Haveria alguém melhor?

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Bora ...

Boa leitura!!!

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Se pedirem para escolher entre quatro demônios, o feio, o mau, o bom e o cara bom, a quem escolheria? No final agarraria o cara bom… Não? Pois o mesmo com os amos. 



Não havia iluminação muito boa. Não se ouvia nada; mas, para Piper, inclusive o silêncio era mais inquietante que qualquer som que pudesse soar nas salas desse clube. 

Porra, estava disfarçada. Nunca teria imaginado que em Nova Orleans pudesse haver algo assim; embora, por outro lado, onde haveria algo assim a não ser em Nova Orleans? 

— Estão isoladas de som? — perguntou enquanto roçava com os dedos numa das portas metálicas. 

— Sim. É o único modo de manter o que se faz aqui em segredo. 

Todas tinham cores diferentes. No final, se divisava uma porta preta e grande com uma leoa dourada que servia de trinco. 

Alex. Leoa. 

Queen. Rainha. 

Piper atou os fios e chegou à conclusão que Alex era a Rainha Leoa dentro do mundo do BDSM. 

Ela tirou a chave e abriu a porta. 

Pressionou o interruptor e a espartana sala se iluminou com uma luz azulada e tênue. 

— Neste local há muitas salas diferentemente ambientadas. Têm salas vermelhas, medievais, salas dungeons, sala fetiche e salas nuas, como esta. Todas estão equipadas com todos os brinquedos necessários. As vermelhas dispõem de completo material para as práticas SM: cama de tortura, trono, cruz de Santo André, armadilhas, jaulas, potros, varas e chicotes de diferentes extremidades… As medievais contam com sua própria prisão, cama de estiramentos, pontos de suspensão, cadeiras de tortura… E a sala fetiche dispõe de roupa de couro, látex, pvc, botas, sapatos, anteface, máscaras…

Piper escutava e não escutava.

Estava consternada pela crueldade daquela sala, e isso por que não tinha nada. Só duas vigas de madeira ancoradas ao chão com duas correntes penduradas na parte superior. Nada mais. A parede estava descascada e o chão era de cimento. A sala cheirava a algo menos forte que amônia, como se a tivessem limpado e desinfetado. Nesses lugares haveria lágrimas, suor e muitos fluidos que depois deviam desaparecer daí por questão de higiene. 

Piper não queria nem imaginar o que acontecia entre essas paredes. 

Uma vez, na universidade, sua amiga Marisa, que trabalhava em Nova Orleans como assistente jurídica, disse que as mulheres deviam ter em seu interior um anjo e um demônio, uma Santa e uma vadia. 

Pois bem, diante daquela situação, a Santa Piper fazia cruzes. Mas “a vadia” Piper arqueava uma sobrancelha espectadora e curiosa. 

— O que fazemos aqui? — embora soubesse muito bem. 

— Vai fazer uma escolha. É sua vez. 

Três homens entraram na sala. 

Vestiam-se com calças de couro e estavam descalços. Um deles era calvo e robusto, de olhos claros; o outro era alto, muito musculoso, bonito, com longo cabelo negro e olhos escuros, mas de aspecto um tanto gótico; e o terceiro era… um homem mais velho, muito atrativo, mas lembrava seu pai. 

Dragões e Masmorras DSOnde histórias criam vida. Descubra agora