POV Rachel
Estou sentada na praça de alimentação do shopping, enrolando meu cabelo com os dedos e tentando conter meu sorriso enquanto mordo meus lábios. Finn está na fila da lanchonete, que está grande, e de vez em quando ele se vira e olha pra cá. Meu reflexo natural é abaixar a cabeça e rir toda vez que isso acontece.
Depois que Quinn saiu correndo da sala, e que Noah Puckerman foi correndo atrás dela, o Sr. Schuster encerrou as atividades do dia. Kurt e eu fomos os últimos a ir em direção à porta, ele ainda estava evitando o idiota do Blaine. Finn me parou assim que passei pela porta.
"Rach, eu... desculpa..." – ele olha para Kurt, que nos observava um pouco de longe, com seu enorme sorriso de bocó no rosto – "olha, a gente pode conversar?" – ele me pergunta. Eu apenas balanço a cabeça.
"Vai fazer alguma coisa agora?" – ele me pergunta, e quando eu nego, ele me convida pra almoçar.
"Oi." – Finn chega equilibrando dois pacotes e dois copos enormes de refrigerante, me acordando dos devaneios – "Então, eu acabei esquecendo de perguntar o que você queria comer, então eu trouxe dois combinados. Tudo bem?" – ele me entrega o pacote, e eu o abro. Acho que não consigo esconder minha cara de decepção.
"É que eu sou vegetariana..." – digo, segurando o hambúrguer ainda na caixinha.
"Ah!" – Finn parece envergonhado – "Desculpa, eu realmente não sabia." – ele está se levantando para voltar à praça de alimentação, mas eu seguro o seu braço.
"Tudo bem, eu vou ficar satisfeita só com as batatas." – eu pego uma do pacotinho e começo a comer.
"Tem certeza?" – me pergunta, e eu confirmo com a cabeça, dando um gole no refrigerante. Ele acompanha meus lábios com os olhos, e de repente balança a cabeça, como se afastasse um pensamento.
"Olha Rachel, eu preciso te explicar porque foi que eu fiz aquilo hoje no Glee Club." – ele para de falar por alguns minutos, como se estivesse tentando achar a melhor forma de organizar as coisas na sua cabeça – "eu... eu não sou muito bom nisso, nesse negócio de se declarar, quer dizer, eu nunca namorei ninguém de verdade... eu só, eu só estou tentando dizer que... caramba!" – ele balança a cabeça mais uma vez, e eu dou um risinho.
E é nesse momento que ele pega a minha mão, por cima da mesa.
"Rachel, eu não sei falar direito, tudo o que eu sei fazer é cantar, e é por isso que eu escolhi cantar pra você hoje no Glee Club." – ele está olhando fundo nos meus olhos, agora – "porque eu estava tentando te dizer que eu não sei muito bem o que é isso, mas desde aquela vez em que cantamos juntos no Glee Club eu não consigo parar de pensar em você. Você é inteligente, bonita, divertida... é tão diferente de todas as garotas que eu já conheci. E eu não tenho experiência nenhuma com essa história de namoro sério, mas eu queria saber... eu queria saber se eu posso te pedir em namoro." – ele diz, e eu levo uns 20 segundos para registrar a informação e balançar a cabeça em afirmação.
"Legal." – ele respira fundo – "No caso, esse foi o pedido. Ou eu devo pedir de novo?" – ele parece confuso, e eu rio um pouco, naturalmente. Ainda não posso acreditar que Finn Hudson é meu namorado, depois de todo esse tempo.
"Acho que essa é a hora em que eu beijo você." – ele diz, e tudo o que eu consigo fazer é balançar a cabeça. Nunca estive tão quieta em toda a minha vida. – "então tá." – ele diz, e aproxima o rosto do meu. Ele fecha os olhos, eu fecho os meus também. Sinto o toque dos lábios do meu príncipe nos meus lábios, calmo, tranquilo. E esse beijo é tudo que eu sempre sonhei.
POV Jesse
Não acredito que já se passou um mês desde que Rachel e Finn começaram a namorar. Um mês em que Rachel tem se revezado entre a nossa mesa e a mesa dos populares, onde Finn se senta. Não posso reclamar tanto assim dele, não me parece ser um cara tão ruim, ele até se senta na nossa mesa de vez em quando. O problema de Finn é pura e simplesmente um só: ele existe. E considerando que Rachel e ele estão juntos a um mês, e que eu resolvi não contar nada a ela sobre os meus sentimentos, ou a ninguém mais, então tenho que ficar quieto e comer meu cachorro-quente enquanto finjo apreciar o jogo de futebol americano da nossa escola, pra onde ela nos arrastou em pleno sábado à tarde, só porque o Hudson está jogando.
Kurt está sentado do meu lado comendo um sanduíche de pão sírio que trouxe de casa, porque se recusa a comer as "porcarias gordurosas" que são vendidas na escola nos dias de jogo. Rachel está compenetrada no jogo, e Mercedes Jones (que também passou a andar conosco) e Tina estão ao lado dela. Estamos sentados na primeira fileira da arquibancada, porque a William Mckinley (assim como muitas outras escolas) não possui rampas de acesso, e estamos aqui embaixo porque é o único lugar onde a cadeira de Artie cabe.
As Cheerios estão torcendo, enquanto o jogo acontece. Quinn se vira para mim e me dá um tchauzinho, com seu lindo sorriso aberto, ela e eu estamos bem, apesar de tudo. Nós não voltamos a namorar, e não temos entrado em contato de nenhuma outra forma desde que terminamos, mas ainda nos cumprimentamos pelos corredores, e na aula de inglês que temos juntos.
Rachel olha pra mim, e me cutuca.
"Vocês tão de rolo de novo?" – ela coloca uma quantidade enorme de pipoca na boca.
"Não. Mas ainda somos amigos, eu acho." – o barulho da plateia me faz prestar atenção no jogo, e vejo que Blaine Anderson está com a preciosa bola nas mãos. Finn está fazendo sinal para que ele a lance, mas ele está correndo com ela nas mãos, até que é arremessado no chão por um jogador do time rival, que deve ter o triplo do seu peso. O grandalhão sai de cima dele, e é então que percebemos que a situação foi séria: ele está estendido no chão, virado de lado, com uma mão envolvendo um dos braços, a perna virada para uma direção que certamente não é natural, e um aspecto de muita dor visivelmente transmitido nos olhos.
Tina e Kurt se levantam para ver melhor o que aconteceu.
O jogo é interrompido, e Blaine sai do campo em uma maca, carregado pelos enfermeiros da escola. E Sam Evans, que estava sentado no banco de reservas, é convocado para assumir o seu lugar.
"Uhuuul, vai Sammy!" – Kurt grita, e Rachel bate palmas, fazendo um pouco de pipoca voar na minha direção. O jogo continua normalmente, Blaine não retorna ao campo em momento algum. Me distraí por um momento, e quase não vi quando Quinn saiu do campo com a mão na cabeça, como se estivesse tonta. Ela vive fazendo uma dieta atrás da outra, e de vez em quando se sente meio fraca. Tenho vontade de ir ver se ela está bem, mas acabo me contendo no lugar.
Sam é um bom jogador, ele pega a bola e a arremessa para Finn, que marca um ponto, e lança um beijo para Rachel logo em seguida, indicando que o dedicava a ela. Rachel se derrete na cadeira, ela e Kurt estão dando risadinhas, e eu rolo os olhos, procurando o painel que indica quanto tempo falta para essa tortura acabar.
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Nós perdemos. O jogo, no caso. Finn e Rachel foram sair para jantar, e tendo perdido ou não, Sam e o resto do pessoal foram jogar boliche, afinal de contas, é sábado à noite. E eu, como sou um velho desanimado de 18 anos de idade, recusei o convite para ir junto. Disse a eles que tinha que estudar, mas a verdade é que eu não vejo muita graça em sair sem Rachel. Ela consegue tornar qualquer ambiente mais feliz.
Meus pais também saíram para aproveitar a noite juntos, e estou em casa, sozinho, de meias e bermuda, comendo pipoca enquanto assisto uma reprise de um seriado qualquer. A campainha toca, me acordando do cochilo ao qual eu devo ter caído há algum tempo atrás, já que o programa já acabou. Arranco as ridículas meias dos pés, e a campainha toca outra vez, enquanto estou procurando uma camisa. Visto uma regata apressadamente, e voo para a porta.
É Quinn. Ela está parada do lado de fora da minha casa, com seu uniforme das Cheerios, o rabo de cavalos despenteado e o rosto vermelho e inchado de tanto chorar.
"Quinn, o que houve?" – eu digo, preocupado com ela.
"Eu estou grávida." – é tudo o que ela consegue sussurrar, antes de cair nos meus braços e chorar outra vez.
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All That Matters | St.Berry Fanfiction
RomansaJesse e Rachel são melhores amigos desde sempre. Vizinhos, seus pais são melhores amigos, e os dois cresceram como irmãos. Até que o emprego da mãe de Rachel em outra cidade os separa por um tempo. Cinco anos depois, Rachel está de volta à cidad...