eu disse que não ia me apegar, me aprofundar naquilo.
bom, me apeguei, me aprofundei, mergulhei de cabeça. e de certa forma, não me arrependo. gosto de pensar sobre o que criamos, sobre o que quer que sejamos. gosto das nossas conversas e dos seus amigos. não me importo sobre o que vamos ser de agora em diante.
"so far we've been good. neither of us has done anything to feel ashamed of"
estamos bem.
e machuca sim, dói lá no fundinho, onde ninguém pode ver. finjo que está tudo bem e ajo como se realmente estivesse. mas quando eu deito a cabeça no travesseiro, tudo pesa. e é normal; pelo menos não é tão pesado quanto da última vez.
dói como doeu quando ele me deixou esperando, dói como doeu quando paramos de conversar. mas de qualquer maneira, dói. deixa uma ou duas cicatrizes e contínua andando, é sempre assim.
não vou colocar toda a culpa nos seus ombros, não. me apaixonei como me apaixonei por aquelas pessoas. raso, porém muito mais complexo do que eu tenho motivos pra tentar entender.
"i fall in love so easily; i really do, it's like almost embrassing
-why do you think that is?
because half of every relationship is in my head."
e levo isso sim como um adeus, um corte, um término. de tudo que eu inventei. das mesmas cenas que eu fantasiei com todos os outros garotos. e espero você jogar o próximo dado. viver nas migalhas é exaustivo, não estou aqui pra mais um trauma. não espero que tome uma atitude, e (espero que seja verdade) não me importo. eu saio ganhando de qualquer maneira.
que você vire um daqueles contatos no meu telefone de pessoas com narrativas iguais a suas, em que as vezes eu bato o olho e penso "nossa, eu já conversei com essa pessoa". parece ruim agora, mas não me afeto com eles, e com você não vai ser diferente.
sou bem melhor quando sou só minha. quando tenho controle da situação e eu posso escolher o rumo. a maioria das vezes eu tomo a decisão errada, mas eu dou o meu melhor.
é aquela mesma história de novo.
[07/05/21]
