CAPÍTULO DOZE

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Quando pousamos em solo polonês, todo o nervosismo que não existia apareceu juntamente da excitação de poder ver minha mãe. Nós tínhamos conseguido três endereços que poderiam ser Yeva, então eu iria com Henry em um deles e as outras duas em outro, e se ela não estivesse em nenhum dos dois, iríamos nos encontrar e juntos ir ao último endereço. Sendo assim, depois de deixar nossas coisas num hotel simples no subúrbio de Varsóvia, seguimos cada grupo para seu destino.

Dentro do táxi eu sentia náuseas com medo dela não querer me ver e muito menos querer me ter por perto, já que corríamos risco de vida, mesmo que ela estivesse escondida há anos, ter vindo até aqui poderia lhe trazer grandes consequências. Mas é minha mãe, a mulher que me deu vida e infelizmente me deixou na porta de um grande filho da puta e eu precisava saber o motivo, o porquê dela não ter me trazido consigo. Espanto meus pensamentos quando sinto a mão de Henry na minha, noto que o carro diminuiu a velocidade e logo estamos em frente a uma pequena pensão que fica em um bairro pouco movimentado.

Depois que descemos do veículo, observo o pequeno prédio em minha frente. Sinto minhas pernas travadas no lugar com receio do que pode vir a acontecer nos próximos minutos.

— Relaxa, eu estou aqui com você. — Disse Henry e apertou minha mão levemente.

— Obrigada! Não sei o que faria sem você.

— Provavelmente nada.

Sorrimos um para o outro e entramos no lugar.

A recepção era pequena com um sofá desgastado no canto e um balcão com um computador. A mulher sentada do outro lado ergueu seus olhos na nossa direção e pude sentir meu coração parar por breves segundos. Eu poderia dizer que ela era uma versão minha mais velha e seria assim que ficaria daqui alguns anos. Yeva estreitou seus olhos em minha direção e pude ver o vislumbre de surpresa atingir seu rosto, seus olhos estavam marejados quando ela deu a volta no móvel e veio ao meu encontro de braços abertos.

— Eu sonhei tanto com esse momento. — Ela sussurra em meio aos soluços. — Minha Babi.

Nos separamos, Henry também está emocionado e o vejo secando seu rosto. Yeva fecha a porta e segura minha mão nos guiando escada a cima. Entramos em um quarto simples e só então ela volta sua atenção para nós.

— Minha querida, estou muito feliz em poder vê-la depois de tantos anos. — Começou dizendo. — Mas, sabe o risco que é vir até aqui? Não sei como você encontrou-me e algo me diz que não vou gostar de saber.

— Eu estou casada e meu marido possui muitos negócios errados. Eu ouvi algumas conversas e decidi que era hora de saber algo sobre minha mãe, já que quase morri por isso.

Ela desviou seus olhos dos meus e sei que posso ter sido um pouco cruel lhe dizendo isso.

— Quero apenas algumas respostas para perguntas que tenho feito desde criança. — Murmurei sentindo Henry apertar meu ombro me apoiando.

— Não foi fácil deixá-la, sua segurança era minha prioridade então te entreguei ao Benício. — Disse Yeva e se sentou na cama.

— Bom, se quer saber, ele não foi o melhor pai do mundo para Bárbara. — Henry disse com um pouco de desdém.

Yeva deu um sorriso fraco.

— Porque ele não é o pai de Babi. E foi ao meu pedido que ele lhe tratou desse jeito, achei que assim você iria querer se manter longe dele, tendo uma vida fora desse mundo ao qual crescemos.

— O quê!?

Assim como eu, Henry também estava chocado ao saber que Benício não é meu pai e que sua forma de me tratar com desprezo, não era por livre e espontânea vontade.

MAIS QUE UMA NOITE - JOHN (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora