Ídolo

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Joaquin sempre foi bom em saber se estava sonhando ou não. Certos sinais, como não conseguir ler direito, ter dedos a mais nas mãos, sempre eram fortes indicadores. Entretanto, dessa vez, o indicador não foi nenhum desses sinais. 

Após passar uma tarde inteira de boa com Kurt Cobain, a dedução de que provavelmente estava sonhando foi a melhor que pôde fazer. Mas, no fundo, não importava.

Era o Kurt Cobain!

Aproveitou a companhia do cara o máximo que conseguiu. Tomaram sorvete, desenharam coisas bizarras, tocaram e cantaram todas as músicas que puderam lembrar até ficarem sem voz alguma. Quando estava satisfeito, decidiu que era hora de acordar.

Fechou os olhos, e disse em voz baixa

- Quero acordar.

Esperou...

E nada.

Estranho.

Fez de novo, de novo e de novo. Mas absolutamente nada aconteceu. Continuava preso. Quando o desespero começou a bater, seu bom amigo Kurt tocou seu ombro, chamando-o.

- Sim, cara? – perguntou.

Kurt sorriu, e o esfaqueou no estômago. O rapaz caiu de joelhos, extremamente confuso. Ele olhou para Cobain, se perguntando o porquê. Kurt então tirou uma espingarda das costas (que não estava lá um milésimo de segundo antes), e atirou na cabeça do garoto.

Do outro lado da realidade, no mundo real, a criatura que o induziu a ter o sonho se deleitava com seu fígado, rindo e pensando que realmente não devemos conhecer nossos ídolos.

Contos Embaixo da Cama [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora