Capítulo 27: "I always feel like somebody's watching me"

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- Por favor, não arrume mais brigas com a Eleanor. Vim até você porque estava realmente machucado, mas não pense que eu estou deixando-a para ficar com você - Billie disse ao ex marido, assim que terminou de limpar suas feridas.

Ele não respondeu, apenas observou a mulher se afastando, ao menos lhe desejou uma boa tarde, ou dizendo um "tchau".

- O que vai fazer agora? - a voz tão conhecida por ele interrompeu seus pensamentos.

Erza encarou a ruiva a sua frente, se levantando.

- Vou confrontar Billie, dizer que uma pessoa tão violenta não pode ficar perto da minha filha, se Billie ainda quiser ficar com aquela mulher, vou denuncia-la e... -

- E então, vamos ficar juntos. Abel, o bebê, você e eu - April completou, sem saber que aquela não era exatamente as falas que seriam ditas por Erza Hall.

- Claro, April. Claro - Erza responde.

Não podia dizer a verdade e afastar a mulher logo agora.

Ele precisava dos serviços dela.

April estava sendo de grande ajuda.

Primeiro porque ela trabalhava ao lado de Billie, April estava sempre perto, ouvindo mais do que deveria. Por causa do bebê e de toda a história inventada por Erza que ela contou a Billie, a detetive estava mais próxima do que o normal.

Quando Billie terminou com ele, ele ficou desamparado, sem saber o que fazer, e como fazer.

Foi quando teve a brilhante ideia de usar April para lhe ajudar. A mulher faria qualquer coisa se Erza lhe desse o mínimo de atenção e carinho, e ele se aproveitou da carência da mulher grávida.

Ele tomou decisões difíceis no começo, mas foi quando perdeu o emprego, que decidiu mudar completamente seus planos.

O problema ali, era ela.

Era Eleanor.

Erza sentiu raiva de Eleanor por tudo o que ela fez, por ter lhe feito perder o emprego, mas ele sabia que precisaria agir com cautela, se quisesse se livrar de vez da mulher que apareceu tão repentinamente.

Mais uma vez, April serviu de grande ajuda, seguindo a mulher enquanto Erza morava em uma pensão, já que havia perdido a casa para Billie quando assinou os malditos papéis do divórcio.

April seguia as duas, ou melhor as três. Seguia Billie, Eleanor, Elizabeth. Tirava algumas fotos, e depois contava para Erza.

Ela era seus olhos e seus ouvidos, enquanto o homem ficava preso naquela pensão, sem poder trabalhar, planejando sua vingança.

April estava com ele, morando com ele.

Era um sacrifício que ele teria que fazer se quisesse Billie de volta.

- Erza, e-eu... - Erza parou o que estava fazendo, olhando para a ruiva em sua frente.

April não soube como perguntar aquilo, ou como perguntar - Ouvi no trabalho sobre a morte da Celeste Hans. Eleanor estava dizendo algo sobre... Você estar envolvido com isso -

Erza rolou os olhos, odiando ainda mais Eleanor por isso.

Era mútuo.

Erza sabia dos sentimentos de Eleanor para com ele, que ela o odiava na mesma medida, ou até mais.

- O que exatamente quer saber, April? - a menina engoliu seco.

- Você não tem nada a ver com isso, certo? - April temeu pela resposta - Não fez nada que estão dizendo, não matou a Celeste -

Mesmo sabendo a resposta, a palavra de Erza mudaria tudo.

April sabe a verdade, sabe o que Erza fez.

Ela só queria que o homem fosse sincero.

- Não, April. Claro que não. Não matei a Celeste -

Era a resposta que April temia.

•••

Erza observou o próprio reflexo no retrovisor do carro, sorrindo para a imagem que via ali.

Ele se levantou, andando lentamente até a porta de Billie, mas parando ao ouvir um som conhecido.

Hall não acreditou de início, e precisou ver para ter certeza que aquele som estava mesmo vindo de Billie.

Ele se surpreendeu de início, olhando para o corpo nu da loira, enquanto Eleanor estava entre as suas pernas. O corpo da mulher estava suado e ela sorria, apertando os próprios seios e gemendo feito louca.

Billie implorava, gemia, pedia. Algo que nunca fez com ele.

Billie não era assim.

Sua Billie não era assim.

Erza fechou as mãos em um punho, sentindo lágrimas quentes rolarem por seu rosto. As quais ele limpou com as mãos ainda fechadas.

Antes fossem lágrimas de tristeza. Eram de raiva, ele tinha raiva.

A cada minuto que passava sua raiva aumentava, e Erza segurava. Ele estava usando todas as forças para não agarrar Eleanor pelos cabelos e tirá-la de perto da sua mulher.

Erza as observava em um momento tão apaixonado e íntimo, odiando Eleanor por tocar sua mulher daquela forma tão promíscua, a odiando por fazer de Billie uma mulher tão baixa.

Aquela não era a Billie que ele conhecia e amava.

Ele precisava fazer algo a respeito.

Ele queria ir até. Oh! Se ele queria, mas não ia.

Se ele fosse estragaria com todo o plano, com tudo que vinha planejando há semanas.

Eleanor iria pagar por tudo, mas não agora, naquele momento.

•••


Erza entrou em casa sem um pingo de paciência.

A raiva de ter visto sua mulher fodendo com outra ainda estava nele, e tudo que ele queria naquele momento era descontar a raiva que sentia.

Ao abajur perto dele foi parar no chão, assim como o telefone que também estava ali.

- Erza? - April segurou a barriga que mostrava seus cinco meses de gestação. Um instinto de proteção ao ver o homem tão nervoso - Não conseguiu falar com Billie? -

- Não! - ele gritou, passando a mão no rosto. Outra coisa que estava perto dele indo parar no chão.

April de assustou, engolindo a seco. Nunca vira Erza tão nervoso.

- Ela vai me pagar, April. Por foder com a minha mulher, por separar minha família. Ela vai pagar - ele saiu mais uma vez, batendo a porta.

April sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, aos poucos foram rolando por sua bochecha, à medida que ela pensava nas palavras ditas por Erza.

"Minha mulher". Foi a palavra usada por Erza para falar de Billie, uma mulher que não era mais sua, e que Erza vivia falando para April que não seria mais.

Ele prometeu, prometeu que seriam só eles.

E April foi burra de acreditar mais uma vez nas palavras do homem.

A Detetive de um Caso Perdido •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora