EPÍLOGO

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Os meses se passaram desde o casamento e eu não poderia estar mais feliz. Estávamos em uma fase tranquila, mas que não me deixava tão bem, já que dias bons antecedem tragédias. Da mesa em que estava com John ao meu lado, podia observar o casal recém casados dançando a valsa no meio do salão. Não era uma união por amor e sim para unir forças contra os inimigos, mas Gabrielle estava radiante apesar de querer matar meu primo, Nikolai, apenas com o olhar.

Nikolai havia agido como um crápula e bem, eu tirei-a de seu jantar de noivado para uma festa já que o cretino não estava tendo muito respeito pela mulher linda com quem casaria. Eu e ele não tínhamos uma relação tão boa assim, pois não tem muito tempo que descobri sobre minha família russa e mesmo assim eles estão tentando me deixar por dentro de tudo, inclusive me incluir nos eventos da Bratva, mas também porque Angelina faz parte das cinco famílias de Nova Iorque.

Tiro minha atenção deles, e olho para o homem ao meu lado que mantém sua atenção no celular. Mesmo em uma festa, os trabalhos não podem ser deixados de lado e John não gosta de acumular nada. Parecendo notar que o observo, ele olha-me com seus intensos olhos azuis junto do sorriso que é capaz de deixar minha calcinha molhada.

Tínhamos passado por muita coisa juntos e no fim tudo deu certo. Eu o amava e sabia que era recíproco, pois todos os dias John fazia questão de deixar muito bem claro seus sentimentos por mim. Ele estava venerando o chão que pisava e isso era mais do que eu quis um dia em um relacionamento, por isso não podia continuar a esconder a notícia que nos deixaria felizes, entretanto o risco que viria quando todos soubessem era grande demais e me tirava noites de sono.

— Está tudo bem, mi amore?

Lhe dei um sorriso e segurei sua mão enquanto levantava indicando que ele viesse comigo, algo que fez sem pestanejar. Eu queria privacidade para contar-lhe a notícia. Entrando na mansão dos Martinelli, segui por um extenso corredor até a biblioteca. Voltei minha atenção para John que me olhou curioso, suas mãos foram para minha cintura e seus lábios de encontro aos meus.

— Espere... eu preciso... te contar... algo... — Murmurei em meio aos suspiros com os lábios de John em meu pescoço descendo por meus seios.

— Estou ouvindo, meu amor. — Ele disse descendo as alças de meu vestido e apertando meus seios em seguida.

Minha cabeça girava e não conseguia formar frases para dizer. Sua boca sugou meu seio e o mordiscou fazendo minha vagina pulsar de desejo. Senti que seus dedos subiram por minhas costas em direção ao zíper, e tirando forças do além o afastei. Se eu continuasse não diria nada para ele e não queria que passasse dessa noite para que soubesse.

— Tudo bem. O que você tem para contar? — Perguntou, mas sua atenção estava em meus seios. Patético.

John ficaria feliz, ele vinha falando disso desde o pedido de casamento e agora havia se concretizado.

— Eu estou grávida. — Disse rapidamente com minhas mãos suando de nervosismo.

Um, dois... cinco... minutos se passaram de um silêncio que parecia corroer minha alma e corpo. O homem estava estático em minha frente sem dizer ou fazer nada, tinha plena certeza de que estava entrando em colapso ou teria um ataque cardíaco apesar de ser novo. Puta merda. Não era essa reação que esperava então meu nervosismo cresceu, minha respiração e pulso acelerou, minhas pernas começaram a ficar fracas e tive que me apoiar na mesa.

Com certeza quando eu melhorasse mataria John com minhas mãos.

Tentei ficar calma, inspirando e expirando e aos poucos meu pulso voltou ao normal. Eu estava magoada com o rumo que isso tomou, então passei por John saindo da biblioteca, minha visão estava turva pelas lágrimas não derramadas e tentava convencer minha mente que era apenas os hormônios falando e não a reação negativa de John.

Na saída da casa encontrei com Paul que olhou-me intrigado pela forma em que estava.

— Seu primo está tendo um infarto na biblioteca e se eu for lá irei terminar de matá-lo.

Não foi preciso dizer mais nada para que Paul entrasse na mansão. Segui em direção ao jardim do outro lado e ao sentar-me em um banco me permiti chorar. Malditos hormônios. Não demorou muito para que visse meu marido caminhar em minha direção e eu não conseguia distinguir o olhar em seu rosto. Quando chegou em minha frente, segurou minha mão puxando-me para cima, John colocou suas mãos em minhas bochechas e olhou dentro de meus olhos.

— É a melhor notícia que eu poderia receber, desculpe se minha reação não foi o que esperava, mas você pegou-me de surpresa, mi amore. — Disse beijando meus lábios rapidamente. — Eu amo você e o nosso filho. Vou protegê-los com minha vida, Bárbara.

Lhe dei um selinho e olhei em seus olhos. John estava sendo sincero e isso era bom, indicava que agora não teríamos mais mentiras em nossa relação. Mesmo sendo difícil não querer me envolver nos negócios, eu não estava disposta a ficar no escuro de novo.

— Nem sabemos se é um menino.

— É um menino, tenho certeza. — Ele diz convicto. — Mas uma menina como você seria incrível também.

— Não fui a mais tranquila na adolescência. — Murmurei rindo com a cara que John fez apenas por imaginar sua filha lhe fazendo pagar por todos os seus pecados.

— Com certeza ela se tornará uma freira.

Gargalhei e o abracei, sentindo sua mão acariciar meus cabelos enquanto murmurava todo o seu amor por mim. E enfim eu tinha tudo o que quis na vida, uma família para chamar de minha.

FIM!

MAIS QUE UMA NOITE - JOHN (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora