CAPÍTULO OITO

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Eu podia ouvir as batidas do meu coração conforme chegamos próximo ao prédio. John não tirou seus olhos de mim, provavelmente esperando que eu abrisse minha boca, mas não foi o que aconteceu. Na verdade, eu não sei como consegui ficar calada, minha mente trabalhava a procura de uma desculpa muito plausível e nada parecia bom o suficiente para enganá-lo, se é que era possível fazer isso.

No fundo espero que ele não seja capaz de fazer nada comigo, mas eu já quebrei a cara achando que não fariam nada de ruim e olha onde estou agora. Não esperava que Benício me trocasse e foi o que ele fez, foi uma grande decepção.

Assim que o carro parou, John desceu e segurou minha mão puxando-me para fora. Taylor vêm logo atrás, ele aperta sua mão mão volta de meu pulso e nos guia em direção a uma porta que na outra noite eu não percebi a existência. Seguimos por um corredor escuro e John logo abre outra porta com uma escada que nos levará para uma espécie de porão, eu sinto meu nervosismo crescer conforme descemos e o mau odor fica ainda mais forte.

O local não parece ter saída de ar, o que piora tudo e também é tudo muito gelado ali. John solta meu braço deixando-me sozinha no meio do lugar e sem luz não enxergo um palmo em minha frente. Passo meus braços em volta do meu corpo como se auto abraçasse e alguns segundos depois a luz é acesa, pisco meus olhos para me acostumar com a claridade e os arregalou ao notar que esse cômodo é ainda pior do que o outro.

Tem uma cadeira com correntes para prender alguém ali e a mesma está completamente suja de sangue. Uma mesa com muitos instrumentos no canto e todos sujos também, vejo do outro lado duas celas e uma cadeira elétrica, noto uma grande mangueira igual essas de filmes que são usadas para jogar uma forte água no corpo das pessoas. Sinto a bile subir pela garganta quando noto que o mau odor é dos restos de dedos e orelhas humanas jogadas no chão e o pior é perceber que alguns dedos e poças de sangue parecem ser bem recentes.

— Muito bem Bárbara, você quer contar algo ou podemos começar com a festa?

Viro para olhá-lo, meu coração acelera e minha barriga fica gelada. Ele será mesmo capaz disso?

— Não dificulte as coisas para nós, docinho, é melhor dizer o que você queria seguindo-me depois do jantar.

John se vira indo até a mesa, ele parece observar cada instrumento ali e opta por pegar um alicate. Engulo seco sentindo meus olhos ficarem marejados, eu não quero passar por isso. Ver aquele homem sendo torturado tirou muitas noites de sono, não sei se suportaria passar por tudo isso.

— Por favor...

— Então comece a falar, porra.

— Eu... eu apenas vi uma mensagem no seu celular e queria saber do que se tratava, você não me diz nada sobre esse seu mundo e agora eu faço parte disso e mereço saber tudo.

Ele coloca o alicate na mesa e volta sua atenção para mim.

— Não, não merece. Você não merece saber de nada, eu espero que não faça mais nada desse tipo.

— John, eu...

— Esse assunto acabou. E você será mantida em casa por mais algum tempo.

Ele sobe as escadas e Taylor indica para que eu faça o mesmo, vindo logo atrás de mim. Devo admitir que tive sim muito medo de que John fizesse algo e não duvido que ele faria. Entretanto não vou deixar isso assim, eu vou descobrir tudo relacionado ao John e o que ele faz. Agora que somos casados e que querendo ou não, eu estou envolvida nesse mundo preciso saber de tudo. E primeiro vou descobrir sobre tudo o que Diana contou.

MAIS QUE UMA NOITE - JOHN (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora