MAIS QUE UMA NOITE - JOHN (CONCLUÍDA)

CAPÍTULO DOIS

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— Seu pai é um cretino.

Dou um sorriso com o comentário de Clarke e Henry concorda com ela, enquanto enche nossos copos com mais bebida. Havia contado para eles o que Benício me disse e não gostaram nada, Henry até se ofereceu para ir até a empresa me defender. Matteo alguns minutos atrás mandou o horário de nosso vôo e o hotel que ficaríamos, mesmo eu dizendo que já tinha lugar para ficar, que é a casa de Kate com quem fiz faculdade. Assim que terminamos nosso curso, ela voltou para os Estados Unidos para trabalhar ao lado de seu irmão.

— Talvez essa viagem lhe faça bem, mudança de ares sempre é bom. — Henry disse e sorriu. — Você pode voltar casada com algum desconhecido.

— Eu vou para Nova Iorque, não a Las Vegas. — Respondi.

— Não importa, veja isso como uma forma de conhecer outros lugares e quem sabe se mudar depois que sua dívida, que não é uma dívida, terminar.

— Henry tem razão, Bárbara. Depois desses seis meses não seria bom continuar por aqui, Benício nunca sairia do seu pé, aquele homem é um idiota. — Clarke segura minha mão apertando-a para me confortar. — Em Nova Iorque ou qualquer outro lugar que decidir ir, poderá começar uma nova vida e ter sua tão sonhada liberdade.

— Mulher, você tem vinte e quatro anos e não curtiu muita coisa ainda. Quer dizer, tirando o bonitão que te levou aos delírios há quatro anos, você não teve mais ninguém.

Minha mente voltou aquela noite quando o conheci no bar. Nos demos bem logo de cara, eu não sabia seu nome, mas não me esqueci de seu rosto. Ele era alto, louro, rosto quadrado e queixo bem definido, mas seus olhos eram de um azul intenso que me levaram ao delírio.

— Deve estar com teias de aranhas entre as pernas. — Clarke disse gargalhando e Henry se engasgou com sua bebida rindo.

— Como eu odeio vocês dois. — Murmurei revirando os olhos.

— Você não vive sem a gente, isso sim.

Nossa noite foi em meio a risadas, bebidas, danças e muitas piadas sobre minha vida nada curtida. Na manhã seguinte eu não fui trabalhar, apenas para irritar Benício e no outro dia com minhas malas já prontas, Henry me levou até o aeroporto. Matteo havia me mandado uma mensagem dizendo que estava à minha espera, não vou negar falando que não estou nervosa, porque estou e muito. Já fiz muitas compras de locais para futuros hotéis, mas alguma coisa me dizia que não seria fácil tirar Heinrich Group do pé, eles não parecem o tipo que desiste sem antes brigar muito.

Acho que um pouco do meu nervosismo é se eu não conseguir comprar esse prédio, tenho medo do que Benício será capaz de fazer comigo e eu não suportaria ficar mais um ano em Barcelona sem poder fazer nada. Assim que pego minhas malas entro no aeroporto procurando por Matteo, logo o vejo que acena para mim e eu vou em sua direção. Matteo beija minha bochecha e juntos vamos fazer o check in, algum tempo depois nós embarcamos no avião.

— Por breves segundos achei que você não viria. — Ele diz assim que sentamos em nossos lugares.

— Você sabe que eu não tive muita escolha.

— Seu pai é um merda. Não é de hoje que ele vem tentando comprar os prédios que possui em Portugal, Inglaterra e Itália. Ele acha que quando morrer vai levar todo seu império pro túmulo.