios, eram de Zeus e Hera por serem o rei e a rainha dos deuses, 3º era de Poseidon, com a pintura em azul e conchas no topo do chalé, o 4º chalé parecia se misturar com a vegetação, cheio de grama, de tomateiros, era o chalé de Demeter, 5º era do pai de Victor,6º era um chalé com a estrutura muito bem projetada e se destacava entre todos os outro, que pareciam horríveis comparados a este, chalé de Atena, deusa da sabedoria.

Do outro lado do pavilhão, a outra fileira parecia quieta mas bem arrumada pois o sétimo chalé era banhado a ouro e brilhava mesmo com o pôr do sol no horizonte, era de Apolo, deus da música e conhecido principalmente por sua carruagem dourada e reluzente, no 8º estava cheio de crianças conversando e outras se admiravam em espelhos menores que carregavam, os filhos vaidosos de Afrodite. No 9º estava cheio de armaduras penduradas e engenhocas a mostra, parecia até mesmo a sala de arsenal do acampamento mas era apenas o chalé de Hefesto que se mantinha vazio por ele ser leal a sua esposa Afrodite mesmo parecendo que ela havia pulado o muro várias vezes, ao lado de Hefesto estava o chalé da deusa Ártemis que jurara ser virgem para sempre então o chalé também estava vazio.

Já o chalé 11 estava abarrotado de gente e parecia bem desgastado, reconheci exatamente na hora que olhei para o topo da casa e vi o famoso caduceu da medicina que representava Hermes o mensageiro dos deuses, e o ultimo chalé estava cheio de videiras carregadas de uva então presumi que fosse do único deus restante, o narigudo diretor Dionísio. Antes mesmo que pudesse tentar tomar banho uma trombeta soou a distância, Árion disse que era hora do jantar.

No pavilhão tochas ardiam penduradas nas colunas de mármore e no meio, um braseiro de bronze em tamanho de banheira queimando como uma grande fogueira. Depois de todos se sentarem em suas devidas mesas, um centauro com aparência anciã bateu seu grande casco de cavalo no chão e gritou:

-Aos deuses!

Todos ergueram os copos, até mesmo eu sendo totalmente lesado para coisas simples. Árion disse.

-Peçam o que quiserem beber, claro sem ser alcoólica.- sussurrou para mim e Vi.

-Milk-shake de baunilha com nutella.- disse enquanto meu copo de cobre se enchia do que eu havia pedido, tomei um gole rápido, exatamente do gosto dos milk-shakes de Los Angeles.

Ergui minha taça junto a de Vi e brindamos em memória de nossas mães. Comidas em travessas enormes foram passando de mão em mão até chegar em mim, peguei tudo que eu adoro comer e passei para outras pessoas, depois de alguns minutos todos se levantaram e começaram a jogar algo do prato na fogueira ardente no meio do pavilhão.

-Vamos temos que oferecer algo aos deuses, façam um pedido ao seu progenitor ou qualquer um que seja- disse meu amigo sátiro enquanto levantava seu traseiro peludo do banco.

Joguei um pedaço suculento de picanha, pedi quase impossível de ser ouvido,"pai, sei çá quem você seja, boa noite" e voltei a mesa e comecei a comer, já havia comido metade do prato quando lembrei-me de respirar. Depois de meia hora todos se levantaram e agradeceram, e então o centauro ancião gritou: 

-Vão todos para o anfiteatro para um comunicado urgente. - enquanto todos corriam para pegar os melhores lugares na arquibancada no anfiteatro logo mais abaixo na colina.


Sangue do ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora