12. explorando o desconhecido

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Era tarde na casa dos Tweak, e Craig e Tweek encaravam um ao outro, as cabeças trabalhando em busca de algo pra dizer.

— Então... — Craig foi quem falou primeiro, se movendo desconfortavelmente no estofado e limpando a garganta.

Os dois estavam no quarto de Tweek e Richard, na parte de baixo da beliche, tentando entender e discutir como a relação deles seria a partir dali. Desde que se beijaram no dia anterior, pensaram que seria melhor conversarem ao invés de ficar evitando um ao outro por vergonha, como provavelmente teria acontecido se eles não conversassem. E era isso que estavam fazendo agora.

Ou pelo menos tentando.

Logo ao subir para casa depois do beijo, Tweek passou a noite sonhando acordado abraçado com seu travesseiro e tentando se convencer de que tudo aquilo tinha mesmo acontecido.

Seus lábios formigaram durante toda a noite e essa foi a única prova de que tudo não havia sido apenas um sonho muito bom.

Ele não conseguia tirar da cabeça o quão macia tinha sido a boca de Craig contra a sua, o quão bom foi beijá-lo e o quanto ele queria tanto achar alguma desculpa para fazer isso de novo.

Na frente dele, Craig limpou a garganta mais uma vez, parecendo tão nervoso quanto ele, o que era um certo consolo. Ao menos Tweek não era o único que não tinha ideia do que fazer.

— Você, quer dizer, a gente... o que vamos fazer agora? — Craig perguntou, olhos meio desfocados.

Tweek ergueu o rosto para encarar o rosto confuso e carrancudo do moreno. Seria até engraçado se a situação não fosse tão complicada.

— Se você não- ngh, sabe, eu também não faço ideia. — Apoiou a cabeça na parede, fechando os olhos com um suspiro. Se Craig não sabia a resposta, Tweek que não saberia.

Ele sabia que a última coisa que queria fazer era ignorar o que aconteceu. Era praticamente impossível esquecer como sua pele queimou nas mãos de Craig, como ele o beijou tão ferozmente e depois tão suave. Só de lembrar, ele se sentia ser engolido por uma avalanche de sentimentos tudo de novo.

Craig o considerou novamente, lambendo os lábios.

— Olha, nós podemos tentar algo. Se você quiser — sugeriu, mas quando viu o pânico surgir no rosto do garoto ao seu lado, se apressou em explicar melhor. — N-não necessariamente em um relacionamento! Eu quis dizer que, hum, podíamos tentar uma coisa parecida.

Tweek o encarou com olhos enormes, piscando curiosamente.

— T-tipo...?

— Tipo... uma amizade colorida — falou, gesticulando com as mãos para tentar fazer o loiro entender.

— Tá, mas... ngh, o que é isso exatamente? — Se ajeitou entre os travesseiros, erguendo uma sobrancelha. O termo não lhe era desconhecido, mas ele não tinha certeza se era o que ele pensava que era.

Tweek estava esperançoso de que o que quer que fosse, seria algo que possibilitaria a chance de haver mais beijos entre eles. Ele estava lentamente se tornando viciado.

— Eu não sei explicar direito, mas é mais ou menos uma amizade comum, só que com benefícios — explicou, sorrindo torto. — Como beijos, e essas coisas que a gente anda fazendo.

Tweek pareceu entender, pois acenou com a cabeça, as sobrancelhas ainda meio franzidas. Seu coração parecia prestes a estourar de tanto que estava inchando. A antecipação foi se enrolando lentamente na boca de seu estômago.

— Ah. E-então, eu acho que agora temos uma amizade colorida — disse, sua voz falhando quase imperceptivelmete na última palavra.

— Quem tem uma amizade colorida? — Richard apareceu de repente, com um computador em mãos. Era incrível como ele sempre aparecia nos piores momentos.

O loiro da cafeteria, creek ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora