— Filho da mãe — Billie sussurrou, segurando os palavrões mais pesados para se relacionar ao marido, enquanto trocava as peças da cama.
— Olhe a boca —
— Só cale a boca, Finneas — a detetive respondeu ríspida, logo se lembrando que o irmão não tinha culpa das traições do marido — Sinto muito. É que o álcool ainda está no meu organismo —
Não era completamente mentira.
As doses de tequila consumida na noite anterior fez com que Billie não conseguisse dormir. Ela passou a noite inteira observando a detetive Jones dormir, sem conseguir tirar ao menos um cochilo.
Agora, sua cabeça doía, assim como todo o seu corpo. Além de estar duplamente cansada.
— Tudo bem — Finneas balançava a sobrinha no colo, observando a irmã tirar toda a roupa de cama — Vai pôr para lavar? —
— Vou jogar fora. Ele nem ao menos tentou esconder dessa vez, haviam duas camisinhas no chão quando cheguei, e o sutiã da vagabunda estava na minha cam... — um nó se formou em sua garganta, impedindo que ela continuasse.
Billie respirou fundo, afastando a vontade de chorar que a consumia.
A detetive não costumar chorar e demostrar seus sentimentos. Ela achava um ato de fraqueza e por isso guardava tudo o sentia para si.
O problema? Uma hora todo esse sofrimento guardado precisaria sair.
— Eu sin... —
— Sente muito, eu sei. Todos sentem. Mas ninguém pode fazer nada — Billie pegou uma sacola de papel, colocando as coisas da cama.
Como se estivessem interligadas de alguma forma, Abel começou a chorar, fazendo Billie ir em sua direção na hora, largando tudo o que estava fazendo.
— Hey, hey. Se acalme, meu amor — A pequena de nove meses foi parando de chorar aos poucos.
— Posso pegar um pouco de leite com a Claudia se quiser —
— Não precisa — a loira negou a sugestão do irmão — Vou dar uma volta com ela no parque, acho que ela precisa de um pouco de sol. Não quero que fique pálida igual à mamãe — Billie riu fraco, e automaticamente a menina também sorriu, parando de chorar completamente assim que viu que o humor da mãe estava melhor.
Billie imaginou que o choro da filha era por conta das palavras duras que ela dizia. Desde pequena Abe parece perceber quando a mãe está triste, e também ficava. Ela só voltava ao seu estado normal quando a mãe ria, ou melhorava o humor.
A detetive devolveu a pequena para o irmão, terminando seu serviço e logo preparando depois o carrinho para levá-la ao parque.
•••
Billie andou até o centro do bairro, em passos lentos e cumprimentando as pessoas ali que já a conhecia.
Há algumas horas, ela e Eleanor se despediram, depois do silêncio que passou a viagem de trem.
A loira não soube explicar o porquê, mas não ficou feliz ao ver a moça entrar no táxi. Ela sentiria falta dela, mesmo que fossem se ver no dia seguinte.
Billie se sentou em um banco da praça, abrindo o jornal do dia, suspirando ao ver que enquanto estava fora, mas um homem foi encontrado.
Dessa vez ninguém falou com ela, antes de levar a história para o jornal, o que fez com que ela ficasse com uma certa raiva.
Suspirando, Billie olhou para o horizonte. Do outro lado da praça, Eleanor saia da cabine do telefone público, guardando algo que Billie não conseguiu identificar no bolso.
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A Detetive de um Caso Perdido •Billie Eilish• ✅
FanfictionHá uma série de assassinatos acontecendo na grande cidade de Manhattan. Sem pistas e detalhes sobre o assassino que está aterrorizando a população, a polícia local decide convocar uma das melhores detetives da cidade, que estava até então fazendo um...