8° Capítulo - Oitavo Capítulo

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Classificação de 14 Anos

Autor: Jean Cllaude

8° Capitulo 

Paula 

Como quase todos os dias, desde que comecei a fazer faculdade, passo as tarde na biblioteca, não somente estudando, mas também reunindo tudo que preciso, já li e reli o diário inúmeras vezes, nele coloquei todas as informações que preciso. 

Esse diário é a prova e incentivo que preciso, antes de guardar tudo folhei as folhas mais uma vez, olho os recortes de jornal um por um, os guardo novamente dentro do diário, depois eu o fecho, passo a mão lentamente pela capa.

— Eu vou conseguir. — sussurro, depois a guardo com cuidado, em um dos compartilhamentos de minha bolsa.

Na republica raramente posso olhar e estudar o conteúdo que está dentro do diário, tenho cuidado para que ninguém da republica veja, assim ninguém me questiona.

Assim como na republica também não vejo as fotos da minha família, não quero que elas fiquem com pena de mim, prefiro ficar aqui na biblioteca, onde ninguém se importa comigo e se alguém ver eu chorando vai achar que é por uma prova ou uma nota ruim, ninguém me questiona. Tento não chorar, mas quando vejo as fotos a saudade aperta e é inevitável as lagrimas surgirem em meus olhos. 

Afasto o pensamento da minha família, e foco nos deveres que preciso realizar, deixar a mente ocupada ajuda a me fazer de forte. Ajeito meu material, coloco os livros que estava utilizando nos seus respectivos lugares, pego minha bolsa, pasta, material e me retiro da biblioteca. Está quase na hora da minha aula e eu detesto chegar atrasada.

Caminho pelos corredores da faculdade rumo a minha sala de aula, cumprimento alguns conhecidos com um aceno ou um simples "oi", não paro conversar com nenhum deles, não tenho muitas amizades, só converso o essencial. Entro na sala e ocupo o meu lugar de costume.

—Onde você estava? Eu estava te procurando. — Alice diz ocupando a carteira ao meu lado.

—Biblioteca. — respondo tirando o estojo da bolsa.

—Não estava não! 

—Estava sim. — afirmo. Hoje passei a tarde na biblioteca, sai apenas para fazer um lanche rápido e ir ao banheiro.

—Fui lá e não te achei. Olhei em todas as cabines e não te vi. — tenta explicar.

—Talvez você foi na hora que eu tinha ido ao banheiro, ou na cantina. — digo sem muita importância.

—Também te liguei e você não atendeu. — olho para ela um pouco intrigada.

—Deixei o celular em casa. — justifico. — Agora posso saber o motivo de tanta preocupação? Já disse que não gosto de ser controlada. — a repreendo. Alice é uma boa pessoa, mas se eu deixar ela ocupa todos os espaços da minha mente.

—Não estou te controlando. — revira os olhos. — eu sei que sou bem espaçosa.

—Isso eu tenho que concordar. — minha boca se curva em um sorriso. —adora pular na minha cama.

—Assim não vale, eu já pedi desculpa, foi um pesadelo, sempre dormia na cama de meus pais quando tinha pesadelo, a sua cama era a única perto no momento. Era uma questão de sobrevivência. — tão dramática. 

Assim como Alice eu tenho meu pesadelo, o mesmo que tive naquela noite que tudo mudou. Não acordo gritando, acordo assustada e fico quieta, esperando o dia clarear, normalmente nunca durmo de novo.

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