MALIA
Bem, não teve aquela vez em que eu disse que não era boa em ver pessoas sofrendo? Pois é. Agora tenho mais certeza que nunca.
Não sei se é porque é o Jake que acabou de ser jogado no chão... Provavelmente, pois quando foi o cara do time adversário eu meio que gritei comemorando.
- Hoje tá difícil - Nick sussurra perto de mim.
- Mas eles ganham - digo sem muita convicção.
- Claro. Não é só porque está empatado, faltando dois minutos e nosso time já está cansado que quer dizer que não vamos ganhar - responde balançando a cabeça.
- Que isso? Primeiro: você é uma líder de torcida, finja felicidade e confiança. Segundo: tô chocada que você esteja entendo o jogo. Muito bem, amiga - digo comemorando.
- A gente já teve que assistir jogo demais, uma hora eu teria que aprender - ela fala meio sem saco pra o jogo, mas quando eu balaço os pompons ela coloca um sorriso no rosto, grita e bate palmas.
E isso me faz rir também. Mas eu logo paro de rir quando os meninos voltam a sua formação e Jake olha pra mim antes do juiz apitar para que tenha o último lance.
Olho se nenhum dos meus irmãos estão olhando e mando um beijo pra ele, assim como faço um sinal com as mãos pra que ele acabe com a raça do outro time.
E bem, ele faz exatamente o que eu disse. Quando Jake faz o último touchdown o jogo acaba e nós somos os vencedores.
Vejo Jake vindo em minha direção, mas graças a Deus o time lhe interrompe, abraçando-o. Meu Deus, por pouco.
Eu e Nick pulamos com o resto das líderes e comemoramos, assim como pouquíssimas pessoas na arquibancada.
Bastou nós começarmos a nos arrumar para votar ao vestiário que Nick pergunta:
- O que você ia me contar? Fala - ela até que se segurou mais do que eu pensei. Tô surpresa.
- Espera. Não pode ser aqui, e eu tenho que falar pra o Jake também.
Ela revira os olhos e corre até Jake que está passando na nossa frente e começa a lhe apressar. O que ele faz assim que sabe que eu tenho uma coisa a contar.
Mas ele não vai antes que eu note seu cabelo bagunçado, o suor no sei corpo e sua boca na garrafa de água. E nesse momento eu cogito não contar nada a ninguém agora e sim ir transar com meu quarterback estrela.
Pegamos o ônibus para voltar ao hotel e enquanto o resto do time está planejando como fugir para ir à festa do time adversário, eu estou pensando como contar tudo que descobri. Será se tem um bom jeito de falar? Ou o menos pior já serve?
Enquanto esperávamos Jake minha ansiedade falou mais alto e eu tive que dá umas voltinhas no corredor. Só pra dá uma acalmada.
Decido ir mais longe, e pego o elevador do prédio e afim de descer e comprar um chocolate ou algo do tipo. Quando a musiquinha de elevador começa a tocar, percebo que a conheço de algum lugar. E como eu não dormiria a noite sem saber que música é essa, pego meu celular e coloco para gravar.
Saio do elevador ainda entretida com meus pensamentos e percebo que não deveria ter feito isso no minuto em que meu corpo se choca com o de outra pessoa, e para meu total azar, Trixie está bem ali na minha frente.
- Cuidado, cunhadinha.
- Não por muito tempo - digo, sorrindo largamente pra ela.
- Que isso? Não fale assim na frente da mulher e filho do seu irmão. As pessoas podem pensar que você não gosta de mim.
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Sorte sua que eu te amo.
RomanceMalia Slather a caçula entre três irmãos está na cidade depois de um tempo fora. Após um evento traumático, as vezes distância é oque mais ajuda. E cinco anos não foram suficientes para Malia superar, mas ajudou bastante. Após acabar o ensino médio...