Capítulo 12

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Pov Jesse

"Preciso da sua ajuda!"- Rachel entra de supetão no meu quarto. Estou debruçado sobre meu livro de história, meus pais saíram para comprar as coisas da sua viagem de segunda de mel, que está chegando, e eu estou estudando para a prova da semana que vem, quando ela entra correndo. Obviamente usou a chave de emergência novamente. É melhor eu me conformar com o fato de que, para ela, ela simplesmente tem uma chave da minha casa, e vai usar sempre que achar necessário. Não que isso seja um problema.

"Fala, Rach." – digo, girando a cadeira para olhar pra ela, que está sentada na minha cama, com um ar envergonhado no rosto.

Nós estamos bem, apesar de tudo. Às vezes sinto que o clima fica um pouco tenso entre nós dois, mas continuamos tão amigos quanto antes, ou pelo menos é isso que eu espero. Nunca mais falamos nada sobre os beijos.

"Quero que você me ensine tudo o que sabe sobre sexo." – ela joga uma bomba na minha direção.

"COMOÉQUEÉ?" – chego a gritar, de surpresa – "Tá maluca, Rachel?"

"Não. Eu, eu sei que isso é estranho, mas eu preciso conversar com alguém em que eu confie, e esse alguém é você." – Ela me olha com o seu olhar que consegue arrancar qualquer coisa de mim.

Eu nunca pensei que fosse passar por isso. Bom, pelo menos não antes de ser pai, e de minha filha estar com pelo menos uns 15 anos de idade, quando eu certamente também não saberei como reagir.

"Rach, o que foi que houve? O Finn fez alguma coisa com você?" – me sento ao lado dela. Estou tentando entender de onde raios saiu essa pergunta.

"Não. Sim. Quer dizer, não. Não sei!" – ela fala – "É só que... estamos pensando em, você sabe, fazer..." – ela sussurra a última parte, embora estejamos sozinhos em casa.

Quero matar o Hudson. Quero pegar todas as facas, tesouras e estiletes que estiverem nessa casa e arremessar contra ele. E embora eu realmente queira cortar qualquer parte dele fora nesse momento, algumas em especifico, eu me mantenho frio por fora. Meu lado racional precisa entender que Rachel não é minha, que está crescendo, e que é natural que esses desejos surjam nela, também. Eles são namorados, é natural que sintam isso. Que hipócrita eu estaria sendo se deletasse da minha memória o fato de que também desejei minha namorada de algum tempo atrás, e que fui até o fim com ela assim que a oportunidade apareceu.

"Estão pensando ou ele está pensando?" – pergunto a ela. Estou tentando assumir a posição de pai ou irmão mais velho, ambas figuras que Rachel não tem.

"Faz diferença?" – ela está encarando os pés agora.

"Claro que faz, Rach! Essa decisão tem que ser de vocês dois. A primeira vez, não é algo que a gente esqueça facilmente." – sei que será a primeira vez dela, não só pelo nervosismo em vir conversar comigo sobre todas essas coisas, mas também porque tenho certeza que ela me contaria se tivesse acontecido no Canadá.

"O Finn é especial, eu o amo e..." – ela olha para mim, e parecesse se lembrar que eu gosto dela.

"Tá tudo ok, Rach." – eu sorrio sem humor algum.

Ela se joga para trás na minha cama, ficando deitada, e eu me jogo também. Estamos olhando um pro outro.

"Eu tenho medo." – ela sussurra baixinho – "De que doa. De não gostar.".

Passam-se alguns segundos antes de ela falar novamente.

"Como foi para a Quinn? Você sabe me dizer?"

"Eu... Rach, eu não quero falar sobre isso, mas, a Quinn não... não era mais, sabe? Então acho que foi diferente .".

Ela balança a cabeça, concordando.

All That Matters | St.Berry FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora