Capítulo 13

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POV Jesse

Como de costume, eu dormi. Minha mãe veio me acordar, e me abraçou por uns 40 segundos, dizendo o quanto ia sentir a minha falta. É a primeira vez que nos separamos desde que meus pais se casaram, 10 anos atrás. Eu também sentirei a falta dela, ela preencheu o buraco que eu tinha no coração pelo abandono da minha mãe biológica. Eu não poderia ter uma mãe melhor do que Emma.

"Emma, o México é literalmente aqui do lado! O Jesse não vai tacar fogo na casa até voltarmos." – meu pai bagunça meus cabelos, que estão na altura da minha orelha – "Não taque fogo na casa, Jesse, e pelo amor de Deus lave a louça que você sujar!" – meu pai, como sempre, aproveitando todas as oportunidades possíveis para me lembrar do quanto eu sou relapso. Essa é a forma dele dizer o quanto vai sentir minha falta, também.

"Vem cá, pai." – o puxo para um abraço, e Emma está com lágrimas nos olhos. Estamos rindo desse momento família, e eu os lembro que voos tem horário, e não esperam nem mesmo o casal mais feliz do mundo.

Resolvo tomar um banho longo e gelado. Passo um bom tempo com a cabeça embaixo da água, de forma a apagar tudo que estiver lá dentro e não pensar em nada por um tempo. Visto meus jeans antigos e uma camisa que escolhi porque estava limpa. Decidi ir ao shopping comer alguma coisa, afinal é sexta à noite. Saio do meu banheiro secando os cabelos e tentando lembrar onde foi que deixei meus tênis.

Toda a clareza de pensamentos que consegui durante o banho vai rapidamente embora.

Ela está lá, sentada na minha cama.

"Oi." – digo, jogando a toalha em cima de uma cadeira.

"Oi." – ela nem chega a olhar pra mim, continua encarando os pés – "Eu não consegui.".

Não posso fingir que não respirei aliviado depois de ouvir isso.

"Desculpe por jogar a bomba na sua cabeça por telefone, eu não ia ter coragem de te falar pessoalmente." – ela diz, e eu me sento ao seu lado na cama. Ela finalmente me olha.

"Eu sei que você gosta de me contar tudo que acontece na sua vida, Rach." – digo, e ela sorri pra mim. Ela sempre me contou cada detalhe sobre tudo.

"Até as coisas que não devo, né?" – ela diz, e estou rindo com ela. Ela pega meu controle remoto e liga minha tv, depois se deita na minha cama. Eu desisti de ir ao shopping, e me deito ao lado dela.

"Trancou a porta quando entrou?" – pergunto.

"Tranquei."

"Quer dormir aqui?" – pergunto. Ela tem ficado sozinha em casa desde que Shelby assumiu o jornal da madrugada, embora Shelby também tenha que ir à emissora durante o dia em alguns dias.

"Quero."

"Vou pegar uma roupa pra você vestir." – digo, e é quando percebo que ela está com um olhar angustiado no rosto.

"Você quer conversar?" – pergunto, e ela está encarando meus olhos. Chego um pouco mais perto dela.

"Eu... não entendo. Eu comprei uma camisola nova, me preparei psicologicamente, tudo, sabe? E ai, quando chegou a hora, eu... travei, sabe? Ele começou a me tocar, e parecia... tão errado!" – ela esconde o rosto no meu peito.

"Tudo bem, Rach, você não precisa se culpar por isso."

"A gente terminou."

Estou com raiva da imbecilidade de Hudson. Me afasto um pouco dela, para olhar seu rosto.

"Rach, ele terminou com você só por que você não quis?"

"Não, eu terminei com ele. Pedi um tempo, na verdade. Ele disse que não tinha problema nenhum, que se eu quisesse, ele nunca mais tocava no assunto, mas eu precisava pensar, sabe? Parece que eu... não confio nele, eu me sinto tão desconfortável quando ele me toca dessa forma. Eu gosto muito dos beijos dele, mas não mais do que isso."

All That Matters | St.Berry FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora