Capítulo 15 ~ Malia

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MALIA

Bati na porta da casa de Nick trezentas vezes e nada de ninguém vir abrir. Será se não tem ninguém em casa?

É bom ter, porque está um frio do caralho e eu estou toda molhada, pra eu morrer é bem rapidinho.

Virei pra ver se tinha algum carro estacionado na garagem, e tinha. Quando voltei minha atenção para a porta da casa, que agora estava aberta, dei de cara com o corpo mais gostoso que eu já vi na minha vida, sendo coberto apenas por uma toalha.

Jesus? Sou eu de novo. Obrigada viu!?

- Gosta do que vê?

Quando olhei para o rosto do dono desse corpo escultural, a atração foi substituída por vergonha.

Jake estava me olhando com um sorriso convencido no rosto. Também, não era pra menos, eu estava quase babando.

Que vergonha Malia, que vergonha.

- Você pode me deixar entrar logo? Eu estou morrendo de frio - falei passado por ele - Nick está em casa? - perguntei tirando o casaco de zíper que agora estava encharcado.

- Não - falou baixo. Mas ele não estava me olhando nos olhos, era mais pra baixo... Ele tá olhando para os meus peitos?

- Gosta do que vê? - repeti sua frase, estampando um sorriso.

- Eu só estava vendo você molhando toda a cozinha - falou depois de engolir em seco.

Claro, era isso.

- Eu vou pegar uma toalha pra você - disse. E eu não parava de pensar em como poderia ser a que ele estava usando - Enquanto isso você pode ir pegar uma roupa de Nick emprestada antes que você pegue um resfriado - disse e saiu.

Então tá, né.

Nick é mais baixa e mais magra que eu, portanto todas as suas roupas ficava minúsculas em mim. Peguei o maior moletom que eu vi, e um short de moletom também.

O secador não estava no quarto, então só podia estar no banheiro. Me abaixei, ficando de quatro para pegar o secador que estava no cesto embaixo da pia. Revirando as coisas, rapidamente achei o secador, e uma caixinha... de camisinhas? Sim, é isso mesmo.

- Caralho.

Levantei a cabeça rápido tentando cobrir o pacote de camisinhas que não é da minha conta, e sem prestar atenção bati a cabeça na borda da pia.

- Ai.

- Meu Deus. Você tá bem? - Jake perguntou se agachando ao meu lado.

- Estou sim, sempre que possível eu bato minha cabeça na pia - falei irônica.

- Engraçadinha, você cortou a testa. O que você estava procurando?

- O secador. Tá muito feio o corte? Diz que não foi fundo pelo amor de Deus.

- Não foi não. Vem - me puxou para ficar em pé - lá na sala tem um kit de primeiros socorros. Desce pra lá com cuidado - lhe mostrei o dedo do meio - que eu vou pegar a toalha.

Desci pra sala morrendo de vergonha. Como é que eu sou tão estabanada assim? Eu sou boa em combate corpo a corpo, sei lançar facas tipo o Diego, e me assustei com a voz do Jake? E eu não estava fazendo nada de errado. Não é?

Não é como se eu estivesse procurando camisinhas. Eu apenas achei por engano.

Ele desceu as escadas e me entregou a toalha.

- Senta no balcão da cozinha - falou enquanto apontava para lá - Você fica muito baixa aí no sofá - disse e saiu para pegar o kit de primeiros socorros.

Muito baixa? até parece. Eu tenho 1,70, ele é que é um poste.

Quando ele voltou eu já estava no balcão da cozinha secando meus cabelos. Tão higiênico...

- Beleza, você vai dizer porque se assustou? - ele perguntou enquanto ia até a pia molhar um algodão.

- Porque eu estava em completo silêncio, apenas escutando o barulho da chuva, aí do nada eu escuto "caralho" baixinho.

- Talvez doa um pouco - falou. Ele tá tentando mudar de assunto.

- Você quer me dizer porque falou "caralho"?

- Eu me assustei com você - isso é mentira, mas eu não consigo me concentrar para dizer isso. Ele está muito perto, o hálito com um cheiro de menta brincando com meu olfato e com meu juízo.

- Hum... - falei sem desviar a atenção do lábio dele.

Ele pegou outro pano para secar o corte, que por sua vez já estava limpo.

O toque dele me deu arrepios. E ele percebeu. Que incrível. REALMENTE INCRÍVEL.

- Tá doendo? - Ele perguntou baixinho.

Neguei com a cabeça. O ar daqui tá muito pesado, não está dando pra respirar, quanto mais responder com palavras.

Ele se aproximou ainda mais, pegou um band aid e colocou em cima do corte.

Jesus, eu tô com calor...

- Pronto - sussurrou

Eu soltei um respiração que não sabia que estava segurando, mas sem desviar a atenção dos olhos, que revezavam-se com os lábios dele.

Por que ele não se afastou? Ele disse que já estava pronto.

Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, e no segundo seguinte estávamos com os lábios colados um no outro.

Ele coloca a mão no meu pescoço e segura firme, abro a boca pra soltar um gemido, não sei se de pura alegria, ou de muito tesão, só sei que ele aproveita para juntar nossas línguas.

A sensação foi perfeita, não tem outra palavra para descrever.

Jake sabe oque está fazendo, ele me beija lento, ao mesmo tempo com força e habilidade.

Eu nunca fui beijada assim.

Suas mãos variam entre minha nuca, minha cintura e minhas coxas.

Meu peito está colado ao dele, e minhas mãos brincam com seus cabelos.

Abro as pernas para deixar ele se aproximar mais, mas em vez disso ele quebra o beijo, e assim como eu, respira com dificuldade.

- Isso foi um erro - Ai.

- Tá...

- Não Malia, não foi isso que eu quis dizer - disse passando as mãos no rosto - É só que isso não tá certo. Você é... - cortei ele antes de acabar a frase.

- A pequena Malia, a irmãzinha dos seus amigos. Eu sei - disse descendo do balcão.

- Não é isso.

- É isso sim, mas tanto faz, foi um erro - cuspi as palavras dele.

Que ódio, que ódio.

- Malia, vamos conversar - veio me seguindo até a porta.

- Não precisa. Foi apenas um erro que nunca mais vai se repetir. Se sua preocupação é que meus irmãos saibam, você pode ficar tranquilo, não vou falar nada.

- Claro que não é isso. E eu não quis dizer que foi um erro, eu me expressei mal - falou segurando meu meu braço.

- Você quis dizer sim - me soltei dele - e não precisa tentar se explicar, eu não ligo.

- Malia - falou bagunçando o cabelo com raiva.

- Eu não ligo Jake. Eu já vou indo. Foi só um beijo. Não seria diferente com qualquer outra pessoa - me arrependi assim que as palavras saíram de minha boca, porque era mentira.

- Beleza - falou puto - Então com certeza isso foi um erro.

- Por favor diz para Nick levar meu celular lá pra casa depois.

E eu saí. Aquela discussão não ia levar a nada. A não ser aumentar meu ódio, ou fazer com que eu mandasse ele tomar no cu.

Sorte sua que eu te amo.  Onde histórias criam vida. Descubra agora