AleScott

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  * Scott onn *

   Meu pai e eu passamos a manhã toda conversando, contando tudo que vivemos até chegarmos naquele momento. Eu não consigo acreditar que minha mãe fez algo tão cruel conosco, como ela pode nos separar? Ela era louca.
   Mas a conversa não durou tanto quanto eu queria, ele tinha que voltar para seu apartamento, arrumar suas roupas e ir para a lua de mel com Melvan. Eles se despediram de mim, e de todos que estão na casa do senhor e da senhora Birdenson.

Ander: Tem certeza de que não quer vir conosco, filho?

Melvan: Por mim, tudo bem! O que acha, Scott? - Sorri.

Scott: Olha, podem ir! Aproveitem esse momento importante do relacionamento de vocês.

   Chego mais perto do meu pai, e o abraço, para dizer em seguida:

Scott: Quando você voltar, continuamos a nossa conversa de pai e filho!

  Ele sorri para mim, e dá dois tapinhas em meu ombro.

Melvan: Mas, até voltarmos, aonde você vai ficar, querido?

Theo: Ele pode...

   Antes que Theo responda, ele é interrompido por seu primo Alex, que estava sentado no sofá assistindo televisão.

Alex: Ele fica comigo. - Diz sereno.

Scott: Bom... Se não for te atrapalhar...

   O rapaz se levanta das almofadas fofinhas, e vem até mim.

Alex: Tá tranquilo, eu tô de folga! Então, poderei te dar atenção que você merece até seu pai voltar. - Ele sorri gentilmente, revelando um sorriso muito bonito.

  Meu pai observa Alex de cima a baixo rapidamente, até concordar com a idéia, e enfim, seguir viagem.
  Passo mais uma meia hora por ali mesmo, tomo café da manhã na mesa com aquela linda família, mesmo me sentindo mal com as coisas que fiz no passado.
  Em um momento, começo a observar como Theo e Robin se olham, conversam e sorriem um para o outro. Eu nunca acreditei em amor, não desse jeito, e eles são quase como a prova viva de que esse sentimento pode sim existir. Mas, não sei se isso acontecerá comigo.
   De repente, eu não me aguento e em um rápido movimento, fico em pé de frente para todos que estavam ali na mesa.

Jorge: Está tudo bem? - Pergunta meio confuso com minha ação.

Helena: O que houve, querido? - Diz logo em seguida, em tom preocupado.

   Eles pareciam tão em paz, a luz do sol entrava pelas janelas e os iluminavam, enquanto me encaravam sem entender nada.

Scott: Eu sinto muito! - Começo a chorar um pouco - Eu fiz coisas horríveis com vocês! E eu estar sendo enganado pela minha mãe, não justifica nada!

   Alex também se levanta, vem até mim mansamente, e com um de seus braços, ele envolve minha cintura e me puxa para perto.

Alex: Você se arrependeu? - Diz em tom aveludado, olhando em meus olhos profundamente.

Scott: Sim! M-muito! - Fico meio sem jeito com todo aquele toque, e com o jeito que ele me olhou.

  E então, todos ali na mesa começam a levantar e me olhar.
 
Theo: Está tudo bem!

  Meu irmão responde com lágrima nos olhos, para em seguida vir até mim e Alex, e nos abraçar fortemente.
  O que era um abraço triplo, começa a ser recheado por todos os que estavam ali, como Robin, Helena e Jorge.
   E então, eu não me seguro e desato a chorar, pois aquele ato fraternal me inundava de sentimento, um carinho que eu até então nunca havia tido.
   Ficamos alguns segundos nos abraçando, até começarmos a nos soltar.
   Seco minhas lágrimas, e sorrio aliviado. Era como se um peso enorme tivesse sido tirado das minhas costas.

Alex: Bom! Eu preciso ir, estou desde ontem a noite fora de casa, tenho que molhar minhas plantas e dar uma geral por lá.

Scott: E...

Alex: Sim, você vai comigo! Se quiser, é claro!

  Eu o encaro, sentindo um calafrio na espinha com todo aquele acolhimento e cavalheirismo. Mas, eu não recuso o convite.

Scott: Certo! Então, até logo, gente! - Digo enquanto dou tchauzinho para todos ali.

  Alex e eu caminhamos até a porta da frente, aonde ele acaba sendo super gentil ao abri-la para mim.

Scott: Obrigado! - Sorrio.

  Ele apenas abre um largo sorriso, como resposta. E assim que eu passo, ele faz o mesmo, e a fecha.
  Vamos o caminho todo caminhando, observando as coisas e jogando conversa fora. Alex parecia ser sério, mas só parecia mesmo, pois não passava de um bobalhão que parecia me fazer rir de propósito.
   Em um dos momentos em que acabo sorrindo de uma de suas gracinhas, ele me deixa super sem jeito ao dizer:

Alex: Você tem um sorriso tão bonito! - Coça a nuca.

Scott: Ah que isso, são seus olhos! - Respondo morrendo de vergonha.

Alex: Desculpa, isso foi estranho, né?

Scott: Não, eu só... - Paro de andar, e suspiro - Não estou acostumado com tanto!

   Ele para a poucos centímetros de mim, e me observa com atenção.

Scott: Não estou nem um pouco acostumado... - Abaixo a cabeça, evitando o contato visual.

   Vejo seus pés se aproximarem dos meus, e meu corpo arrepia. Com uma de suas mãos, ele levanta meu queixo, e nivela meus olhos na mesma altura dos seus.
  
Alex: Mas deveria começar a ir acostumando! - Responde em tom baixo e suave.

  Seus lábios carnudos e brilhantes se aproximam dos meus, e seu perfume corporal envolve minhas narinas.
  Por instinto, acabo fechando meus olhos, e com minha mão seguro a lateral de seu pescoço.
  Sua boca se encaixa perfeitamente com a minha, como se fossem duas peças com encaixes correspondentes.
  Ele me beijava com calma e carinho, e eu correspondia no mesmo ritmo.
  Só nos separamos quando o fôlego falta em nossos pulmões.
   Ele abre seus olhos verdes esmeralda, e me olha com afeto.

Scott: Eu... Não sei o que dizer... - Sinto meu rosto ferver.

Alex: Seu coração já diz muito! - Diz com uma de suas mãos sobre o lado esquerdo de meu peito.

  Por um segundo, o mundo a minha volta parecia não existir. Eu não sei explicar bem, mas foi como se algo em mim tivesse acabado de florescer.
  Talvez eu passe mais tempo com ele do que eu imaginei.
  

CÉU E MAROnde histórias criam vida. Descubra agora