Samantha.
Oito dias depois.
– As suas fotos estão lindas... – Lica dizia enquanto olhava as fotos em minha câmera – Você é incrível demais, mulher.
Sorri com o elogio de Lica. Estávamos nos conhecendo bem, conversando muito sobre assuntos aleatórios, sérios e até fazendo alguns planos pra quando tudo voltasse ao normal. Ela me disse que está pensando em tirar um tempo de férias e eu falei que quero levá-la pra conhecer o Canadá e a minha casa lá. Ela se mostrou aberta e animada pra essa possibilidade. O que eu sinto por ela é maior do que eu pensei no início e a cada dia que passa eu tenho mais certeza disso, ela me diz que sente o mesmo e eu sinto que é verdade a cada cuidado, preocupação, beijo, toque, abraço e conversa. É muito mais do que o trabalho dela, parece ser algo de alma, destino? Eu não sei explicar.
– Obrigada... – Ela me entregou a câmera – Sorri pra mim? Por favor.
Lica me observou por alguns segundos e depois sorriu, levei a câmera na altura do seu rosto, mas longe o suficiente pra minha câmera pegar o ângulo completo e apertei o botão. Vi a miniatura em minha câmera e a abri, sorri abertamente, tinha ficado linda.
– Deixa eu ver... – Ela pediu curiosa.
Neguei com a cabeça e me sentei ao seu lado no sofá, apoiei meu corpo no seu e tirei uma foto nossa, pegando-a desprevenida. Ela riu e eu tirei outra. Eu queria guardar nossas fotos e a felicidade que eu estava sentindo de algum jeito.
Desliguei a câmera e a coloquei na mesinha que tinha ao lado do sofá.
– Eu olho pra você e me lembro de uma música... – Ela me observou por alguns segundos e perguntou “qual?” – When I Look At You, aquela da Miley.
Ela riu com o final, mas logo ficou com um semblante sério.
– Eu posso te pedir uma coisa? Eu tenho uma vaga lembrança, mas não sei se é a música que eu estou pensando... – Concordei com a cabeça – Você canta ela pra mim?
Abri a boca um pouco chocada, eu me arriscava as vezes, mas a maioria delas era no chuveiro ou dentro do carro, junto com a cantora, melodia e ritmo.
– Eu não sei cantar bem, Lica. – Tentei escapar, mas ela negou com a cabeça.
– Eu já vi e ouvi você cantar e eu discordo bastante disso... – Sorriu e fez um carinho com a ponta dos dedos em meu braço.
– Não é pra rir se eu não acertar o ritmo... – Ela concordou com a cabeça – Eu não vou falar a tradução, ok?
– Não se preocupa, eu sei falar inglês, não é fluente, mas sei falar bem e entender perfeitamente.
Senti meu rosto corar, não quero que ela pense que estou emocionada. É apenas o que eu sinto quando a olho. Respirei fundo e comecei.
– Everybody needs inspiration, everybody needs a song, a beautiful melody, when the night so long, ‘cause there is no guarantee that this life is easy. Yeah, when my world is falling apart when there's no, light to break up the dark, that's when i, i look at you... – Se fosse em outro momento eu já teria fechado meus olhos, mas nesse, eu queria e deveria ficar nesse contato visual com Heloísa – When the waves are flooding the shore and i can't find my way home anymore that's when i, i look at you.
(Todo mundo precisa de inspiração, todo mundo precisa de uma música, uma linda melodia, quando as noites são longas. Porque não há garantia de que está vida é fácil. E quando o meu mundo está desmoronando, quando não há luz para quebrar a escuridão, é aí que eu olho pra você. Quando as ondas estão inundando a margem do mar e eu não consigo mais encontrar o meu caminho para a casa, é aí que eu olho pra você...)
Lica pegou minha mão e estava segurando-a desde o início da música, eu sentia seu carinho e meu coração faltava explodir dentro de meu peito.
– When i look at you, i see forgiveness, i see the truth, you like me for who i am, like the stars hold the moon. Right there they belong and i know i'm not alone. Yeah, when my world is falling apart when there's no, light to break up the dark, that's when i, i look at you... – Ela sorriu abertamente me fazendo sorrir também – When the waves are flooding the shore and i can't find my way home anymore that's when i, i look at you.
(Eu olho pra você e vejo perdão, eu vejo a verdade, você gosta de mim pelo que sou, como as estrelas seguram a Lua. Bem ali, onde elas pertencem e eu sei que não estou sozinha. Sim, quando meu mundo está desmoronando, quando não há luz para quebrar a escuridão, é aí que eu pra você. Quando as ondas estão inundando a margem do mar e eu não consigo mais encontrar o meu caminho pra casa, é aí que eu olho pra você...)
Conforme eu cantava, parecia que essa música tinha sido feita para esse momento e para o que eu sinto ao vê-la. Meus olhos já estavam marejados e eu via que ela estava emocionada.
– You appear just like a dream to me, just like kaleidoscope colors that cover me, all i need, every breath that i breathe, don't now know, you're beautiful... – E ela é linda, de todos os jeitos que eu a conheço até agora – When the waves are flooding the shore and i can’t find my way home anymore, that's when i, i look at you.
(Você apareceu como um sonho pra mim, você é como as cores de um caleidoscópio me cobrindo, é tudo o que eu preciso, cada respiração minha, você não sabe que é linda? Quando as ondas estão inundando a margem do mar e eu não consigo mais encontrar o meu caminho para casa, é aí que eu olho pra você...)
Eu estava me preparando para cantar a última frase, quando me surpreendi com ela cantando no meu lugar.
– You appear just like a dream to me...
(Você apareceu como um sonho pra mim...)
As borboletas em meu estômago estavam em festas, voando por todo o lado e meu coração quase saiu pela boca, quando senti seus lábios encontrando os meus, não era a primeira vez, mas parecia ser. E eu quis aproveitar essa sensação até quando pudesse.
– Eu tenho uma dúvida, Sammy... – Ela falou – Você namoraria comigo um dia?
Arqueei a sobrancelha surpresa com a pergunta. Como que ela tinha dúvida sobre isso?
– É claro que sim, Lica.
Ela sorriu e concordou com a cabeça.
– Eu não acredito que você tem dúvida sobre isso.
– É que sei lá, não acredito que eu esteja no seu nível... – Ela deu de ombros – Você tem dinheiro, é filha da presidente do Brasil, mora fora do Brasil, tem um apartamento lá no Canadá e vive lá trabalhando como fotografa. Já eu sou uma guarda-costas, passo muito tempo fora de casa, não tenho muito dinheiro guardado, tenho só a minha moto e meu apartamento quitados e que tem algum valor, e sei lá, sabe? Talvez essa diferença atrapalhe muito nós duas.
– Pelo amor de Deus? – Falei querendo rir, Lica me olhou – Nada disso que você disse tem importância pra mim, eu só me importo com o caráter e com o que essa pessoa está me fazendo sentir e Lica, você não sabe da metade do que eu sinto quando te olho.
Ela abriu um sorriso e pegou minha mão.
– Eu sei bem o que você sente quando olha pra mim porque é o mesmo que eu sinto quando te olho... – Ela se aproximou - Eu gosto de você, Sammy, de um jeito que eu não consigo encontrar palavras pra explicar.
Eu não disse mais nada, colei nossos lábios em um beijo calmo e cheio de sentimentos. Lica retribuiu de imediato. A gente se gosta muito, isso é fato.
16 dias depois.
14h23.
Já estava exaustivo ficar dentro dessa cabana sem saber o que está acontecendo com as pessoas que me importo. Lica está comigo a todo momento, a gente se ajuda, se apoia e se acalma em meio às crises inesperadas. Nós não víamos o Eric já tinha três dias e estávamos sentindo falta, ele tinha se tornado um amigo, alguém pra distrair do tédio e rir.
A gente já tinha assistido todos os filmes que tinha aqui, eu tinha fotografado cada parte de cabana e lá de fora também, Lica tinha mudado os móveis da cabana umas três vezes só nessa semana e eu não conseguia encontrar nada pra fazer. Agora estávamos deitadas na cama, Lica estava com a cabeça em minha barriga e eu fazia um carinho em seu cabelo.
– Onde será que o Eric se enfiou? – Perguntei me lembrando dele.
– Talvez ele esteja trabalhando demais, acredito que cuidar de uma fazenda não deve ser nada tranquilo ou fácil... – Ela respondeu, concordei com ela com um “uhum" – Tá com fome?
– Não, totalmente sem fome.
Ela levantou seu rosto pra me olhar e sorriu. Foi se ajeitando até estar deitada no meio de minhas pernas e com o corpo colado ao meu.
– E o que você quer fazer? – Perguntou baixinho enquanto passeava com as mãos pelo meu corpo.
Dei um sorriso malicioso porque eu queria o mesmo que ela.
– O mesmo que você quer.
Ela deu uma gargalhada baixa e rouca, enviando alguns estímulos para o meio de minha perna. Senti suas duas mãos segurarem a barra do meu short e por sorte, eu já estava sem calcinha. Ela começou a descê-lo quando envolveu meus lábios em um beijo quente. Retribuí de bom grado na mesma intensidade, segurei sua cabeça conforme o beijo ia se intensificando ainda mais. Em poucos segundos meu short já estava em meus pés.
Lica se ajoelhou na cama e me ajudou a tirar o short de vez, ela olhou para meu centro por alguns segundos com uma expressão de puro de tesão. Eu que não sou santa, abri ainda mais as pernas, ficando ainda mais visível ao seu olhar. Eu estava usando uma camisa da Lica, ela era confortável e ficava linda em mim. Partindo disso, comecei a desabotoar botão por botão, quando desfiz o último, elevei meu tronco por alguns segundos apenas para me desfazer da camisa. Como meu sutiã abria pela a parte da frente, Lica não tardou a fazer isso. Tirou ele rapidamente, me deixando totalmente nua e pronta pra ela.
Suas mãos voltaram a percorrer meu corpo enquanto ela me olhava, como se fosse me comer inteira, e eu rezava pra que isso acontecesse o mais rápido possível. Ela alcançou minha boca no mesmo segundo em que seus dedos encontraram meu clitóris, beijou meus lábios com a mesma intensidade da sua massagem nele. Eu retribuí o beijo e quando eu menos esperava, mas queria, ela penetrou o dedo do meio, mas apenas isso, ela sequer se moveu dentro de mim. Ao contrário disso, ela o tirou e segurou minhas duas pernas, abrindo-as, desceu com alguns beijos pelo meu torso até chegar ao abdômen.
Nesse ponto eu já estava com a respiração pesada por culpa da antecipação, eu queria sua boca em mim o mais rápido possível e quando isso aconteceu, foi como chegar ao paraíso ou próximo dele. Sua boca envolveu meu clitóris e começou a chupa-lo com vontade, como eu gostava e que sempre me deixava querendo mais. Senti sua língua descer por toda ela e alcançar a minha entrada, brincou um pouco com ela e penetrou-a em mim. Deixei que meus gemidos viessem a tona de uma forma quase que desesperada, eu quase não conseguia controla-los quando tinha essa mulher no meio de minhas pernas.
Fechei meus olhos e curti todas as sensações que ela me causava. Soltei um gritinho inevitável quando ela retirou sua língua de dentro de mim e colocou três dedos de uma só vez. Agora ela os movimentava dentro de mim, com força e o mais fundo que conseguia, na cadencia que era a nossa preferida e que combinávamos. Prestes ao alcançar o orgasmo, agarrei os cabelos da mulher que estava me fodendo gostoso e me rendi a explosão.
Permaneci com os olhos fechados e senti seus dedos saindo de dentro de mim, em seguida sua língua e boca limpando o estrago que tinha feito. Seus beijos subiram pelo meu abdômen e colo, até chegar na minha boca. Abri meus olhos e vi ela me encarando com um sorriso nos lábios e os cabelos mais bagunçados ainda. Passei a ponta dos dedos em seu rosto e antes que pudéssemos iniciar mais uma rodada gostosa de sexo, escutamos um barulho de motor de carro se aproximando.
Escutamos quem quer que seja estacionar o carro na frente da cabana e a porta do carro fechar. Revirei os olhos, emputecida com a pessoa que atrapalhou nós duas. Ela se levantou da cama e me alcançou minhas roupas, as vesti rapidamente enquanto ela ia no banheiro. Saiu dele com as mãos e o rosto lavado.
– Se for o Eric eu vou dar na cara dele... – Falei chateada antes de sairmos do quarto.
– Eu te ajudo.
Ela disse rindo baixinho. Passamos pelo curto corredor e descemos os degraus. Pela a janela da sala vimos um carro diferente do de Eric, Lica ficou em alerta e olhando melhor ela disse.
– Esse carro é o do Ricardo...
Me olhou um pouco confusa, eu estava da mesma forma.
– Mas ele sabe que não pode vir aqui... – Falei, indo em direção a porta com a Lica – Talvez o Eric esteja com o carro dele.
Ela concordou com a cabeça e antes que pudéssemos chegar até a porta, escutamos algumas batidas fortes. Procurei a mão de Lica e a segurei.
– Heloísa? – A voz que conhecíamos se fez presente e escutei Lica respirar fundo – Samantha?
Soltei sua mão e deixei que ela abrisse a porta pra ele entrar. Assim que ele entrou, ele deu uma olhada pela a sala e cozinha, dando um sorriso após.
– Essa cabana tá quase a mesma coisa de quando eu vinha aqui com o Eric... – Disse sorrindo, Lica estava com a cara fechada – Vocês estão bem?
– Estamos... – Respondi.
– O que você está fazendo aqui, Ricardo? – Ela foi direta, pegando-o desprevenido – Você sabe que não é correto.
– Eu vim ver como vocês estão e... – Ele ajeitou a sua postura – Avisar que eu e Eric não estamos mais juntos, por tanto vocês terão que sair daqui.
Lica me olhou e ela sabia, eu estava tão confusa quanto.
– Vocês terminaram quando? – Eu perguntei.
– Nós terminamos no domingo de tarde... – Olhei mais uma vez para
Mentira, porque o Eric passou o dia todo com a gente e só foi embora quase nove da noite, então é impossível essa história ser verdade.
– Porque vocês terminaram? – Lica perguntou e me olhou, eu sabia que ela estava pensando a mesma coisa que eu.
– Já não estava dando tão certo, aí eu decidi que era melhor pra mim por um fim nesse relacionamento... – Tudo me mostrava que ele estava mentindo, mas porque? – E por isso, vocês vão mudar de esconderijo.
Ele repetiu isso desnecessariamente pela a segunda vez. Lica estava com um semblante contrariado, ela não caindo nesse papo da mesma forma que eu.
– E o que isso atrapalha a gente em ficar aqui? – Ela perguntou cruzando os braços e se escorando na parede ao lado da porta.
– Vocês não tiveram a oportunidade de conhecê-lo, ainda bem, porque ele é um cara péssimo, não aceitou nosso término e por isso disse que era pra vocês saírem até o final da semana daqui.
– Defina um cara péssimo.
– Ele é manipulador, abusivo, possessivo e agressivo, eu não quero que ele acabe sendo um problema pra vocês.
– Ricardo, você sabe que mudar de “esconderijo” é complicado... – Lica fez aspas com as mãos – Alias, como está indo a investigação? Descobriram quem mandou aquele cara entrar na casa de madrugada?
– A polícia está investigando.
Ele puxou do bolso um telefone simples, do tipo que só faz ligação e manda mensagens de texto. Lica pegou e ficou observando o Ricardo.
– Vocês devem deixar esse celular desligado e apenas no horário combinado, liga-lo... – Ricardo começou a explicar – É por aqui que eu vou conversar com vocês esses próximos pra combinar quando e como vocês vão sair daqui.
– Você não pode dizer nada da investigação pra gente agora? – Perguntei.
– Só posso dizer que a polícia ainda está investigando, não temos nada concreto... – Ele respondeu – Enfim, eu já vou, tenho coisas pra resolver lá na cidade. A partir de amanhã e até sábado, ligue o celular as 17hrs.
Heloísa apenas concordou com a cabeça e Ricardo se despediu, saiu pela a porta e em poucos segundos ele já tinha sumido pela a estrada. Entrei pra sala e Lica veio atrás, fechou a porta e me olhou.
– Você também acha o mesmo que eu? – Perguntei e ela concordou com a cabeça.
– Que ele está mentindo em algumas partes? – Se sentou no sofá e eu a acompanhei – Ou talvez em tudo.
– Possivelmente... – Fiz uma careta – Há quanto tempo você conhece ele?
– Desde a minha adolescência.
Concordei com a cabeça e fiquei calada, ela me observou por alguns segundos e continuou.
– Só que isso não quer dizer nada, sabe? Eu posso achar que o conheço bem e no final não, ter uma decepção gigantesca.
– Como que vamos descobrir se essa história é mentira como achamos? E se for, porque ele mentiria sobre essas coisas?
– Eu não sei, Sammy... – Ela me disse – Você topa ir lá na fazenda do Eric?
Lica perguntou e eu não pensei duas vezes pra concordar. Lica foi até o quarto pegar a chave do carro e eu fiquei esperando ela em frente ao carro, observei a natureza por alguns segundos até que escutei a porta fechando. Ela me olhou e sorriu assim que desceu o único degrau. Entramos no carro e ela deu a partida, bastávamos seguir uma estrada de barro por um pouco mais de um quilômetro.
Não demorou mais que 10 minutos pra que fizéssemos o caminho e avistamos a fazenda do mesmo. Pra entrar lá tinha uma porteira, Lica parou o carro e eu desci pra abrir. Não era tão complicado, quando ela passou com o carro por ela eu a fechei. Voltei pro carro e acabamos de chegar na fazenda do Eric.
