MAIS QUE UMA NOITE - JOHN (CONCLUÍDA)

CAPÍTULO CINCO

✿

Abri a tela do notebook para fazer uma chamada de vídeo com Clarke. Ela havia mandado mensagem mais cedo dizendo que precisávamos conversar sobre minha atual situação. O jantar da noite passada aconteceu de forma estranha, basicamente não conversamos sobre nada e John agia como se estivesse tudo bem entre nós dois e o que ele fez fosse a coisa mais normal do mundo. Descobri também que Paul é filho adotivo dos tios de John, o que faz dele primo de consideração de Kate e John. E o irmão de Kate, Kyle, chegará neste fim de semana de Boston e terá um jantar na casa dos pais deles, também é quando John quer apresentar-me para toda a família que ainda não sabe que nos casamos, contra minha vontade é claro, mas provavelmente essa parte será deixada de fora.

Alguns minutos se passam até que eu receba a chamada de Clarke e não hesito em atendê-la.

— Oi, minha linda.

— Oi gata, e então?

Eu estava super ansiosa para saber se conseguiria alguma coisa ou não.

— Bárbara... está tudo conforme as leis e sua assinatura original também, eles as falsificaram muito bem, é como se você tivesse aceitado se casar por livre e espontânea vontade. — Ela faz uma pausa antes de continuar: — Se você insistir em um divórcio antes de dez anos terá que pagar uma multa de quinhentos milhões de dólares e caso tenha um filho, seus direitos aumentam para 50% sobre todos os bens de John.

— Eu estou fudida.

— Literalmente fudida, meu amor. — Henry diz entrando no meio da conversa pegando apenas o final do assunto.

— Não está ajudando em nada, Henry.

— Bárbara, sejamos sinceros, não tem como você sair desse casamento e também não é para você deixar de viver por causa disso então aproveite que seu marido é bilionário e curta um pouco. Estude, gasta com bobagens, faça viagens e me leve, é claro. Mas se quiser odiá-lo e ficar triste por tudo o que está acontecendo, faça isso também, mas faça em Paris tomando um bom espumante.

De certa forma Henry estava certo, mas uma parte minha não queria aceitar de forma alguma isso, então eu teria muitos conflitos.

— Vocês estão dormindo no mesmo quarto? — Perguntou Clarke mudando de assunto.

— Óbvio que não, eu não consigo manter uma conversa com John por mais que dois minutos.

— Mulher, pelo amor de Deus, tire logo esse atraso. Pode continuar odiando ele, mas faça isso enquanto cavalga em cima desse gostoso.

Henry fingiu abanar, o que fez eu e Clarke gargalhar. Espero que meu amigo nunca mude esse jeito dele de ser que faz muitas pessoas felizes.

— Você é uma perua mesmo.

— Perua sim, mas perua do amor. Aliás, Clarke já lhe contou sobre o boy que está atrás dela?

— O quê? Nós nos conhecemos? Quero saber de tudo.

Henry fez sinal para que eu esperasse, ele sumiu por alguns minutos e logo voltou com uma taça de vinho na mão, sentou ao lado de Clarke que estava mais vermelha que um pimentão.

— Minha linda, é Louis Patterson. Estávamos em um evento da empresa, coisa pequena quando ele entrou todo gostoso e exalando poder. Seus olhos bateram na mulher ao meu lado e ele caminhou até ela sem parar de olhá-la , até eu fiquei molhada. — Henry se abana enquanto rio ainda mais com Clarke morrendo de vergonha. — Eles saíram do evento juntos e nossa amiga viu estrelas a noite toda.

— Ele tem uma língua dos deuses como ouvimos todos falarem. — Clarke diz.

— Sortuda você. E quando vão se ver de novo?

— Amanhã bobinha, se pudessem eles se exercitavam todos os dias. Nossa amiga está muito dada Bárbara e pelo andar da carruagem, você logo também estará, apenas eu ficarei encalhado.

Na verdade, pelo andar da carruagem isso não iria acontecer tão cedo.

— Você é uma pessoa incrível e vai encontrar alguém que saiba te valorizar como você merece, Henry.

— Ai, que essa pessoa espere um pouco para aparecer, porque eu ainda sou de todos.

— Você não presta Henry. Bárbara tenho que ir, preciso resolver alguns probleminhas da empresa, beijos e se cuida, saiba que sempre estaremos aqui por você.

— Tchau, Clarke, te amo.

Ela saiu e eu fiquei por mais algumas horas conversando com Henry que só sabia falar besteiras e fazer-me rir, mas acho que dormi no meio da conversa porque quando acordei senti uma dor nas costas pelo mal jeito que estava deitada, o notebook estava com a tela aberta e desligado provavelmente a bateria havia acabado.

Me espreguicei e fui para o banheiro, um banho quente sempre ajuda e naquele momento era tudo o que mais queria. Assim que terminei minha higiene vesti um biquíni rosa, estava fazendo bastante sol o que ajudaria a pegar um bronze. Vestí também um short e uma blusa, sai do quarto indo tomar meu café da manhã e para minha surpresa John ainda estava em casa.

— Bom dia, Bárbara.

— Bom dia, John.

Ele não tirou os olhos do jornal em sua frente, sentei-me e servi a xícara com café e comi algumas torradas. Ultimamente não tenho me alimentado muito bem, o que vai fazer-me mal uma hora dessas.

— Hoje terá um jantar beneficente que nós teremos que comparecer.

— Eu não vou.

— E eu não perguntei se você quer ir ou não. As pessoas contam com minha presença e como você é minha esposa o mínimo é estar ao meu lado — ele colocou o jornal sobre a mesa e me fitou. — Ainda mais agora que os urubus descobriram sobre o casamento.

Pelo visto o assunto não estava aberto para discussão. Cretino.

— Eu não tenho roupa para esse tipo de evento. — Murmuro terminando de beber o café, mas minha desculpa não serviu de nada já que John tirou de sua carteira um cartão e colocou sobre a mesa.

— É ilimitado, chame Kate para ir com você às compras. Ela também irá ao jantar, Leon vai te levar e acompanhar durante sua saída.

— E por quê afinal? Não acho necessário um segurança comigo todo tempo.

— Você não entende o mundo ao qual eu pertenço. Tenha um ótimo dia, Bárbara.

John deixou um beijo em minha testa e foi embora.

"O mundo ao qual eu pertenço."

O que ele quer dizer com isso exatamente? E por que senti um frio na espinha?

✿