Minha Nova Realidade

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*Theo onn*

    Tiro minhas roupas e entro em baixo do chuveiro ligado, a água quente faz minhas feridas arderem um pouco.

"Isso não pode ser real..." Penso

     Não entendia o que estava acontecendo comigo, só sabia que aquilo não era normal!
    Termino o banho, pego uma toalha e a enrolo em minha cintura. Na minha cabeça se passavam milhares de questionamentos, aquilo me assustava!
    Vou em direção a minha cama, apenas de toalha e me deito, fico por uns minutos pensando em tudo que havia acontecido, até que acabo dormindo.
    No dia seguinte, eu acordo e vejo a luz do sol entrar pela varanda, me levanto e, lentamente, olho para minhas costas no espelho, na esperança de ter sido tudo um sonho.       
    Mas meus olhos se enchem de lágrimas e meu peito aperta quando vejo que o par de feridas ainda está ali.
    Visto uma regata branca e um shorts laranja, em seguida, desço as escadas e vou para a cozinha comer alguma coisa.
    Enquanto passo a geleia no pão de forma, minha mãe entra pela porta  dos fundos, tirando suas luvas de borracha sujas de terra e colocando em seus bolsos.

Theo: Estava enterrando um corpo, dona Helena?

Helena: Isso com certeza seria mais fácil do que plantar rosas... Jardinagem me acalma, porém me estressa.

Theo: Não da para te entender.
- Digo sorrindo

Helena: Besta!

   Minha mãe sorri e prepara um lanche, não percebendo o quão chateado eu fiquei com aquele xingamento... Por que, realmente, é o que sou, uma besta! Um monstro!

Theo: Mãe?

Helena: Sim?

Theo: Você me amaria, independente de qualquer coisa?

    Ela estava prestes a morder seu sanduíche, mas trava de boca aberta e com o pedaço de pão próximo a seus lábios. Ela olha pra mim, e diz:

Helena: Claro, Theo! Mas por que essa pergunta agora? Tá tudo bem?

Theo:Sim, está! É só coisa da minha cabeça mesmo... Eu te amo, mãe!

Helena: Eu também te amo, filho!

    Nos abraçamos, caminho até a porta da frente, saio de casa e avisto meu pai carregando um saco de terra.

Jorge: Vai sair?

Theo: Vou sim, vou para a praia.

Jorge: Você só vai lá! - Ele ri

Theo: Digamos que eu adoro a ideia de morarmos em uma cidade litorânea.

    Vejo a expressão dele mudar.

Theo: O que foi?

Jorge: *suspira* Estava pensando em mudarmos de cidade... Sabe... Conhecer coisas novas...

Theo: Fala sério...

    Saio andando enquanto coloco meus fones de ouvido, impedindo assim que eu ouça meu pai me chamando de longe.
    Chego na praia, em uma das partes pouco visitadas dela, esse lugar é lindo, Oysterland parece ser de outro mundo com uma praia dessas, um verdadeiro paraíso.
    Mas vir até aqui só me faz pensar no rapaz que eu vi ontem. Quem era ele? E como sumiu de repente?
   Caminho com meus pensamentos enquanto piso pela areia molhada.
    Sento em uma pedra, enquanto olho uma concha roxa que encontrei.

?: As roxas são minhas preferidas!

   Uma voz rouca, porém suave surge em minha frente, vejo aquele lindo rapaz bem ali, com água da barriga para baixo.

CÉU E MAROnde histórias criam vida. Descubra agora