CÉU E MAR

O Assassinato

*Abby onn*

   Minha cabeça lateja fortemente, tudo a minha volta começa a girar como um carrossel infinito.
   Me levanto com muita dificuldade, me apoiando em algumas ferramentas de jardinagem que estavam encostadas na parede.
   Passo a mão na minha própria cabeça, e vejo que ela fica vermelha de sangue.

Abby: Desgraçado! - Murmuro.

    Por uma fresta na parede de tábuas, vejo as luzes da estufa apagando, o que quer dizer que os meninos estão indo embora.
   Eu até tentaria gritar, mas uma forte onda me derruba no chão.
   Sinto que um cheiro desagradável me rodeia, e não muito longe dali, havia uma lata de inseticida aberta.

Abby: Não... Não...

" - Sim, eu sei! "

" - Na próxima não esquece o carregador, Robin! "

Abby: Meninos...

   Ouço eles passando pelo jardim por alguns segundos. As vozes vão ficando distantes, e eu sem forças...
  

*Kyle onn*

   Aquela garota já estava me irritando! Ela havia saído a um tempão, e nada de voltar até agora.
   Já comi toda a pipoca sem ela.
   Olho para o relógio, e começo a pensar em ir atrás dela.
   E realmente, após mais vinte minutos se passarem, eu tomo a decisão de ir até a floricultura.
   Como era a apenas três quarteirões de distância, eu chego lá rapidinho.
   Mas, vejo tudo apagado, e fechado.
 

Kyle: Abby! Você tá aí?

   Ninguém me respondeu.
   Porém alguns segundos depois, ouço três batidas vindas do jardim.

Kyle: Abby? Garota, se isso for uma brincadeira, eu te petrifico, ein!

    E de repente, mais três batidas.

Kyle: Merda...

    Com um pouco de dificuldade, escalo o portão de ferro, e pulo para o outro lado.

Kyle: Cadê você? Droga, eu te esperei até agora, sabia?

    Novamente, escuto batidas, só que dessa vez, foram somente duas. Elas vinham de um pequeno quartinho, no meio do jardim.
  
Kyle: Você tá aí dentro?

   Estico o pescoço, na esperança de ter uma resposta.
   Tento abrir a porta, mas ela está trancada, então simplesmente me viro pra ir embora.

Abby: Me ajuda!

Kyle: Puta merda!

    Volto correndo para lá, quando escuto Abby pedir ajuda.

Kyle: Tá trancada! Você tá bem? Abby?

    Ninguém me responde.

Kyle: Eu vou arrombar, sai de trás da porta!

   Pego impulso ao me distanciar um pouco, e ir correndo com tudo em direção da porta, para dar um ponta-pé na mesma
   Ela se abre imediatamente, revelando a jovem garota caída no chão, toda suja de terra.

Kyle: Ah não, o que houve? Quem fez isso com você?

    A levanto com muito cuidado, e a levo para fora dali.

Abby: O rapaz moreno, me trancou no quartinho e passou um inseticida muito forte lá.

Kyle: Quem é esse homem?

Abby: Não sei o nome, é alto, olhos castanhos...

Kyle: E pra onde ele foi?

Abby: Para a casa dos meninos! Vamos!