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eu perdi o controle, não consegui organizar meus sentimentos. eu só vi tudo virar pó, e não pude fazer nada.
é agoniante não ter o controle da sua própria vida, ela perde o sentido, fica cinza e você quase não consegue se mover. dói tanto perder as forças pra continuar.
tudo parece ser uma obrigação e eu preciso agradar a todos, o todo tempo. eu não queria que isso acontecesse, não dessa maneira. eu realmente preciso tomar o controle?

eu sou só uma criança confusa, escrevendo textos para me manter estável enquanto tudo fica acelerado na minha cabeça.

eu não tenho coragem de acabar com tudo -e se acabasse? eu tenho pensado muito no futuro, sem aproveitar o que tem me acontecido, agora, no presente. olhar pra trás me faz sentir vazia.

eu penso demais e acabo fazendo com que tudo se torne difícil. e eu termino insegura.
nunca foi tão complicado ser eu mesma. eu preciso me moldar para me encaixar em qualquer lugar que eu vá. eu me questiono demais. me sinto desajeitada, rejeitada.

eu perdi muita gente. eu fui distorcida, eu fiz isso acontecer, as pessoas não me enxergam como eu gostaria. eu fiz as pessoas se afastarem de mim. onde será que eu errei? como isso começou? quando isso começou?
eu não faço ideia. a desordem só é bonita quando você consegue se achar. eu me perco com os pontos.

eu vivo em automático.

a minha música favorita me acompanha em todos os lugares, em uma tentativa falha de colorir o que parece cinza, ou o que é desinteressante.
eu lembro de dançar ao invés de chorar, o que me fez bem. os dois lados terminam com o mesmo resultado complicado de entender. minha maneira de demonstrar é diferente.

já fazia tempo que eu não deitava na grama. qual foi a última vez eu olhei pro céu? a lua e o sol me fizeram chorar noite passada -foram os motivos pelos quais eu desabei.
eu gostaria de contar as estrelas. deveriam apreciar mais a lua ao invés de falar de quem a olha com brilho nos olhos.

as pessoas me olham como se eu fosse fraca -o que de fato, não é uma mentira.

por que isso virou um peso? por que eu me cobro por algo que nunca existiu? era pra ser algo pequeno, mas me deixa com os ombros rígidos, tensionados, procurando pelas palavras certas. quando isso começou a ser para as outras pessoas? eu não queria ser assim.

eu preciso descansar, talvez precise de uma pausa, de um tempo sozinha. -o que é irônico já que eu nunca saio do quarto.

"eu não sou obrigada, não é uma obrigação."

[04/11/19, 10:08pm]

après des blessuresOnde histórias criam vida. Descubra agora