Classificação de 16 Anos
Autor: Jean Cllaude16° Capítulo
Últimas Semanas
Paula
O restante da semana passou de forma podemos dizer tranquila, nada de anormal aconteceu. O Théo continua o mesmo me tratando bem, brincando e na hora que precisa é profissional.
Alice está um pouco diferente, não sei se é algo da minha cabeça, mas estou percebendo ela um pouco triste, não sorri com tanta frequência. Já questionei se vem acontecendo alguma coisa, mas ela se negou, disse que é coisa da minha cabeça.
Talvez seja mesmo, ando tão focada e talvez esteja vendo algo que realmente não existe.
Hoje quero visitar a minha família, com o trabalho e faculdade não estou tento tempo para ir com tanta frequência como antes. Estou ficando muito cansada fisicamente e principalmente psicologicamente. Reservei um quarto em um pequeno hotel, visto que minha casa continua alugada para poder passar esse fim de semana perto deles.
Preciso sentir a presença deles, sinto-me que estou desviando do meu objetivo, não quero me desviar, quero cumprir o que eu prometi. Também tenho algumas ideias em mente, preciso pensar com calma, e ficar perto deles me da a calma que eu preciso.
Depois da morte da minha família não tive mais contado com minhas tias e primos, as amizades que eu tinha com o tempo foi se afastando até se tornar meros conhecidos. Por isso a necessidade de alugar um lugar para ficar, além da privacidade que estou procurando no momento.
Confesso que muita coisa mudou depois que comecei a trabalhar, a dor no meu peito até que diminuiu um pouco, tem vezes me sinto mal quando percebo que estou feliz ou sorrindo com alguma coisa, é como se fosse uma traição com a minha família.
A única pessoa que tenho viva que importa realmente comigo é Alice, a Fatima e as meninas da República se importam é claro, moramos juntas, mas Alice é diferente.
No inicio tentei negar, hoje eu sei que existe um elo, uma ligação que não existe nenhuma explicação coerente, aceitei esse sentimento, mesmo sabendo que quando ela partir para sua cidade estarei sozinha de novo. Alice apareceu na minha vida e foi entrando aos poucos, ela sem saber me fez lembrar que ainda tenho coração.
Acabo de ajeitar a mochila que vou levar, como de costume olho para cama na parede inversa a minha.
— Alice. — a chamo.
— Hum. — resmunga.
— Vai perder o ônibus. — alerto.
Ontem durante o almoço avisei que hoje ia viajar, Alice disse que iria ver os pais, depois que começou a trabalhar começou a intercalar uma semana sim e outra não. Essa semana ela vai, visto que faz duas semanas que não foi por causa de alguns trabalhos da faculdade.
—Não. — vira para o lado e cobre a cabeça.
—Levanta Alice.
—Não.
—Vamos, pare de preguiça. — pego meu travesseiro e jogo nela que esta coberta. — eu te levo na rodoviária. Levante e se arrume senão vai perder o ônibus.
—Eu não vou.
—Como? — caminho até a sua cama e sento na beirada descobrindo a sua cabeça. — Faz duas semanas que você não vai para casa.
—Tenho trabalho para fazer. — tenta se justificar. — e vira para o lado para não me olhar.
—Leva o material e faz lá. Eu também tenho trabalho para fazer, mas nem por isso vou deixar de ir ver minha família.
—Paula. — se vira e me encara e vejo compaixão em seus olhos.
— Falei de mais — levanto da cama — Visitar o tumulo da minha família me faz bem. — me justifico. — eu sinto eles.
—Eu sei que sente. Você tem que fazer o que te faz bem, cada pessoa se conforta de uma maneira e a sua e dessa forma.
— Aproveite a família que tem Alice, não deixe de ir os vê-los, nunca se sabe o dia de amanhã.
—A semana que vem eu vou. — sorri, mas seu sorriso não chega aos olhos. — tenho um monte de coisa para por em dia.
—Tudo bem. — pego a minha mochila e a pasta da faculdade — estou indo, fique bem.
—Estou bem. — se cobre novamente — boa viagem e quando chegar me avise para que eu não fique preocupada.
— Eu aviso. — digo saindo do quarto e fechando a porta.
Dirijo com calma, sem pressa para chegar, olho pela a estrada vazia e me sinto como ela, vazia sozinha, sem. Queria voltar ao tempo, fazer tudo diferente, queria eles aqui comigo.
Avisto a placa de "Bem Vindo", dirijo direto para o cemitério, compro flores e vela para por no tumulo. Caminho até onde eles estão.
—Oi família — sento no tumulo — trouxe flores, foi as mais lindas que tinha. — retiro as flores velhas e coloco as novas, acendo as velas e faço uma oração silenciosa — eu estava com saudades. Hoje vim ficar com vocês, trouxe até o meu material, vou passar a tarde aqui estudando, preciso de carinho, preciso sentir vocês.
Pego a apostila da faculdade, encosto minhas costa na lapide e começo a estudar, a tarde passa que nem vejo, quando dou por mim o sol já está se pondo.
— É hora de ir, amanhã cedo estou de volta, vou dormir aqui, amanhã tenho um assunto serio a tratar com vocês. Beijo família até amanhã.
Caminho para a saída do cemitério, pego meu carro e dirijo até o pequeno hotel, tomo um banho, deito na cama, vejo as estrelas pela janela, que está aberta deixando entrar aquele vento gelado e agradável. Visto uma roupa leve e decido dar uma volta.
Sozinha caminho pelas ruas da cidade, lembrando-me da época que morava aqui, ao longe vejo os barzinhos que frequentava lotados, pessoas rindo se divertindo vivendo suas vidas.
Por um momento me imaginei no meio deles, mas hoje não vejo mais sentindo fazer essas coisas. Tenho um único foco " destruir quem me destruiu".
A questão é que estou com medo e dar esse passo, Théo mesmo safado se apresenta ser uma pessoa legal, sei que é apenas uma mascara para enganar as pessoas, tento me conversar a todo instante que ele é uma farsa.
Volto para o hotel, pego a apostila da faculdade, deito na cama e fico estudando até pegar no sono. Quando acordo o sol já está alto, olho no relógio e é quase meio dia, levanto-me tomo banho arrumo minhas coisas, pago o hotel e volto para ver minha família. Mas antes paro na padaria para comprar algo para comer.
—Voltei família. — digo sentando no tumulo — estou com fome — abro as coisas que comprei e me alimento. — Hoje eu vou embora, daqui a pouco na verdade, preciso voltar cedo, tenho que acabar de estudar. Amanhã vou me envolver com o Théo, essa é a única forma de conseguir as provas que eu preciso. Tenho que ser forte, Théo tem duas mascaras, e a mascara que veste para mim é completamente diferente do seu verdadeiro eu, não posso deixar ele me enganar, preciso de provas e para consegui-las o preço for me envolver com ele é isso que vou fazer.
Deito no tumulo, fecho os olhos, fico quieta, sentindo o vento bater em meu rosto. Tentando a absolver toda a energia que preciso.
Fim da Primeira Fase
Chamada
Amanhã às 9:15 da Noite Uma Segunda Fase Começa..
Não Percam Segunda Fase Nas Últimas Semanas do Outro Lado da Vingança
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Web Novela " O Outro Lado da Vingança "
Mister / ThrillerSINOPSE Paula nunca entendeu o motivo de sua irmã tirar a própria vida de forma brutal. E tudo o que aconteceu a seguir só ajudou para que sua vida se tornasse cada vez mais sem sentido. Até que o motivo de tudo vem à tona e uma ânsia por vingança n...