POV Jesse
Existe uma teoria que diz que quando você está solteiro, ninguém se interessa por você, mas basta que você esteja com alguém para que surjam outras pessoas de todos os cantos. Namorei por quase um ano, e essa teoria nunca se provou verdadeira. Até agora.
Estou fechando meu armário na escola quando Santana Lopez para do meu lado, com sua melhor cara sedutora.
"Oi, delícia." – Ela fala. Acho que fiz a patética cena de olhar pros lados pra ver se tinha mais alguém ali além de mim.
"Oi..." – digo, receoso.
"Então, você é um gênio da matemática, certo?"
"Gênio não."
"Você tira mais do que eu, então já serve." – ela se aproxima de mim, e eu dou uns passos pra trás, ficando quase imprensado na parede. Não me entenda mal, Santana é obviamente gostosa, mas seu jeito de agir como se tivesse o mundo em suas mãos faz com que eu perca qualquer interesse por ela. Além disso, não quero que Rachel me veja perto dela, ou de qualquer garota, embora tecnicamente nós não estejamos namorando ainda.
"Preciso de aulas extras." – Santana me diz. Sou indelicado quando deixo escapar meu som de surpresa.
"Você?" – pergunto. Santana Lopez está na minha aula de Geometria desde o primeiro ano, e nunca foi do tipo que se importa com notas, ou em sequer aparecer nos dias das provas, para começar.
Ela respira fundo.
"Olha, eu não quero terminar meus dias nessa pocilga de cidadezinha, trabalhando como garçonete ou algo do tipo. Eu não tenho paciência pra aulas e exercícios, mas eu sou uma ótima líder de torcida, e agora que a Quinn será mamãe em breve, a vaga pra bolsa de estudos para torcedoras da Universidade Princeton está livre, e eu posso ter alguma chance." – seu rosto, que parecia sincero e preocupado até agora, volta para a sua máscara de sedução – "E talvez se você me der aulas eu possa ter algum incentivo para continuar estudando." – ela rola os dedos pelo meu peito, e eu me desvencilho educadamente, saindo da parede.
"Não sou mais monitor." – estagiei na monitoria da escola por um tempo, antes de conseguir o emprego na loja de discos, que não paga muito, mas já é mais do que o que eu ganhava aqui.
"Eu sei. Eu posso pagar por fora. Quanto você quer?"
Calculo mentalmente um valor.
"Uns 20 por semana, tudo bem?"
"Tudo bem," – ela volta a se aproximar de mim – "e talvez eu possa te dar algo mais pelos seus serviços." – ela sussurra perto demais do meu rosto.
"Olha, qual é a sua? Sério?" – digo. Esse joguinho está começando a me irritar - "Eu já concordei em te dar aulas, não? Pra que tudo isso?"
Ela começa a mexer na bolsa, e penso que vai me ignorar, quando tira um espelho da bolsa e o aponta para o meu rosto.
"Porque você é gato." – fala, e guarda o espelho no bolso.
Há um enorme ponto de interrogação pairando sob a minha cabeça.
"Você era da Quinn, tá legal? E eu não sou fura olho de amiga. Dai vocês terminaram e eu esperei um tempo pra ver se iam voltar, mas ela parece estar feliz com o idiota do pai do filho dela, então... Ao menos que eu tenha esperado demais."
Fico em silêncio. Nem eu sei o que responder.
"Quer saber, eu não ligo pra resposta. Só aparece lá em casa e me dá a droga das aulas. Te ligo pra combinarmos." – ela fala, jogando a mochila nas costas e saindo.
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All That Matters | St.Berry Fanfiction
RomanceJesse e Rachel são melhores amigos desde sempre. Vizinhos, seus pais são melhores amigos, e os dois cresceram como irmãos. Até que o emprego da mãe de Rachel em outra cidade os separa por um tempo. Cinco anos depois, Rachel está de volta à cidad...