"And the Oscar goes to...Piper Chapman por seu excelente papel"

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Um amo apaixonado desnuda sua alma mais, inclusive, que sua submissa


Alex escutou a porta fechar. Não iria atrás dela. Não o faria. Tinha que se manter forte em sua decisão. Piper a desobedeceu: trouxe Magnus para sua casa. E estavam no alpendre onde jantaram na noite anterior com seus pais.

A tocou? Fez algo com ela?

Pensar nisso, sabendo que Piper só tinha recebido seus cuidados durante os últimos dias, a enervou. A deixava doente, porra.

Alex ultrapassou a linha essa noite.

Mas se queriam continuar trabalhando juntas sem que todo o assunto emocional as salpicasse, deviam cortá-lo imediatamente.

Ela fingiria que não se lembrava do acontecido; e a traição ao trazer seu caso para sua casa quando a estava disciplinando facilitava para manter sua nova atitude.

Mas não fingia. Sentia-se traída por ela de verdade, e seu sombrio coração doía. Se não fosse assim, para que Piper traria Magnus para sua casa se não era para ficar com ele?

Não sabiam que ia chegar antes, e por isso os pegou. Era verdade que não estavam se beijando nem estavam nus, mas sua atitude, cheia de cumplicidade e paquera como boas preliminares, já dizia muito. E não precisava saber mais.

O moreno a teria levado para a cama cedo ou tarde. E Piper não teria resistido, porque Magnus já estava em sua vida antes dela irromper em seu mundo. E certamente sentia falta dele.

Sentia falta do sexo convencional e que alguém como Magnus a agradasse sem ter que levá-la ao limite de sua resistência.

Estirou-se na cama e cobriu seus olhos com seu musculoso antebraço.

Chutou o colchão com o calcanhar e se repreendeu por ser tão dura com ela.

Esperaria que chegasse e conversariam.

Mas esperou várias horas, passou a hora de comer e Piper não chegou.

Ligou para seu iPhone e escutou como o telefone soava na cozinha, sinal que o deixou ali.
Onde teria ido? Teria almoçado?

Correria muito com o carro?

Saiu chorando, isso com certeza. Alex escutou os soluços enquanto a jovem se afastava e se metia em seu mini. Ela tampouco comeu, tinha o estômago apertado.

Teria ido para seu amigo, o policial?

Estaria chorando para ele, falando do quanto era malvada sua ama?

Retornou várias horas depois, quase ao entardecer.

Não parou de dirigir em nenhum momento. Seu carro era seu lugar de meditação; e, enquanto as rodas corressem, ela podia se concentrar na estrada e não em tudo o que Alex cuspiu com sua cruel língua.

Alex lhe deu uma lição: uma lição para não construir castelos no ar, para não se iludir com alguém que conhecia desde pequena e que a noite passada a fez se sentir como uma mulher querida e adorada.

Foi tudo mentira; e saber disso resultou muito amargo e duro.

Mas o que não era mentira eram a dominação e a submissão, sua disciplina, sua domesticação, sua irmã em apuros, e o caso que tinha entre as mãos.

Foi tão tola... Tanto. Uma noite divertida em família, Alex relaxada e engraçada, ambas na cama se acariciando, rindo e se tocando sem cordas, nem floggers nem ordens... Quis acreditar que havia algo mais em sua docilidade e em sua amabilidade. Mas não havia.

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