CAPÍTULO SETE

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— Nós estamos atrasados.

Ouço John reclamar novamente do quarto enquanto escolho uma roupa no closet, opto por um vestido simples azul bebê que cairia bem para o clima fresco de hoje.

— Não pedi que fosse comigo. — Respondi indo escolher um sapato.

Escuto passos e logo ele aparece no closet sério, como se aquilo fosse me causar algum tipo de medo. Quer dizer, posso até ficar com medo, mas não é algo que irei demonstrar para John.

— Suas atitudes te levou a não sair mais sozinha.

— Achei que isso aqui não fosse uma espécie de prisão. — Lembrei ele.

Coloco as sapatilhas e olho meu reflexo no espelho, pego minha bolsa e vou na direção de John que bloqueou minha passagem.

— E não é, mas até eu saber o que você fez naquela noite, você não irá sair sozinha. Está claro?

— Cristalino, agora me dê licença.

Ele segue para fora do quarto e vou logo atrás. A sexta tinha chegado e John decidiu ir comigo até a casa de Diana, ele alegou que tem assuntos para tratar com Robert, mas no fundo é apenas para vigiar-me. Desde da noite do jantar eu não fui deixada sozinha um minuto se quer e para piorar Kate não está podendo vir ver-me, e isso tem dedo do John.

Entramos no carro e seguimos em completo silêncio até o condomínio, fomos atendidos pela governanta. John seguiu para o escritório de Robert enquanto eu era levada para o jardim, onde Diana já me esperava. Ela vêm ao meu encontro, me recebendo com um abraço caloroso. Segurou minha mão e juntas fomos até as cadeiras com almofadas para sentar e conversar.

— E então, como você está?

Ela sorri e serve duas xícaras com chá, entregando uma para mim.

— Estou muito bem, obrigada. E a senhora?

— Querida, sem formalidades. Qualquer pessoa próxima ao John é considerada como alguém da família para mim.

— Fico feliz em saber disso.

Retribuo seu sorriso bebendo um gole do chá e Diana oferece alguns cookies de chocolate, meus preferidos.

— Fiquei muito feliz quando soube que John havia encontrado alguém com quem passar o resto de sua vida. — Diana começa dizendo, atraindo minha total atenção. — Sabe, ele trabalha tanto pela Heinrich Group e por todo o resto que nunca demonstrou muito interesse em formar uma família.

—  É, as coisas aconteceram um tanto rápido, mas no fim deu tudo certo para ficarmos juntos.

— Não acho que quase dois anos tenha sido rápido.

— Como?

Aquilo foi um choque, devo ressaltar. Como assim dois anos? Ela literalmente está dizendo que estamos juntos há dois anos?

— Ora, você sabe. Há quase dois anos que John nos disse que estava com alguém, disse também que a pessoa estava em outro país, mas que logo viria morar aqui com ele.

— Ah, é mesmo. Que cabeça a minha. Estou tão esquecida ultimamente que chega ser um erro não lembrar desses anos longe dele.

— Está tudo bem, querida, é a felicidade de finalmente estar ao lado de quem amamos.

Dou um sorriso terminando de beber meu chá, eu precisaria tirar toda essa história a limpo. Mas não acho que John vai simplesmente contar tudo e com certeza ele ficará uma fera se souber que Diana disse algo sobre isso. Eu teria que arrumar uma forma de descobrir tudo relacionado ao meu queridíssimo marido.

MAIS QUE UMA NOITE - JOHN (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora