04. pai casamenteiro

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Já passavam dos meio-dia, e Craig ainda não havia aparecido, o que preocupava Tweek, que tinha ficado animadíssimo para evitar a venda da cafeteria no dia anterior.

O loiro estava com os olhos pregados, com bolsas enormes abaixo deles, e qualquer um que o visse naquele momento, pensaria que ele estava há mais de 2 noites sem dormir — o que também não era uma suposição completamente errada.

Ele não conseguia pensar em nada que não fossem possíveis motivos para o atraso de Craig. Caramba, já eram horas de atraso! Algo deveria ter acontecido para que ele não pudesse ao menos avisá-los, e o breve pensamento disso apavorava o loiro. E se o moreno tivesse pêgo algum tipo de resfriado super contagioso de repente? E se tivesse sido atropelado e agora estava no hospital? E se tivesse mesmo morrido no caminho?! E se...

— Hã... bom dia... — Uma voz conhecida disse, e Tweek teve que tapar a própria boca para não gritar devido ao susto.

Aquele que estava falando era Craig, e ele parecia imensamente arrependido de ter demorado tanto para chegar, sua expressão denunciava isso.

— Me desculpa pelo atraso, e-eu, não foi minha intenção... fazer vocês esperarem.... — Se embolou nas palavras, dando várias pausas para checar a reação de Tweek e respirar.

O moreno estava muito ofegante e suado, quase como se tivesse acabado de sair de uma maratona. Seus cabelos estavam grudando na testa e os olhos meio arregalados.

— N-não tem problema — balançou a cabeça, se sentindo aliviado por nenhuma de suas paranoias estarem certas.

Mesmo que ainda estivesse curioso para saber o porquê do atraso, estava feliz em saber que Craig estava ali e que estava tudo bem. Seria um desastre catastrófico se o primeiro candidato a novo funcionário deles morresse no caminho.

— Onde... onde eu posso ir me trocar? — Craig perguntou, nervoso, se calando de imediato e ficando tenso quando Richard apareceu logo ao seu lado, segurando uma bandeja com alguns pratos e xícaras.

Craig pareceu ficar ainda mais pálido do que já era, engolindo em seco.

— Oh, você chegou! — Richard depositou a bandeja em cima de um micro-ondas que tinha ali, e sorriu amigavelmente para Craig, que franziu o cenho. Estava esperando um sermão e não uma recepção gentil. — O armário dos funcionários é no mesmo lugar que fizemos a entrevista. — Apontou para os fundos, vendo o moreno suar frio e assentir como se estivesse caminhando em direção ao abate, percebendo agora o porquê de ele estar tão nervoso desde o momento que o viu. — Não precisa se preocupar com o horário agora. Depois falamos sobre isso, sim?

— Ah... certo... — Sorriu fraco, ainda meio nervoso, e se encaminhou até os fundos, entrando na sala e vendo que ela estava diferente.

Estava cheirosa, iluminada e limpa. E também tinham várias sacolas recicláveis e bandejas empilhadas em prateleiras muito bem colocadas. Diferentemente do outro dia em que ele foi ali, em que parecia mais um esconderijo de sequestro.

A ansiedade aumentou a dimensão das coisas e fez tudo parecer muito mais assustador do que era.

Ele foi até um pequeno armário que tinha no fundo da sala, e, supondo ser o lugar onde ficavam os aventais, o abriu, vendo exatamente o que ele procurava.

Mas colocá-los não foi uma tarefa tão fácil quanto ele imaginou que fosse. Tinha que fazer um nó, coisa que era difícil quando o maldito nó se encontrava na suas costas e na parte de trás do pescoço.

— Por quê diabos um avental tem que ser tão difícil de colocar, puta que pariu... — resmungou com irritação, mas recuou assustado no segundo que escutou um barulho vindo da porta por onde ele entrou antes, vendo uma cabeleira loira e descabelada passar por ela. Ele prendeu a respiração sem perceber.

O loiro da cafeteria, creek ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora