Sangue do Zeus

Capítulo 2- O corvette mais leve do mundo

Depois de sermos acompanhados até a enfermaria do colégio, o garoto do 1º veio me agradecer por lhe tirar do campo, ao reparar nele vi que ele havia batido em algum canto pois seu queixo estava roxo, seus cabelos ruivos estavam cheios de terra e seus olhos negros como a noite pareciam estar brilhando no fundo uma aura ardente.

-Ei muleque valeu por me ajudar lá no campo, bora comer algo na cantina? por minha conta viu.- disse ele parecendo estar já estar familiarizado comigo.-qual o seu nome mesmo?

-Jake, e obrigado pelo lanche-falei.- e qual o seu nome?

-Victor, mas pode me chamar de Vi mesmo.

depois de me recuperar mais e ser dispensado da enfermaria fui até a cantina com o Victor e ficamos lá conversando e comendo. Sua aparência toda musculosa e sua altura me intimidou no inicio mas, depois de muito papo vimos que não éramos tão diferentes apesar das idades.

Depois dos pais serem alertados sobre o ocorrido, não demorou muito para Luke me buscar no colégio.

-Entra ai campeão. -falou Luke dentro de seu corvette antigo em frente a portaria.

Passamos a volta inteira falando do jogo e do quanto eu não aguentava mais esses momentos estranhos acontecendo toda hora ao meu redor, pois é nem falei pra vocês, eu sou perito em fazer cagada e a culpa cair pra cima de mim. Aos meus apenas 3 meses de vida minha mãe me contou que havia me deixado com a babá que eu tive na infância só que ela simplesmente sumiu naquela noite e quando minha mãe chegou em casa me viu enforcando duas cobra que estavam dentro do meu berço, enquanto eu dormia tranquilamente com os bichos mortos nas mãos de um bebê recém nascido.   

Meus pensamentos não paravam de rodar em volta desse raio, de certo modo eu achava que estava me protegendo mas mesmo assim quase morri, e para piorar minha mãe não ajudou em nada para eu me tranquilizar.

-Você está bem filho?-disse minha mãe arrombando a porta de casa desesperada atrás de saber o que exatamente ocorreu. -Se machucou JJ?

-não me machuquei mãe, eu estou bem.- falo enquanto ela me abraçava como se fosse um lutador de sumô. -O tempo está muito maluco hoje.

Pela cara que minha mãe fez não era só o tempo louco e parece que ela sabia exatamente o que estava acontecendo, e antes mesmo que eu pudesse perguntar o que poderia ser tudo aquilo, um estrondo na nossa vizinhança fez as vidraças explodirem em mil cacos de vidro.

E eu a pensar que o dia não podia ficar mais estranho, haha pra que eu fui pensar nisso. A umas 3 quadras da nossa casa um monstro gigante vinha em nossa direção, um cachorro minúsculo que outrora vi se transformar em um bicho tão grande que as suas costas facilmente estavam do mesmo tamanho das casas do nosso bairro, uma criatura com a cabeça de um leão com a juba ensanguentada, corpo e cascos de um bode montanhês gigante e uma serpente no lugar do rabo.

eu estava paralisando vendo o bicho procurar de casa em casa atrás de algo. Em meio aos alarmes de carro e gritos das pessoas ouvi minha mãe gritando de dentro do corvette para eu e Luke entramos o mais depressa possível, não sei nem como ela pegou a chave do carro tão depressa mas assim que recobrei controle sobre meu corpo me taquei dentro do carro e minha mãe começou a dirigir para sair da cidade.

-Para onde a gente tá indo mãe?!- falei desesperado ainda tentando colocar o cinto enquanto minhas mãos tremiam.

-Para Nova Iorque meu bem agora se sente e se acalme.- Disse ela como se tivesse se preparado a vida toda para aquele momento.

Pelos 3 segundos em que minha atenção tentou se focar na aula de geografia, LA e NY eram os dois extremos do continente norte americano, minha dislexia não ajuda muito durante as aulas e meu déficit de atenção me faz parar em outro mundo durante as aulas porém sempre consegui estar na média e passar de ano normalmente.

Ao atravessarmos até o final da Long Beach de LA minha mãe subiu no calçamento e adentrou em uma píer vazio, mesmo sendo época de vento ninguém se arriscava a fazer turismo ali e muito menos surfar. Quando voltei minha atenção ao real problema, o píer já estava acabando e minha mãe já estava na casa dos 190km/h, Luke o coitado estava rezando alto e gritando para minha mãe parar, ao fim do píer vi um velho de mais de 40 anos muito familiar com a nuvem a caminho do jogo de interclasse porém em um estalar de dedos do homem ele sumiu e o nosso corvette 69's estava voando a quase mil pés do nível do mar.