22° Capítulo - Últimos Capítulos

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Classificação de 14 Anos

Autor: Jean Cllaude

22° Capítulo

Últimos Capítulos

Paula

Nunca é tarde para abrir os olhos. Théo me usou, me enganou, estava agindo pelas minhas costas. Mas agora acabou.

Entro na sua sala sem bater.

— Você, se afaste dela — ordeno, apontado o dedo na sua cara.

— Você está bem? — indaga confuso. — Fiquei preocupado com a forma que saiu daqui.

Levanta-se e vem até mim.

— Se afaste dela. — Estendo a mão, o impedindo de se aproximar — Não vou permitir que a machuque ainda mais. Não vou permitir que continue fazendo Alice sofrer.

— Paula?

— Eu disse para ficar longe dela, mas não fez. Vou acabar com você, nunca mais irá fazer ninguém sofrer.

— Se acalme. — Coloca as mãos em mim.

— Tire suas mãos imundas de mim — grito. — Você destruiu tudo o que eu mais amo, não vou permitir que continue. — Choro.

— Não estou entendendo.

— Não se faça de sonso. Eu sei de tudo, li o diário da Paloma, vi os bilhetes, estava tudo lá...

— Quem é Paloma?

— A minha irmã.

— O que tenho a ver com a sua irmã? Eu não a conheço.

— Não se faça de desentendido. Paloma é aquela que você usou e destruiu. Você é culpado pela morte dela. É culpado por tudo de ruim que aconteceu com a minha família. Você destruiu tudo que eu amo.

— Eu? — questiona confuso, se fazendo de inocente.

Sem forças, acabo sentando no chão e abraçando os meus joelhos.

— Você destruiu a minha vida, destruiu a vida da minha família. E o pior de tudo, é que acabei me apaixonando pelo cara que acabou com a minha vida — confesso. — Agora você quer acabar com ela, a única pessoa que eu tenho. — Soluço. — Não vou deixar, não vou deixar — repito. — Eu amo Alice como se fosse minha irmã, você não vai destruí-la.

— Paula, eu te amo. Só tem você na minha vida. Por que está dizendo essas coisas?

— Mentira. Pare de mentir — peço sem forças. — Pare de se fazer de bom moço eu sei de tudo. Eu li tudo... ainda sim amo você... Não podia, mas te amo, amo como nunca amei outro alguém, amo tanto que doí.

— Não é ele. — Olho para a porta e encontro Alice em pé, chorando.

— O quê? — indago.

— Não é o Théo — afirma.

— Eu vi os bilhetes — acuso. — A letra é a mesma, é igual, tudo igual, tenho tudo guardado.

— Não são do Théo, ele é inocente — Alice afirma, mesmo com os olhos vermelhos a sua postura é firme.

— Alguém pode, por favor, me dizer o que está acontecendo? — Théo questiona.

— Théo nunca deu em cima de mim — Alice se aproxima e senta no chão à minha frente. — Sempre soube que tinha perdido a sua irmã de forma trágica, durante a noite quando tinha pesadelo falava coisas sem nexo, agora eu entendo. Foi ele, ela também trabalhou aqui. Sem perceber, você acabou falando, ele fez com ela o mesmo que faz comigo, ela não resistiu e acabou se matando. Eu não vou desistir da minha vida, Paula.

— Alice. — Puxo o seu corpo para um abraço. — Não me deixe — peço. 

— Quem é ele? — Théo questiona, abaixando-se perto de nós. — O que ele fez para acabar com a vida da sua família?

— Seu pai, Théo — Alice confessa.

— O quê? — digo. — O "t" dos bilhetes?

— Théodoro Calderan é o nome do meu pai. Todos o chamam de Calderan.

— Quando Paloma morreu, sempre tive por mim que ela sozinha não teria coragem de fazer o que fez, mesmo tudo indicando que era suicídio. Ela sempre foi feliz, romântica, alegre. Até que começou a namorar, nunca ninguém tinha visto o namorado até que o brilho dos olhos dela se desfez e pouco tempo depois ela se foi. Depois da morte dela e dos meus pai, comecei a ter o mesmo pesadelo, até que um dia, no meio do pesadelo uma voz disse para eu abrir as caixas que pertenciam a Paloma. Foi onde encontrei um diário, nele ela narra tudo o que passou nas mãos daquele monstro, das ameaças que sofreu. Tudo a levou ao ponto de tirar a própria vida por medo.

— Então você sabe do que ele é capaz. — Alice abaixa a cabeça. — Está me ameaçando — chora —, se descobrir que eu te contei vai acabar com a minha família. Vai acabar com a minha vida. Ele é louco e capaz de tudo, ninguém vai acreditar em mim, nunca.

— Eu não vou deixar. — Seguro o seu rosto com as minhas mãos. — Não vou deixar. — Aperta Alice contra o me corpo. — Vou cuidar de você, eu juro.

— Sei que as duas estão emotivas e sofrendo, são muitas emoções juntas. O meu pai nunca prestou, não vou defendê-lo, mas preciso saber o que está acontecendo para poder ajudar.

— Théo? — Olho para ele.

— Não sou um monstro, Paula, jamais teria coragem de fazer nem um terço do que vocês falaram. Te amo e gosto da doidinha, o que puder ajudar as duas eu vou fazer. Não sou o meu pai, se ele tem culpa, vai ter que pagar. — Théo me ajuda a levantar do chão, me senta no sofá da sua sala, depois faz o mesmo com Alice. — Agora me digam o que sabem, só assim posso ajudar vocês. Confie em mim, Paula, sempre fui verdadeiro com você. Diga-me o que sabe, me ajude a te ajudar. Te amo e não vou deixar vocês duas passarem por isso sozinhas.

Eu olho para Alice, seguro sua mão. Não vou deixar ninguém machucá-la ainda mais. Ainda a tempo para salvá-la.

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