Capítulo 26 ~ Malia

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MALIA

- Não! Por favor, não!

- Shi!! Fica quieta. Eu já falei pra você calar a boca! - o homem com uma tatuagem de caveira na mão direita gritava comigo enquanto amarrava cada vez mais forte meu braço na cadeira.

- Ela está com medo - falei chorando - Me deixa ver se ela está bem - gritei.

- Se você continuar fazendo barulho ela não vai ficar bem. Me entendeu?

- Me deixa ver - gritava e chorava ao mesmo tempo.

- Não! - o seu tapa me atingiu com força, o anel cortou meu rosto, e mesmo assim eu queria ir até ela - CALA A BOCA! - tentei, mas não consegui parar de chorar.

- Malia! - Dany chorava enquanto chamava por mim.

- Controla sua irmã, está escutando? Ou eu mato ela e você - disse empurrando uma faca em meu peito.

A dor da faca me cortando trouxe-me uma lucidez, e nesse momento eu me controlei. Eu sou a mais velha, minha irmã precisa de mim.

- Eu vou ficar bem, Dany. Fica quietinha tá!? Tudo vai ficar bem.

- Eu quero ir pra casa - Dany não parava de chorar.

- Eu sei, Dany, eu também. Me deixa ir até ela por favor. Eu posso acalmá-la - pedi ao homem mais uma vez.

- Eu mesmo vou acalmar vocês - disse e saiu. Quando voltou, ele estava com uma seringa na mão. Foi até Dany.

- O que você está fazendo? - gritei - Sai de perto dela! - comecei a me debater na cadeira tentando me soltar das cordas, mas eu não conseguia.

Ele injetou a agulha nela, e em pouco tempo ela dormiu.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? ME FALA! - ele veio até mim.

- Eu faria o mesmo com você, mas acabou - disse me mostrando a seringa vazia - Vou ter que te colocar pra dormir de outro jeito.

Ele fechou suas mãos no meu pescoço e começou a apertar com muita força. Meus olhos começaram a fechar...

- Sai de perto de mim - falei me debatendo - Sai!

- MALIA!

- Não! Por favor, não!

- Malia, acorda! - quando abri os olhos lá estava Nick segurando meus braços.

- Não... - falei chorando. O ar estava indo embora - Eu vou morrer - falei pausadamente. Não estou conseguindo respirar.

- Calma. Respira! Você está bem - disse segurando meus braços - Está tudo bem, basta você respirar devagar, tá!?

- Meu.. peito... ele... ele...

- Ele não vai explodir. Se acalma. Olha aqui - ela pegou minha mão e colocou em cima do meu coração - O seu coração está batendo. Está vendo? Você não vai morrer. Vai ficar tudo bem. Vamos contar de um a dez, ok!?

- Ok...

- Vamos... Um

- Do... dois...

- Isso. Está ótimo. Continue.

- Trê... três. Qua. Quatro. Cinco. Seis. Se... sete. Oito. Nove. Dez.

Parei de suar e tremer na terceira repetição. Meus batimentos se estabilizam, e finalmente eu parei de achar que iria morrer.

- Você está bem? - Nick me perguntou.

- Sim. Obrigada - comecei a chorar novamente. Eu não sei oque eu faria sem ela.

Sorte sua que eu te amo.  Onde histórias criam vida. Descubra agora