21. ansiedade

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Provavelmente o ritmo de postagem vai ser de mais de um por semana, que eu gosto muito de escrever essa história, mas ainda não sei bem quantos por semana exatamente.

Eu gostei bastante desse capítulo e ele aborda bastante coisa, dos que eu escrevi, esse ta entre os meus favoritos!!

Enfim, espero que vocês gostem. Boa leitura!

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Pelo que parece ser a décima vez, Tweek verifica seu cabelo no espelho, ajeitando seu suéter e conferindo se nenhum fiapo de algo ou sujeira acabou passando despercebido.

Pelo que com certeza é a sexta vez, ele troca de roupa e passa creme nas mãos, respira fundo e repete para o espelho as palavras que ele planejou dizer quando chegar o momento.

Ele tinha pensado em escrever tudo num papel, na verdade, mas então se lembrou daquela vez em uma apresentação de escola que ficou tão nervoso que as letras no papel começaram a voar em sua visão e ele vomitou no chão da sala. É uma péssima lembrança, realmente, mas serve de lembrete para que ele não escreva nada e resolva só memorizar o que precisa dizer na cabeça.

Tweek não consegue parar de tentar se preparar de alguma forma, e ele acha que corre o risco de vomitar na frente de Craig também se permanecer ansioso como está agora.

— Ei, garotão, que cara é essa? — A cabeça de Richard apareceu na porta, e ele foi entrando, as sobrancelhas franzidas em preocupação. Ele andou até ficar de frente para Tweek, e tocou em seu rosto, virando-o para os lados e conferindo se tudo estava no lugar, Vendo que tudo estava certo, ele passou uma das mãos pelo cabelo loiro arrepiado e encarou o filho. — O que aconteceu, Tweek? Eu achei que você fosse sair com o Craig hoje. O quê, ele cancelou? Você quer que eu te pegue um copo de água, fique aqui com você, ou quer ficar sozinho?

Ele perguntou tudo isso em uma só respiração, genuinamente preocupado, e Tweek não pôde evitar em sorrir suavemente, o conforto das palmas quentes do pai em sua bochecha ajudando a acalmar sua ansiedade.

— Não é nada disso, pai, é só... — Ele suspirou, evitando os olhos de Richard. — É que eu... eu percebi que você estava certo. Eu gosto mesmo do Craig, bem como você disse, e- ngh, hoje eu decidi que vou dizer isso pra ele. Eu vou... me declarar e pedir ele em namoro. Mas eu não consigo parar de pensar e é como se o meu cérebro tivesse fritando e os meus miolos fossem saltar pra fora! Eu não sei o que eu vou fazer se ele... — Tweek para, mordendo a língua para manter as lágrimas dentro dos olhos.

Ele realmente não quer chorar por isso, mas é difícil quando parece que seu peito está sendo esmagado e sua garganta queima como o inferno.

— S-se ele me rejeitar, eu vou entrar em pânico completo e provavelmente voltar chorando pra você. Não é isso que eu quero, eu só queria ter alguma garantia de que ele vai dizer sim, s-só que eu não tenho e é tudo questão de sorte mesmo. Nada aconteceu de verdade, é só mais que talvez aconteça e eu não... não sei c-como lidar com isso.

Os dedos de Richard passam nas bochechas molhadas de Tweek, limpando as lágrimas que caíram sem ele perceber e que ele tentou tanto evitar. O rosto de seu pai é o mesmo que sempre foi, da sua infância até aqui, a única diferença entre o lá e agora é que Richard agora tem linhas de expressão, rugas e até alguns fio grisalhos, mas ele ainda é o pai de Tweek, o único que esteve lá pra ele, diferente de sua mãe, e ele sempre vai ser a maior fonte de conforto para Tweek no mundo inteiro.

Sempre vai ser pra ele que Tweek corre quando algo dá errado, e quando algo dá certo também. Sempre vai ser pra ele que Tweek vai contar as melhores partes de seu dia e rir com as memórias de quando ele ainda era um pirralho banguelo e medroso. E sempre, sempre vai ser ele que vai segurá-lo e secar suas lágrimas quando ele chorar.

O loiro da cafeteria, creek ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora