Ela chegou!
Alguém gritou, avisando as pessoas do lado de fora da casa que a detetive havia finalmente chegado no local do crime, depois de mais de quinze minutos de atraso.
A loira ajeitou o sobretudo, respirando fundo.
Ela havia passado meses sem tudo isso. Sem toda a adrenalina da investigação, sem sentir raiva dos assassinos, sem se compadecer com as famílias das vítimas.
Ela gostava de ficar em casa. Mas o trabalho a chamava.
O'Connell adentrou na casa, passando pela multidão que se encontrava ali fora. Ela nunca conseguiu entender a euforia das pessoas para ver cenas de crimes, e estava internamente se segurando para não gritar com todas as pessoas que estavam em volta prestes a lhe atrapalhar.
— O'Connell! Quanto tempo! — um dos colegas de trabalho diz, indo de encontro a mulher, que apenas revirou os olhos azuis cansados.
— Agora que te vi penso que, poderia ter sido um tempo maior, Dawson — a loira respondeu prontamente, olhando para o homem mais alto que ela com um sorriso nos lábios.
— Fora oito meses, senhora Hall. Não fora o bastante? —
— Eu tirei uma criança de mim, Dawson. Uma criança enorme passou pela minha vagina. Então, eu digo, que oito meses não fora suficiente — o maior riu fraco, balançando a cabeça em negação.
— Vulgar como sempre, O'Connell... —
— Afinal o que faz aqui? O caso não é meu? — a loira o interrompeu.
— Sim, mas eu queria dar uma olhada, antes de partir para Oregon. Teve um série de assassinatos por lá também, e me contataram. Verei se tenho tempo de solucionar o problema lá e voltar para solucionar o de Manhattan — O'Connell arqueou as sobrancelhas grossas, encarando o homem a sua frente.
— Está dizendo que eu não consigo resolver o caso até você voltar, Dawson? —
— É exatamente o que estou dizendo, O'Connell — ele riu presunçoso.
— Pois, me aguarde — O'Connell passa por ele, indo até à cena do crime.
Troy Dawson dá uma última olhada na detetive, e em suas silhuetas, antes de negar consigo mesmo, se lembrando que a mulher era casada.
— Vamos, Martin. O trem para Oregon já irá sair — ele diz a seu parceiro, finalmente deixando o lugar do crime.
Billie O'Connell passou pela sala de estar, indo para a copa, onde o assassinato havia acontecido. Um homem, sentado na cadeira, com a cabeça jogada no prato a sua frente.
Os policiais disseram que ele morreu de asfixia. Mas ninguém ainda havia tocado no corpo.
— Detetive O'Connell? — Billie ouve uma voz suave a chamando.
Ela se virou, olhando para uma moça de estatura média e magra que a chamava. Seus cabelos eram curtos e negros, assim como seus olhos escuros. A mulher estava com um batom vermelho forte, que combinava com o sobretudo que usava, e com o salto não tão alto.
— E você seria... —
— Nell... Quer dizer, Eleanor. Sou a detetive de Nova Orleans que irá lhe ajudar com o caso — A mulher de cabelos pretos explica, recebendo um olhar descontente de Billie.
Ela não gostava muito de ter ajuda de fora.
Sempre fora melhor trabalhando sozinha.
— Qual seu sobrenome, detetive? — O'Connell perguntou sem paciência.
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A Detetive de um Caso Perdido •Billie Eilish• ✅
FanfictionHá uma série de assassinatos acontecendo na grande cidade de Manhattan. Sem pistas e detalhes sobre o assassino que está aterrorizando a população, a polícia local decide convocar uma das melhores detetives da cidade, que estava até então fazendo um...