Capítulo 31: Always in my heart

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Billie estacionou o carro onde queria, o desligando e dando uma olhada no espelho do retrovisor.

Ela observou a mulher ali atrás chorar de soluçar, enquanto Abel a encarava. Seus olhinhos curiosos tentando saber porque ela chorava tanto.

Elizabeth estava chorando fazia horas. Billie se perguntava de onde vinham tantas lágrimas, parecia que nunca se acabariam.

Ela não entendia, claro que não.

Era acostumada a guardar suas lágrimas, e eram raros os momentos que ela explodia.

Então, mesmo que ela quisesse chorar, mesmo que o choro estivesse preso em sua garganta, ela não chorava.

Depois de toda a tragédia, de tudo o que aconteceu, ela não chorou.

Faziam dias que ela escondia o que sentia, e comprimia seu choro.

— Vamos, Liz. Temos que ir — a mais velha assentiu, entregando o bebê para Billie, dando lugar para que ela pegasse um buquê de lírios branco.

A detetive colocou a filha para andar, e foi dando passos lentos até a lápide.

O clima estava frio e chuvoso naquele dia. Faziam alguns dias que estava assim, porque era fim de primavera, e o outono estava às portas. Billie pensava em outra coisa. Parecia que os deuses sabiam que aquela ocasião não era propícia para um clima bom e ensolarado, por isso a chuva, e o clima pesado.

— Eu não consegui te perguntar... Conseguiu pegá-lo? — Elizabeth perguntou, segurando um lenço que ela usava para secar suas lágrimas.

Billie se lembrou imediatamente daquela manhã.

Depois de dias procurando pelo ex marido, ela conseguiu chegar até Erza.

Mesmo há três dias atrás, quando April teve seu parto em casa, com a ajuda de uma parteira. Erza não apareceu.

Billie estava lá, ela queria estar lá com April, e ela pensava lá no fundo, que Erza apareceria para ver o nascimento do filho.

Ele não apareceu.

No fim, não era um filho, e sim filha. Erza ganhara mais uma menina.

A menina nasceu como a mãe, ruiva e repleta de sardas. April chorou, encontrando finalmente um sentido em sua vida miserável.

Mais tarde, a detetive recebeu algumas ligações de Dawson, antigo colega de trabalho, dizendo que havia visto Erza andando pelas ruas de Los Angeles, Califórnia.

Ela viajou no mesmo dia, e foi em cada hotel, motel de estrada e pensão procurando por ele.

O encontrou em um hotel em Hollywood, e ela jurou, Erza nunca esteve tão desprezível.

Suas olheiras profundas denunciando que ele estava dias sem dormir, assim como parecia que fazia dias que ele não via um banho.

Billie pensou que Erza estava assim, pois não podia acreditar que havia matado alguém.

Quando na verdade, ele estava assim porque ele soube, que havia perdido Billie para sempre.

Quando o viu, a detetive sentiu uma raiva fora do comum, ela quis bater nele, quis matá-lo por todo o mal que ele causou, pelas pessoas que ele matou.

Mas ela não conseguiu.

Billie não era Eleanor. Eleanor mataria o homem sem dó, o faria sofrer, e naquele momento, Billie quis que Eleanor estivesse com ela.

Ela não conseguiu fazer menos que recitar seus direitos, e lhe dar voz de prisão.

Se sentia tão fraca por isso.

A Detetive de um Caso Perdido •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora