MALIA
- Você está me ignorando? - Jake perguntou assim que entramos no uber para ir em direção ao estacionamento daquele bar horrível onde deixei meu carro.
Confirmei sua pergunta apenas continuando a ignorá-lo. Cretino.
Se você está se perguntando o porquê da raiva que estou sentindo, bom... Basicamente é por causa daquele sentimentozinho nojento que todos temos e que não gostamos de ter. O ciúmes.
Sim! Me julguem. Não gostei nem um pouco da declaração do meu irmão. Eu sei que não tenho nenhum motivo para estar com ciúmes, mas é isso que torna o ciúme nojento, ele nos deixa raivosos. No meu caso, o ciúme não tem um bom motivo. Por várias razões, como: 1) Eu e Jake não temos um relacionamento de namorados; 2) Jake não me deu nenhum motivo para sentir ciúmes dele; 3) Quando Jake ficava com milhares de meninas depois da Universidade, ainda não ficávamos; e 4) Apesar de não termos relacionamento, Jake e eu basicamente decidimos fidelidade enquanto ficamos e eu confio nele.
Mas quer saber? Só a parte em que eu lembro que Jake ficava com milhares de meninas já me chateia o suficiente, portanto foda-se todos os motivos listados.
- É, parece que você está me ignorando - ele diz por fim, quando percebe que esperar uma resposta minha naquele momento seria inútil. E eu estou fazendo isso por ele e pelo motorista do uber. Se eu fosse responder não seria de forma educada, era bem mais provável que fossem vários xingamentos em português.
Viro em direção a ele e constato que não deveria ter feito. Cretino irresistivelmente lindo. Aqueles olhos verdes sugando toda a sanidade e a raiva que estou sentindo.
Jake pisca os olhos um par de vezes para mim, me banhando com todo seu charme e magnetismo sexual. Quantas vezes ele já deve ter feito isso pra outra garota? Droga. Estou parecendo uma psicopata neurótica, louca e ciumenta. É só porque a mera consideração dele ficando, beijando ou tocando em outra garota, me quebra. Eu odeio sentir isso.
- Você está fazendo aquilo - Jake disse pra mim com um humor em sua voz me ajudando a ignorar as vozes da minha cabeça.
Idiota.
- Aquilo o quê? - pergunto. Eu tenho que parar de ser curiosa e ser mais firme no quesito ignorar pessoas.
- O olhar de que está em dúvida se me beija, ou me agride - diz me enviando um de seus sorrisos de molhar calcinhas, mas que também é irritantemente petulante.
- Estou mais inclinada a efetuar a segunda opção - falei, apesar de ser mentira. Na verdade as duas estão bem empatadas.
- Não está não, gata - colocou a mão em minha coxa e deslizou seu dedo em círculos. Círculos que ele já havia desenhado em outra parte de mim, tal parte que já vibra, não sei se de antecipação ou apenas da lembrança.
O empate acabou.
Corpo traidor.
- Não precisa ter ciúmes, gata - trouxe sua boca habilidosa para uma parte do meu pescoço que me fez suspirar.
- Você está me...
- Eu estou... - me incentivou a continuar, mas eu levei seu olhar aos meus seios que deixam mais que claro, graças a falta do sutiã, o fato dele estar me excitando - Parece que estou mesmo - disse como se não tivesse ideia do que aqueles seus gestos faziam com meu corpo e minha sanidade.
- É, mas se você continuar, não é só você que irá notar - sussurro em seu ouvido e em seguida faço um gesto em direção ao motorista que estava com os olhos praticamente grudados no retrovisor. Filho da puta sem respeito. Tão discreto quanto uma escola de samba.
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Sorte sua que eu te amo.
RomanceMalia Slather a caçula entre três irmãos está na cidade depois de um tempo fora. Após um evento traumático, as vezes distância é oque mais ajuda. E cinco anos não foram suficientes para Malia superar, mas ajudou bastante. Após acabar o ensino médio...