26° Capítulo - Antepenúltimo Capítulo

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Classificação de 14 Anos

Autor: Jean Cllaude

26° Capítulo

Antepenúltimo Capítulo

Paula

Faz cerca de cinco meses desde que Théo visitou o pai na prisão. Desde aquele encontro nunca mais o viu. Sempre sai alguma sobre ele nota no jornal, Calderan não agia sozinho, depois da sua prisão, vários outros nomes foram revelados. Isso tudo só foi possível por causa da Alice, ela é muito mais forte que aparenta ser, sofreu e sofre, mas a força que mostra ter é admirável.

A Calderan Turismo não existe mais, Théo a vendeu, o seu nome e credibilidade foram para a lama, assim como o do seu Théodoro Calderan, por isso Théo se recusou a continuar. Théo amava a agência, sei que era sua vida, que gostava, mas como ele mesmo disse: "um lugar que trouxe dor para tantas pessoas não é um lugar para ele", além do mais, não queria ter o seu nome ligado ao do seu pai.

Ainda estou na faculdade de Turismo, acabei me encontrando no curso e não me vejo trabalhando em outra área. Alice também continua o curso, no início foi difícil, as pessoas olhavam com desconfiança, mas juntas estamos seguindo e superando. Eu e Théo estamos cuidando dela, Alice foi muito forte contando tudo o que sabia e testemunhando. Ela está em recuperação, passando por tratamento psicológico, Théo está arcando com todas as despesas. A família da Alice sempre vem nos visitar, nós duas moramos junto com Théo e sua mãe. Não é a mesma casa que Théo cresceu, mas é linda, confortável e cheia de vida. 

Atualmente não trabalho, Théo passa o dia no escritório de casa, preparando algo que não me revelou. Apenas disse que é segredo.

Assim que estaciona o carro em frente ao cemitério, Théo me olha e sorri.

— Obrigada por sempre vir comigo — digo. — Por mais que o tempo passe ainda dói, mas hoje a dor é menos dolorida.

— Você nunca precisará vir sozinha, sempre vou estar ao seu lado. — Pega a minha mão e beija. — Sempre juntos, não se esqueça, a gente cuida de quem a gente ama.

— Eu te amo — digo, fitando os seus olhos. — Amo cada dia mais, sou grata por te ter ao meu lado.

— Te amo hoje e sempre.

Descemos do carro. Théo pega as flores que compramos no caminho, no banco de trás. Enlaçamos as nossas mãos e caminhamos em silêncio até o túmulo da minha família.

— Oi, família. — Sento-me no túmulo, tiro as flores secas e coloco as novas. — Olha, o Théo veio comigo. — O olho e ele sorri.

— Demorei para vir por causa da faculdade, estamos no final do bimestre e as coisas estão bem corridas. — Fico em silêncio, olhando as fotos na lápide. — A Alice está melhor, não está 100%, mas podemos dizer que está no cominho. O brilho dos seus olhos estão voltando, está sorrindo com mais frequência. Sei que ela sofreu muito, mas está caminhando e logo, logo, estará bem; ainda deu tempo de salvá-la. — Limpo uma lágrima. — Alice é tão importante na minha vida que eu não sei o que seria de mim se algo acontecesse com ela. 

Tampo a minha boca para conter um soluço. Sinto Théo me abraçando, mas ele não diz nada. 

— Ela vai ficar bem, vou cuidar dela e o Théo está cuidando de nós — afirmo. 

Fico em silêncio, acalmando a emoção, depois de um tempo, já mais calma, descido ir embora. 

— Obrigada família, está na hora de ir embora, prometo não demorar tanto dessa vez. Cuide de nós de onde você estiverem. — Passo a mão pelas fotos na lápide. — Amo vocês. 

Levanto-me e me viro para ir embora.

— Oi família. — Olho para trás confusa. — Eu sei que não faço parte da família ainda — Théo me olha e sorri —, mas eu quero. Quero acordar ao lado da Paula todos os dias, quero velar o seu sono, limpar suas lágrimas e a fazer sorrir. A quero como minha esposa, para que possamos construir a nossa família, criar cachorros e sermos ainda mais felizes.

— Théo — digo chorosa.

Então ele tira uma caixa de veludo preta do seu bolso e a abre.

— Paula, eu sei o quanto é importante sua visita a sua família, mesmo que sempre chore, te faz bem. — Pisco os meus olhos, tentando controlar as minhas emoções — Quero te pedir para ficar comigo para o resto das nossas vidas. Te amo. Casa comigo? 

— Mas é claro que sim. — Jogo-me em seus braços e ele beija o meu pescoço. Dou risada e choro ao mesmo tempo. — Te amo, te amo, te amo.

— Te amo enquanto vida eu tiver, depois que morrer continuarei te amando.

— Você me faz uma pessoa melhor.

— Você é a luz que faltava na minha vida. Nunca esqueça que eu te amo. Enquanto houver sol e lua eu vou te amar.

— Enquanto houver sol e lua eu vou te amar, Théo. Não sei o que seria da minha vida sem você e Alice. 

Saio dos seus braços.

— Não existe sua vida sem mim ao seu lado. Era o nosso destino. — Théo pega a minha mão e desliza a aliança no meu dedo. — Te amo.

— Obrigada. — Choro enquanto olho o anel na minha mão. — Estou tão feliz — confesso.

— Sei como esse lugar é importante para você. Queria que tivesse um motivo alegre para se lembrar daqui. Agora toda vez que vier visitar a nossa família vai se lembrar de nós.

— Bem inusitado. Olha, família. — Viro-me para o túmulo e mostro a minha mão.

Théo me abraça por trás e deposita um beijo demorado em meu rosto, sinto-me feliz e protegida.

— Prometo, família, que vou cuidar bem da nossa menina. 

Acabo sorrindo e recebo outro beijo demorado.

— Promessa é dívida — brinco.

— Essa promessa, eu faço questão de cumprir todos os dias.

— Te amo. 

Viro-me de frente para Théo, jogo os braços em seu pescoço e beijo a sua boca com desejo.

— Hum — geme —, melhor irmos para casa.

— Também acho.

— Desculpa aí, família, é hora de ir para a comemoração a dois agora.

— Théo — repreendo.

— Eles sabem, já tiveram muita comemoração a dois. Você acha que foi feita de que forma? — brinca. — Tchau, família.

Antes de me virar para ir embora, olho para o túmulo da minha família, pela primeira vez estou indo embora sorrindo. Théo me deu um motivo para lembrar daqui com alegria, apesar de tudo.

— Tchau, família. Cuidem de nós. 

Beijo uma das minhas mãos e mando para eles.

Abraçados lado a lado, juntos, Théo e eu trilhamos o caminho de volta para casa, agora prestes a dar um novo rumo em nossas vidas.

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