20° Capítulo - Últimas Semanas

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Classificação de 14 Anos

Autor: Jean Cllaude


20° Capítulo


Paula


Como sempre acordo primeiro que Alice. Pego a roupa que deixei separada no dia anterior e vou tomar banho. Quando volto, ela ainda dorme.

— Alice — chamo. — Alice. — Toco em seu ombro para acordá-la.

Ela se levanta em um pulo, com os olhos assustados.

—Tô aqui. Não fiz nada, eu juro — diz, tapando o rosto com as mãos. — Não fiz nada. Por favor, não fiz nada.

— Ei! — Sento-me ao seu lado na cama — Sou eu Paula, estou te acordando para ir trabalhar. 

— Paula? — Retira a mão dos olhos e me olha. — Paula. — Os seus olhos estão marejados.

— Sou eu, Alice. Se acalme — peço. — Aconteceu alguma coisa?

— Nada, não aconteceu nada. Verdade. Nada aconteceu.

— Não é o que parece.

— Estou bem — diz, levantando-se da cama.

— Alice, você acordou chorando, isso não é estar bem.

— Foi um pesadelo. 

— Por que não pulou para a minha cama como faz todas as vezes? — questiono.

— Acordei, estou bem — mente — Tenho que me arrumar para o trabalho.

Pega a tolha e sai do quarto.

Ela está mentindo, tem alguma coisa acontecendo. Espero que se resolva ou que confie em mim para desabafar.

Os dias passam e estou mais envolvida com Théo, ele está levando a sério o nosso namoro. Presenciei ele dispensando várias fodas casuais, sempre dizendo que tem namorada e é fiel a ela. Pelo visto o que Alice tinha está passando, aparentemente está melhor, não a peguei mais chorando.

— Vamos almoçar? — Théo me chama como todos os dias.

— Vamos.

Pego a minha bolsa, enlaço as nossas mãos e saímos da nossa sala, indo buscar Alice. Assim que entramos na sua ala, a vemos na sua mesa. 

Está com a cabeça baixa e com a fisionomia triste. 

— Doidinha, vamos almoçar?

Levanta a cabeça e nos olha por breves segundos.

— Estou sem fome. — Abaixa a cabeça novamente. — Podem ir sem mim.

— De jeito nenhum. — Aproximo-me. — Vamos almoçar, tome pelo menos um suco.

— Estou sem fome.

— Vamos, doidinha, hora de almoço aqui é sagrada. Levanta e vamos, sou seu chefe e isso é uma ordem.

— Hoje eu queria fazer um lanche aqui mesmo. Estou com a cabeça cheia — confessa desanimada. — Por favor, só hoje, me deixem aqui — pede.

Olho para Théo e ele aperta a minha mão. 

— Só hoje, doidinha. — Sorri. — Depois trazemos um lanche para você. Amanhã não terá desculpa, vai ter que ir almoçar.

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