Revolta

13 4 0
                                    

  * Theo onn *

  Aquele estava sendo um dia calmo, todos em casa estavam tranquilos e em harmonia. Minha mãe e meu pai acabaram de ir até o jardim dos fundos, dar uma olhada em suas plantas de lá.
  Eu e Robin ficamos deitados no sofá da sala, procurando algo para assistir na televisão.
  Com o controle em mãos, ele passava pelos canais em busca de algo interessante. Mas, de repente, um deles chamou minha atenção.

Theo: Amor, volta um pouco! - Digo apontando para a tv.

  Ele voltou uns dois canais, até chegar no noticiário, aonde estava passando um tipo de protesto, em uma cidade vizinha de Oysterland.
  Umas cinquenta pessoas estavam marchando por toda uma avenida, com placas nas mãos e tochas. Parecia até um documentário medieval.
  Eu não estava entendendo aquilo, até a jornalista começar a explicar que era um protesto que surgiu após a formação de um grupo defensor dos direitos humanos na internet, que atacavam os seres sobrenaturais, dizendo que os mesmos apresentavam grande risco para a sociedade. Ao concordarem com isso, as pessoas começaram a sair pelas ruas discursando ódio.
 
Robin: Droga! Isso não é nada bom!

Theo: Tomara que essa coisa não se espalhe! - Digo, tentando desconsiderar o inevitável.

   Robin deve ter percebido que eu fiquei meio apreensivo com aquilo, então ele desliga a televisão.

Robin: Vamos dar uma volta, ir até a praia, nadar juntos, o que acha? - Sorri.

Theo: Tá, pode ser! - Forço um sorriso.

  Nos levantamos, calçamos nossos chinelos e seguimos de mãos dadas até a porta.
  Porém, quando a abrimos, o meu coração quase salta do peito quando vejo um grupo de pessoas, por volta de uns quinze deles, parados ali fora olhando em volta, com pedaços de pau e tijolos em mãos.
  Até que uma daquelas pessoas olha para mim, e com os olhos arregalados, aponta em minha direção e grita.
  Robin e eu tentamos voltar para dentro de casa, mas como estávamos a alguns passos da porta, ao nos virarmos damos de frente com um senhor grisalho, que segurava um machado afiado.

Robin: Corre, Theo! - Grita enquanto segura em minha mão, me puxando e correndo em direção a calçada.

   O senhor tenta nos acertar uma machadada, mas erra o golpe, acertando tao fortemente o chão, fazendo com que até algumas faíscas saíam do impacto.
  Corro o mais rápido que posso, ainda segurando na mão de Robin, que segurava bem firme na minha. Meu fôlego já estava em falta, e minhas pernas doíam.
 
Theo: Para! - Digo sem ar.

Robin: Tá brincando? Eles estão chegando!

  Com as mãos no joelho, eu olho de relance para trás, e vejo a multidão furiosa se aproximando velozmente.
  Então, tomo a primeira decisão que vem em minha mente durante aquele momento de pura adrenalina.
  Curvo minhas costas e abro meus braços, respiro fundo e, com um grave e catastrófico rugido, faço com que os protestantes já a poucos metros de nós, caiam de costas no chão.
   Minhas asas surgem rasgando minha camiseta, e se abrindo por completo.

Theo: Rápido, vem!

  Estendo minha mão para meu namorado, para que ele segure e eu o puxe em um forte abraço.
  A multidão já havia se levantado, mesmo assustados partiram em nossa direção exalando ódio e medo. Flexionando os joelhos, dou um super salto e início vôo.
  Mesmo no céu, olhando para baixo eu via que eles nos seguiam correndo pelas ruas, olhando para cima.
   A casa mais perto dali, era a de Abby, e eu não poderia levar eles até minha casa novamente, afinal meus pais estavam lá.
  A toda velocidade, pouso sobre o telhado da minha melhor amiga.
  Porém, o impacto destrói as telhas, e eu acabo atingindo o chão da sala.

CÉU E MAROnde histórias criam vida. Descubra agora