Era um lugar bonito, tinha uma casa grande e bem feita. Paramos o carro ao lado de uma caminhonete que tinha em frente a casa. Descemos e fomos caminhando para a entrada da casa. As portas e janelas estavam abertas, mas não conseguimos ver ninguém por perto. Lica bateu palma por alguns segundos.
– Vamos esperar, né? – Lica me olhou e deu um sorriso.
Me aproximei dela e encostei meu braço no dela, num tipo de carinho tímido. Como não estava vendo ninguém, aproximei meu rosto do ouvido dela.
– Eu tô chateada, sabia? – Falei baixinho e ela soltou um “porque?” no mesmo tom – Se não fosse o Ricardo, nós estaríamos transando gostoso até agora.
Ela me encarou por alguns segundos e encostou sua mão na minha, brincou com os meus dedos delicadamente e quando senti que ela ia segurar minha mão, escutamos a voz de Eric, avisando que já estava indo.
Alguns segundos depois, ele apareceu na porta, viu nós duas e sorriu.
– Meninas? – Ele falou sorrindo – Estou surpreso, não vou mentir.
– Surpreso porque? – Ele veio abraçar nós duas, retribuímos.
– Porque eu estava me organizando pra ir ver vocês daqui a pouco... – Riu – Vamos sentar ali?
Apontou para algumas cadeiras em uma área grande. O acompanhamos e Eric se sentou em uma cadeira em frente as nossas duas.
– Eric, eu vou ser direta com você porque não sou de rodeios. O Ricardo foi lá na cabana não tem meia hora e... – Vimos o rosto de Eric perder o sorriso ao falar o nome dele – Ele disse que vocês terminaram domingo a tarde e nós sabemos que...
Eric nos interrompeu pela a primeira vez desde que a gente se aproximou, seu rosto serio, mostrava que tinha algo no fundo disso tudo.
– Ele mentiu pra vocês, porque eu terminei com ele hoje de manhã e além do mais, no domingo nós três estávamos juntos lá na cabana.
Olhei pra Lica e uma sensação estranha tomou conta do meu corpo. Ela concordou com ele e disse que nós duas sabíamos disso e contou tudo o que ele disse de Eric.
– Eu não vou me defender das coisas que ele disse porque não vejo necessidade, tudo bem que nós nos conhecemos tem pouquíssimo tempo, mas eu acredito que fui sempre muito franco e aberto com vocês duas. Então eu espero que vocês consigam enxergar que não sou nada do que ele disse e principalmente, eu não falei nada sobre vocês e muito menos sobre vocês terem que sair da cabana por causa do nosso término. – Ele disse calmamente – Nós termos chegado ao fim é problema meu e dele.
– A gente pode perguntar porque vocês terminaram? – Eu perguntei.
– Tanto podem quando devem... – Ele se ajeitou na cadeira – Eu soube do dia que você chegou aqui no Brasil, Samantha, eu escutei ele conversando com alguém pelo celular e depois disso, ele foi ficando estranho, a gente quase não se via e quando chegávamos nos ver, ele estava sempre me escondendo alguma coisa e não saía do celular. Eu achei estranho tudo isso porque nossa relação era outra totalmente diferente... – Respirou fundo – A gente conversava sobre tudo e eu sabia quase tudo de seu trabalho, incluindo o salário que ele ganhava, e ele as minhas coisas e o que eu ganho aqui. Só que depois que você chegou ele trocou de carro e foi a vista, eu sei disso porque vi o comprovante sem querer... – Uma sensação estranha percorreu meu corpo – Eu pesquisei, meninas, o carro que ele comprou custa mais de cem mil reais porque é importado.
– Ele não pode ter sei lá, juntado essa grana? – Perguntei.
– Eu pensei isso até ontem a noite... – Lica sem se importar com ele na nossa frente, encontrou minha mão e a segurou – Eu vi dois depósitos grande pra conta dele e por conta disso, quando ele estava tomando banho, olhei o celular dele e vi algumas mensagens.
– Depósitos? – Lica falou – E quais mensagens?
– Eu tirei foto dos comprovantes e também das mensagens... – Ele ficou inquieto – Em algumas dessas mensagens, a pessoa com quem ele conversava, cita vocês duas e diz que quer vocês... – Eric parou por alguns segundos e depois terminou a frase – Mortas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Guarda-Costas
FanficSamantha, filha da nova presidente do Brasil, é obrigada a aceitar um guarda-costas após ataques e ameaças contra si. Ela espera um tipo de pessoa, mas ao encontrar outra totalmente diferente, qual será a sua reação? É possível um amor nascer disso...