Over the Rainbow | Versão Savany

Capítulo 18

Sabina jogava a bola para Savannah, quem a agarrou com êxito e se esquivou de Shivani para acertar a bola na cesta, gerando assim a vitória.

-- Não vale, sou muito baixa para esse jogo. -- Mel protestou, irritada.

-- Admita, Melanie, perdemos de novo porque somos ruins. -- Shivani falou rindo, enquanto Sabina e Savannah faziam uma estúpida dancinha em comemoração.

Já haviam almoçado e foram desfrutar da linda tarde após uma hora de descanso para a digestão. Any se encontrava no momento com os braços cruzados, enquanto assistia Britt correr para os braços de Savannah e a abraçar. Ela não cansava?

-- Oferecida! -- Resmungou baixinho, mas foi a risada escandalosa de Di que a fez se lembrar que não estava sozinha.

-- Não acredito, Any! -- Ela disse rindo. Estavam sentadas na arquibancada do campo que havia dentro do forte da cidade.

-- Eu também não. Não cansa de passar vergonha. -- Falou, vendo Savannah, educadamente, se esquivar dos braços compridos da loira.

-- Eu me referia a você morta de ciúmes. -- Any arqueou uma sobrancelha e se virou bruscamente para sua amiga.

-- Não é ciúmes!

-- Ah não? Então o que seria? -- Perguntou. Any havia contado para a amiga que não se casara com Savannah por amor, que sua mãe lhe havia obrigado, omitindo a parte onde tudo acabou sendo mais fácil devido às mentiras de John. Contou também que não haviam consumado o casamento, que não eram mais do que amigas.

-- Ela deveria ser menos idiota. Savannah é casada, ora! -- Falou, vendo Brittany segurar na mão de sua esposa. -- Casada comigo. O que pensariam de mim se Britt começasse a agir assim sempre?

-- Oh, então é por sua imagem.  Não quer aparentar que está sendo traída. -- Constatou.

-- Até porque não estou.

-- Até porque nem contaria como traição, já que você não se interessa por ela, certo? Não te incomodaria se Savannah aparecesse aos beijos com outra pessoa, não é? -- Any entortou a boca e tentou imaginar Savannah beijando alguém.

-- Não acho que eu gostaria de ver isso. -- Confessou.

-- Já pensou na possibilidade...

-- Não. Ainda penso em John às vezes. -- Disse rápida.

-- Eu não sei o que houve entre vocês dois... -- Di começou, cautelosa. -- Mas eu não acho que você o ame ou amava, sei lá.

-- Perdão? -- Any perguntou incrédula.

-- Digo no sentido de amor mesmo. Não quis dizer que não tenha se sentido atraída ou encantada.

-- Eu realmente não quero falar de John. -- Falou. Seus olhos se perderam na imagem de Savannah sorrindo genuinamente para Sabina. Conversavam de algo entretidas e Savannah tinha alguns fios de cabelos colados no rosto. Com a mão direita retirou os fios dos cabelos de seu rosto e se abanou em busca de tentar se refrescar. Suas bochechas estavam levemente coradas por causa que estava correndo um minuto atrás e havia uma pequena marca de suor em sua camisa, na parte de trás.

Sentiu-se quase desfalecer quando Savannah procurou por alguns segundos os seus olhos, até que por fim os encontrou, fazendo seu sorriso se abrir. Any, inconscientemente, mordeu seu lábio inferior ao ver Savannah piscar em sua direção, antes de voltar a falar animadamente com as meninas.

-- Você, quieta! -- Ordenou ao ver o sorrisinho de Diarra. -- Não é porque não a amo que eu seja cega, tudo bem?

-- Eu concordo. -- Diarra falou se apoiando em suas mãos, que estavam um pouco para trás de seu corpo. -- Ela é linda pra caramba.

-- Deveria ver quando ela acorda. Parece de outro mundo. -- Any disse quase em um suspiro.

-- Quem me dera casar com alguém com aquela beleza. Já estaria nos braços da pessoa há tempos.

-- Não fale bobagens! -- Falou vendo Savannah caminhar na direção delas enquanto as outras permaneciam em seu debate. -- Ela está vindo. Não ouse...

-- Savannah! -- Diarra gritou animada. -- Any estava aqui me contando o quão linda você fica quando acorda. -- Any arregalou os olhos e enrubesceu violentamente.  Só queria enfiar sua cabeça em algum buraco para não precisar olhar para Savannah após aquele infeliz comentário.

-- É porque ela não se vê quando acorda. -- A moça disse sorrindo gentil. Any congelou ao ver Savannah se inclinar em sua direção, mas para seu alívio -- ou não -- Savannah apenas pegou quatro garrafinhas de água que estavam na bolsa ao lado dela. "A bolsa, claro." Pensou Any. -- Mais alguém quer água? -- Perguntou para ambas e elas negaram.

Ter Savannah de longe, suada e piscando para Any poderia ser tentador, mas ter Savannah em pé em sua frente com o short jeans coladinho e a camisa preta grudada em seu corpo, exibindo as maravilhosas curvas devido ao suor era sufocante.

-- Any, está bem? -- Savannah perguntou vendo a garota quase pálida em sua frente. Deixou as três garrafas sobre a arquibancada ao lado de Any e a quarta garrafa ela abriu. Ver Savannah girando a tampinha e pender a cabeça para trás enquanto bebia o líquido era quase um insulto para quem não podia tocar... Mas esse era o problema: Any podia.

Ela não sabia dizer se era o sol ardente que lhe tocava a pele que a deixou com calor ou a proximidade das coxas descobertas de Savannah de seu rosto.

-- Eu... estou. -- Disse e logo virou a cabeça na direção de Sabina assim que a mesma gritou para Savannah. No momento em que Savannah a olhou, a menina fez uma dança sensual, porém rápida, riu e gritou: "Elas querem revanche."

Any entrou em uma espécie de frenesi no momento em que Savannah levou uma das mãos ao joelho e requebrou as cadeiras exatamente como Sabina havia feito, com a diferença que Sabina não havia quase rebolado a bunda dela na cara de Any e Any não tinha desejado que ela o fizesse, igual com Savannah.

A risada inocente de Savannah, enquanto erguia a mão para o alto e fazia um sinal de joia para que Sabina entendesse que ela havia aceitado a revanche, fez Any perceber que tudo o que ela viu de sensual e sexy foi apenas uma dancinha idiota dela com Sabina.

-- Vou lá jogar, Elly. -- Falou rápido e se inclinou, pegando as garrafinhas para levar para suas amigas e selando rapidamente os lábios carnudos de sua esposa.

-- É, Any... -- Diarra disse antes de deixar um suspiro longo se esvair de seus pulmões. -- Você está perdida. -- Any demorou uns segundos para processar o que sua amiga havia dito, mas quando entendeu assentiu, ainda com os olhos fixados no rebolar de Savannah enquanto se aproximava de Sabina.

-- Eu também acho, Di. -- Falou suspirando em resignação. -- Eu também acho.