Pov Jesse
Beth nasce numa terça-feira, semanas antes do previsto. Puck nos envia vídeos onde Quinn o xinga de absolutamente todos os nomes possíveis e imagináveis, enquanto as contrações aumentam.
As fotos da pequena chegam logo depois: ela parece um ratinho, pequenos fios loiros brotam espaçadamente pela cabeça, mas o nariz é definitivamente de Puck. As fotos chegam praticamente todos os dias, Puck criou um grupo exclusivamente para isso. De vez em quando Quinn encaminha uma onde ele está chorando com Beth no colo.
Com as semanas passando, todos começam a visitar a nova família. Kurt, Finn, Blaine... as fotos começam a chegar. Finn tem um sorriso gigantesco, e Sam claramente não faz a menor ideia de como segurar um bebê, sua cara demonstra o seu pânico.
Eu vou logo depois. Beth é minúscula, tão pequena que me pergunto pra onde foi aquela barriga gigantesca de Quinn. Mesmo com algumas semanas a menos, Quinn me diz que ela está forte e se desenvolvendo normalmente. Ela dorme profundamente no berço e eu fico ali, observando aquele pequeno milagre, aquele ser humano que sequer existia no planeta semanas atrás.
"Quer segurar?" - Quinn pergunta, fazendo carinho no meu ombro. Eu balanço lentamente a cabeça, em afirmação.
Me sento na cadeira, e Quinn me mostra a forma correta de segurá-la. Nunca interagi com um bebê: meus pais não tiveram outros filhos, e eu nunca perguntei o porquê. Não tenho primos, e Quinn é a primeira amiga a ser mãe. Seguro a ratinha no meu colo, apoiando sua cabecinha com a mão. Ela resmunga baixinho, mexe os bracinhos e continua em seu soninho. E eu fico ali, observando seus cabelinhos tão frágeis, ela é praticamente careca.
Quinn a troca de posição no meu colo, e Beth boceja alto. Abre os olhinhos e se estica como um bicho preguiça. Os olhos são de Puck, também. Mas ela se parece muito com Quinn, uma mescla dos dois.
Por alguns segundos, me permito imaginar como teria sido ter o meu bebê nos braços: imagino uma menina também, tão minúscula quanto Beth, tão careca quanto. Não tenho muita imaginação, é difícil imaginar um bebê com proporções diferentes da que tenho em meus braços agora, e ainda mais difícil tentar visualizá-la como uma mistura entre Rachel e eu.
Beth irrompe num choro estridente, e Quinn a toma nos braços, sussurrando uma canção. A pequena continua chorando, e Quinn a leva pra sala para alimentá-la.
Quando percebo, estou chorando também.
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A última foto do grupo é de Rachel. Ela segura Beth com muito mais destreza do que eu. A ratinha chora, e Rachel sorri com o momento capturado. Beth parece estar a plenos pulmões, com sua linguinha para fora e sua garganta plenamente visível. Tempos depois, chega outra foto: Beth dormindo, e Rachel a segurando com um biquinho.
Tento imaginar como foi a cena: Rachel segurando um bebê no colo pela primeira vez depois de tudo o que aconteceu. Não preciso me perguntar se doeu, porque eu sei que sim, doeu em mim também. Mas Rachel é forte, tão mais forte do que todos imaginam. Me pergunto como teria sido chegar com ela de mãos dadas à casa de Quinn, pegarmos juntos a nossa afilhada no colo e sorrirmos para a foto. A barriga de Rachel estaria despontando agora, e Quinn e ela trocariam aterrorizantes dicas sobre a hora do parto. Talvez Puck e eu até pudéssemos jogar umas partidas de videogame.
Todos sonhos que parecem tão distantes agora.
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Beth completa um mês, e os amigos organizam um mesversário para ela. O grupo continua permanente, mas eu quase não interajo nele. Eu sigo bloqueado, então não consigo ver o que Rachel escreve. Quinn me diz que ela está bem, melhorando aos poucos.
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All That Matters | St.Berry Fanfiction
RomanceJesse e Rachel são melhores amigos desde sempre. Vizinhos, seus pais são melhores amigos, e os dois cresceram como irmãos. Até que o emprego da mãe de Rachel em outra cidade os separa por um tempo. Cinco anos depois, Rachel está de volta à cidad...