Capítulo 32: It's not a happy ending. Not yet.

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O epílogo saí semana que vem.
Boa leitura, amo vocês

Eu realmente não sei escrever finais

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— Pronta? — Eleanor perguntou para a companheira, vendo a mulher de pé em frente a lareira.

Billie não fazia ideia do que Eleanor queria lhe mostrar, mas pela animação da mulher, ela sabia que era algo bom.

A detetive assentiu, e no minuto seguinte, viu a esposa largando o apoio que a ajudava a andar, dando passos lentos e mancos em sua direção.

Billie abriu a boca para tentar dizer algo, mas não conseguiu. A felicidade foi tanta que ela não esperou a morena chegar até ela, e correu em sua direção, a abraçando.

Era uma conquista pequena. Mas Billie aprendeu a comemorar cada coisinha que acontecia. Podendo ser apenas um passo dado sem muletas, ou uma nota alta tirada na escola por uma das meninas.

Eram pequenas coisas, que só por estarem vivendo juntas se tornava uma grande conquista.

Longos meses haviam se passado desde que saíram de Manhattan indo para a nova casa.

Demorou para se decidirem, mas no fim, escolheram como novo lar o continente europeu. Billie tinha amigos no lugar, e assim conseguiria um emprego fácil.

Elas se mudaram então, para uma cidadezinha pacata da grande Inglaterra. Doncaster foi a escolha das duas.

Na semana em que enterraram Emilly, as duas começaram a preparar a viagem com as meninas.

O primeiro a ser resolvido, foi suas relações com os familiares.

Elizabeth ficou extremamente feliz em saber que a filha tinha seguido com a vida, e aos poucos estava se recuperando. Claro, Eleanor ainda tinha a ideia maluca de matar Erza quando conseguisse andar completamente.

Ela não sabia como. Mas queria entrar naquele presídio e fazê-lo pagar por tudo.

Sim, Erza ainda estava preso.

Billie e Eleanor não quiseram saber por quanto tempo, ou acompanhar ao menos caso.

Elas não queriam mais saber do homem, e sentiam repulsa apenas ouvindo a menção de seu nome.

Eleanor não quis deixar a mãe, e chegou a insistir para que fosse com ela. Mas Elizabeth era uma mulher independente, e prometeu ligar caso precisasse de ajuda, ou companhia.

Billie resolveu que ajudaria April.

Ela prometeu a ruiva que a ajudaria. Conseguiu um emprego para a mãe de primeira viagem na delegacia em que um dia ela trabalhou, e a enviaria uma pensão mensal para ajudá-la.

April tinha uma parcela de culpa pelas coisas que aconteceram. Billie sabia disso. Mas decidiu perdoar a mulher. Foi difícil, mas ela perdoou.

Billie não soube o que fazer com a casa onde morava. A casa que era de sua família. Então ela foi até Finneas, contar da viagem.

Foi o mais difícil.

O ruivo viveu com a irmã durante toda a sua vida, e foi difícil aceitar que ela iria para longe.

Claudia conseguiu convencê-lo, dizendo que Billie precisava ir. E não é como se eles não fossem se ver nos aniversários dos pequenos e nos natais.

Foi difícil, mas Finneas acabou aceitando. E decidiu não vender a casa, ele prometeu tomar conta do lugar enquanto Billie estivesse fora, para se um dia, a irmã decidisse voltar para Manhattan.

Aquilo não aconteceria. Billie lhe assegurou.

E ele de fato visitou.

Billie havia se mudado faziam exatos nove meses. E Finneas havia ido para a Inglaterra tantas vezes que Billie ao menos se lembrava. Ela não contava mais.

Com o natal sendo daqui a alguns dias, eles logo se veriam mais uma vez.

Billie se lembra de quando contou a Finneas sobre a mudança. Claudia se aproximou com a notícia de que estava grávida mais uma vez.

Seu quinto filho nascera no mês passado, e Billie poderia ver o novo sobrinho em breve.

Depois que ajeitaram suas relações nos Estados Unidos, começaram a planejar a vida das duas em Doncaster. Billie usou toda a sua herança para comprar uma casa grande para as duas.

Uma casa onde poderiam viver com as duas meninas.

Abel, que em poucos semanas completaria três anos.

E Ariella, a qual adotaram como filha, que completou seis anos na semana que se passou.

A menina estava relativamente bem. Ela sentia falta da mãe, e perguntava dela sempre que podia, mas ela estava bem. Melhor a cada dia.

Billie trabalha de detetive na cidade. Mas é extremamente tranquilo já que a cidade havia menos que vinte mil habitantes.

Estavam se acostumando e a cada dia ficava mais fácil.

Não completamente fácil.

Mas mais fácil a cada dia.

— Vai poder voltar a trabalhar agora que pode andar completamente — Billie brincou.

Ela sabe que a mulher não quer voltar ao trabalho de investigação.

— Não, eu fico bem aqui. Concertando os móveis dos vizinhos e fazendo renda extra —

Billie foi até o sofá, trazendo Eleanor para o seu colo. Ela se deitou no peito da mulher logo depois, suspirando e sorrindo ao sentir seu perfume suave.

Seu gesto fez com que Eleanor se lembrasse do que aconteceu naquela manhã.

— A senhora Austin disse que nossa amizade é muito bonita, e que é lindo o fato de duas mães solteiras morarem juntas com suas filhas — Billie tombou a cabeça, gargalhando.

Os vizinhos a viam como grandes amigas.

É claro, elas não escondiam o fato de serem um casal. Mas não era algo comum daquela época, por isso elas também não deixaram claro o que acontecia dentro da casa. Pela segurança das duas, e segurança das meninas.

— Ela disse ontem que é lindo o jeito que você vai comigo até a porta todos os dias antes do trabalho. Que nossa amizade é muito forte — Billie contou — Está tão na cara! —

Um barulho alto vindo do lado de fora interrompeu as falas de Eleanor. Uma buzina soando, indicando que Ariella havia chegado da escola.

No minuto seguinte, Abel veio correndo do quarto, abrindo a porta para a irmã.

— Ella! Olha o desenho que eu fiz — a pequena loira mostrou o pedaço de papel.

Ariella pegou o desenho, sorrindo. A cacheada abraçou a irmã apertado, agradecendo.

— Como foi a escola!? — Eleanor chamou a atenção da menina.

Ela correu para o sofá, contando as coisas que havia aprendido, e os amigos que havia feito.

Elas estavam bem.

Relativamente bem.

As lembranças ainda as assombravam. Mas sabiam que enfrentariam qualquer tipo de dificuldade que viesse, juntas.

Não seria fácil, nunca foi, mas era assim que enfrentariam tudo a partir de agora.

Juntas.

Tinham todo o tempo do mundo, porque aquele ainda não era o final que elas esperavam.

Não era o final feliz que elas queriam.

Mas um dia seria.

Fim

A Detetive de um Caso Perdido •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora