Prólogo

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Tw: suicídio, abuso sexual

Elizabeth Jones era uma viúva que residia na brilhante cidade de Nova Orleans, junto de sua única filha, Eleanor.

Sua história de amor não fora tão feliz como ela sonhava quando criança.

A mulher quase perdera o marido em uma Guerra que aconteceu entre alguns países Europeus e os Estados Unidos.

Graças a Deus. Ela pensava. O marido tinha conseguido se livrar da dor da morte.

Mesmo conseguindo passar da morte na Guerra, que mais tarde seria apelidada de "A Grande Guerra", o Senhor Jones viveu seus últimos momentos de vida lutando contra demônios internos e lembranças de seu passado em campo minado, até que não aguentou a própria cabeça, e tirou a própria vida, na sala de estar, deixando a esposa grávida e desamparada.

Elizabeth se viu sozinha com a filha, a única solução para seus problemas seria se casar de novo, conquistar um homem disposto a tomar conta dela e da pequena Eleanor. Porém, seu amor por Carl não deixou que ela seguisse em frente, e não era como se muitos homens quisessem cortejar viúvas grávidas naquela época.

Ela cuidou da filha sozinha, com a ajuda de pequenos trabalhos que fazia como doméstica.

Essa foi sua maneira de se sustentar nos anos seguintes.

Elizabeth nunca se importou com olhares maldosos, de pessoas que a julgavam por não ter alguém. Ela só se importava com a saúde e bem estar da filha e nada mais.

Naquela manhã de sexta-feira, Elizabeth acordou sentindo um mal estar no peito, ela zelou sobre a segurança da filha de onze anos e por isso a levou até a porta escola.

Eleanor quase brigou com a mãe, por tanta preocupação que ela achava ser desnecessária, mas deixou de lado, afinal era apenas preocupação de mãe.

— Vou chegar tarde hoje, o professor Gibs disse que irá me ajudar com a matéria de anatomia. Eu não entendi o assunto direito — a mais nova diz, ao se despedir da mãe.

De novo, Elizabeth sente o peito apertar, a alertando de que algo aconteceria.

— Eu venho te pegar, filha. Uma hora está bom para vocês estudarem? — a mais velha pergunta.

A menina pensou, assentindo.

— Tudo bem, eu te amo. Fique bem — 

Eleanor disse à mãe que também a amava e se despediu.

•••

O relógio marcava duas da tarde, Elizabeth acabava de preparar o almoço rápido, para depois ir buscar a filha.

Segurando um pote de vidro com lentilhas, ela se vira, logo deixando o mesmo cair ao ver a filha à sua frente. A saia de seu uniforme escolar, agora atingindo uma cor avermelhada, que a mulher mais velha adivinhou ser sangue.

— Filha? — a mãe perguntou passando com o salto por cima do vidro e indo de encontro a filha, que não falava nada, não chorava, apenas olhava fixamente para o nada, tremendo como se estivesse com frio.

Elizabeth pegou a mais nova no colo, indo até o sofá mais próximo e a deixando ali. Ela tirou os fios de cabelo do rosto da filha, implorando que a menina lhe dissesse o que estava acontecendo. Ou o que havia acontecido.

A Detetive de um Caso Perdido •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora