Capítulo 59 ~ Malia

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MALIA

- Você está me ignorando? - Jake perguntou assim que entramos no uber para ir em direção ao estacionamento daquele bar horrível onde deixei meu carro.

Confirmei sua pergunta apenas continuando a ignorá-lo. Cretino.

Se você está se perguntando o porquê da raiva que estou sentindo, bom... Basicamente é por causa daquele sentimentozinho nojento que todos temos e que não gostamos de ter. O ciúmes.

Sim! Me julguem. Não gostei nem um pouco da declaração do meu irmão. Eu sei que não tenho nenhum motivo para estar com ciúmes, mas é isso que torna o ciúme nojento, ele nos deixa raivosos. No meu caso, o ciúme não tem um bom motivo. Por várias razões, como: 1) Eu e Jake não temos um relacionamento de namorados; 2) Jake não me deu nenhum motivo para sentir ciúmes dele; 3) Quando Jake ficava com milhares de meninas depois da Universidade, ainda não ficávamos; e 4) Apesar de não termos relacionamento, Jake e eu basicamente decidimos fidelidade enquanto ficamos e eu confio nele.

Mas quer saber? Só a parte em que eu lembro que Jake ficava com milhares de meninas já me chateia o suficiente, portanto foda-se todos os motivos listados.

- É, parece que você está me ignorando - ele diz por fim, quando percebe que esperar uma resposta minha naquele momento seria inútil. E eu estou fazendo isso por ele e pelo motorista do uber. Se eu fosse responder não seria de forma educada, era bem mais provável que fossem vários xingamentos em português.

Viro em direção a ele e constato que não deveria ter feito. Cretino irresistivelmente lindo. Aqueles olhos verdes sugando toda a sanidade e a raiva que estou sentindo.

Jake pisca os olhos um par de vezes para mim, me banhando com todo seu charme e magnetismo sexual. Quantas vezes ele já deve ter feito isso pra outra garota? Droga. Estou parecendo uma psicopata neurótica, louca e ciumenta. É só porque a mera consideração dele ficando, beijando ou tocando em outra garota, me quebra. Eu odeio sentir isso.

- Você está fazendo aquilo - Jake disse pra mim com um humor em sua voz me ajudando a ignorar as vozes da minha cabeça.

Idiota.

- Aquilo o quê? - pergunto. Eu tenho que parar de ser curiosa e ser mais firme no quesito ignorar pessoas.

- O olhar de que está em dúvida se me beija, ou me agride - diz me enviando um de seus sorrisos de molhar calcinhas, mas que também é irritantemente petulante.

- Estou mais inclinada a efetuar a segunda opção - falei, apesar de ser mentira. Na verdade as duas estão bem empatadas.

- Não está não, gata - colocou a mão em minha coxa e deslizou seu dedo em círculos. Círculos que ele já havia desenhado em outra parte de mim, tal parte que já vibra, não sei se de antecipação ou apenas da lembrança.

O empate acabou.

Corpo traidor.

- Não precisa ter ciúmes, gata - trouxe sua boca habilidosa para uma parte do meu pescoço que me fez suspirar.

- Você está me...

- Eu estou... - me incentivou a continuar, mas eu levei seu olhar aos meus seios que deixam mais que claro, graças a falta do sutiã, o fato dele estar me excitando - Parece que estou mesmo - disse como se não tivesse ideia do que aqueles seus gestos faziam com meu corpo e minha sanidade.

- É, mas se você continuar, não é só você que irá notar - sussurro em seu ouvido e em seguida faço um gesto em direção ao motorista que estava com os olhos praticamente grudados no retrovisor. Filho da puta sem respeito. Tão discreto quanto uma escola de samba.

Sorte sua que eu te amo.  Onde histórias criam vida. Descubra agora