Capítulo 5: Merry Christmas

2.6K 336 336
                                    

Eleanor bufou ao ouvir a voz da mãe, mais uma vez insistindo que ela voltasse para casa. Agora era quase impossível.

A neve caia forte em Manhattan, fazendo com que todas as viagens fossem canceladas.

— Eu não me preocupo comigo, mãe. Vou ficar bem. Mas e você? Como vai ficar sem mim? — Elizabeth soltou uma risada fraca, antes de dizer que havia sido convidada a passar natal com um amigo — Que amigo, mamãe? —

Carl — a mais velha responde simples.

— Por favor, me diga que é o Carl nosso vizinho, e não o carteiro, Carl. Sabe que eu não gosto daquele homem —

É o nosso vizinho. Eu já aprendi a seguir seu sexto sentido em relação a homens

Não era apenas com homens, mas Eleanor podia sentir quando a pessoa era realmente boa, ou quando não era. Era como se ela tivesse um sexto sentido para quando se sentisse ameaçada.

Uma coisa que ela não contou para a detetive O'Connell, é que ela sentiu seus sentidos aguçados ao falar com o marido dela.

Eleanor não queria se precipitar, mas não havia gostado muito do homem. O fato de ele não ser fiel à esposa e filha contribuíram pra isso.

E você vai passar natal com quem? — a mãe pergunta.

— Não sei, mamãe. Acho que vou comprar comida congelada e ficar na pensão — Na hora que Eleanor diz isso, Billie sai de sua sala, a olhando — Preciso ir, mamãe. Até —

Até, Nell. Se cuide

— Você também — a filha respondeu antes de devolver o telefone para o gancho, que ficava na mesa da secretária — Obrigada por me deixar o telefone — Eleanor agradeceu.

A ruiva olhou para as duas mulheres indo para a sala e negou.

Assim como todas as amantes de Erza, depois de passar uma noite ao lado da detetive, ela se viu presa a ela. Querendo mais, e mais de algo que ela nunca teria.

Billie não deu nada que a moça queria, e ainda estava a ponto de demiti-la por toda a insistência.

— Eu ouvi certo? Vai passar o Natal na pensão comendo comida congelada? — Billie perguntou sentando em sua mesa, observando a detetive a sua frente.

— É feio ouvir a conversa das pessoas, detetive O'Connell — Eleanor responde rindo.

— Não respondeu minha pergunta, Jones — Billie insiste com um olhar intimidador.

Fazia algumas semanas do encontro das duas no parque. Depois daquele episódio as duas excluíram de suas mentes o que havia sido conversado no dia, e focaram suas atenções para o caso.

Juntas as duas reviram todas as cenas de crime, procurando por novas pistas, ou por algo que as levasse até o assassino.

Billie já estava se sentindo frustrada, ela era detetive há mais de seis anos e nunca, nunca tinha enfrentado um caso tão difícil e sem pistas. Não tinha nada a seu favor.

Ela tinha as suas suspeitas, mas diferente das outras vezes, os fatos simplesmente não se encaixavam.

— Não vou poder ver minha mãe em Nova Orleans. As viagens estão canceladas, e amanhã já é véspera de Natal — ela suspirou, olhando para a pilha de fotos a sua frente.

Eram polaroides das cenas do crime. Que já foram vistas milhares de vezes por ambas detetives.

— Está convidada para o nosso Natal. E eu não aceito "não" como resposta —

A Detetive de um Caso Perdido •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora