Aquela maldita calçada

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Andava pela rua, encarando a foto de sua ex no celular. Chutou uma pedrinha, esquecendo que estava de chinelo, e machucou o dedo. Suspirou, irritada, e continuou andando.

Poucas quadras depois, ouviu um cara assobiar. Levou um susto, instintivamente dando um passo para trás. Não sabia se tinha sido para ela ou não, e quando o viu encarando, rangeu os dentes. Apertou com força a bainha da camiseta, e continuou andando.

O telefone tocou enquanto se perguntava o que mais poderia acontecer para estragar seu dia. Atendeu. Era sua mãe, avisando que seu avô dormira permanentemente. Parou, chocada com a notícia.

Incrédula, começou a chorar descontroladamente. Ajoelhou-se na calçada, à vista de todo mundo. Não se importava com mais nada.

Gritou para o alto, exasperada:

- O QUE AGORA, HEIN?

Tinha mais reclamações para fazer, mas foi interrompida pelo suicida que se jogou da casa cuja calçada ela estava ajoelhada sobre. 

Contos Embaixo da Cama [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora